Antibióticos: o que são, mais usados e dúvidas comuns

Atualizado em agosto 2022

Os antibióticos são remédios que combatem as bactérias, impedindo seu crescimento ou causando sua morte, sendo indicados para o tratamento de diversos tipos de infecções como pneumonia, otite, sinusite, infecção urinária, conjuntivite, meningite, gonorréia, sífilis, furúnculos ou erisipela.

O tipo de antibiótico que pode ser usado depende da infecção a ser tratada, podendo ser indicado pelo médico o uso de penicilinas, macrolídeos, fluorquinolonas, cefalosporinas ou tetraciclinas, por exemplo.

Os antibióticos devem ser usados somente com indicação médica, tomados corretamente no horário certo e pelo tempo de tratamento estabelecido pelo médico, mesmo que ocorra melhora dos sintomas, para que seja evitada a resistência bacteriana, o que pode tornar o tratamento da infecção mais difícil e mais demorado, além de poder causar piora dos sintomas. Veja como evitar a resistência bacteriana.

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Quais os antibióticos mais usados

Alguns dos antibióticos mais usados para o tratamento de infecções incluem:

1. Penicilinas

As penicilinas são a classe de antibiótico mais indicadas por médicos para o tratamento de infecções como pneumonia, bronquite, amigdalite, sinusite, infecções urinárias ou vaginais, da pele e das mucosas, por exemplo.

Os principais antibióticos da classe das penicilinas são:

Essas penicilinas podem ser indicadas pelo médico na forma de comprimido ou injeção, dependendo do tipo de infecção.

As penicilinas podem causar efeitos colaterais como dor de cabeça, náusea, vômito, diarreia, candidíase oral e na região genital, ou até reação alérgica grave ou choque anafilático. Saiba identificar os sintomas de choque anafilático.

2. Tetraciclinas

As tetraciclinas geralmente indicado para o tratamento de infecções causadas por organismos sensíveis à tetraciclina, como brucelose, gengivite, doença de Lyme, gonorreia ou sífilis, por exemplo.

As principais tetraciclinas que podem ser indicadas pelo médico são:

As tetraciclinas não devem ser tomadas junto com leite ou produtos lácteos, pois podem diminuir a eficácia do tratamento, sendo recomendado esperar pelo menos 1 a 2 horas antes ou depois do uso da tetraciclina para consumir produtos lácteos.

Além disso, as tetraciclinas também não devem ser tomadas junto com antiácidos ou medicamentos ou suplementos que contenham cálcio, magnésio, alumínio ou ferro, pois podem diminuir a eficácia do antibiótico, sendo recomendado aguardar pelo menos 2 horas antes ou depois do uso das tetraciclinas para utilizar esses suplementos ou medicamentos.

3. Sulfonamidas

O sulfametoxazol e a sulfadiazina são antibióticos mais utilizados da classe das sulfonamidas, geralmente indicados para infecções de ouvido, infecção urinária, bronquite, diarréia do viajante, pneumonia, úlceras venosas, feridas cirúrgicas ou escaras, por exemplo.

Outros exemplos de sulfonamidas são a sulfacetamida, sulfanilamida, sulfisoxazol, ácido para-aminobenzóico, por exemplo.

4. Fluorquinolonas

As fluorquinolonas são normalmente indicadas para o tratamento de infeções respiratórias, no ouvido, olhos, rins, sistema urinário, pele, ossos ou órgãos reprodutores, assim como para o tratamento de infeções generalizadas, por exemplo.

Os principais antibióticos da classe das fluorquinolonas são:

Esses antibióticos podem causar efeitos colaterais como ruptura do tendão de Aquiles, agitação, alterações nos rins, sendo contraindicados durante a gravidez ou amamentação.

5. Macrolídeos

A eritromicina, a claritromicina e a azitromicina são os antibióticos mais comuns da classe dos macrolídeos, sendo geralmente indicados para o tratamento de infecções como sinusite, pneumonia, infecções da pele, ou infecções sexualmente transmissíveis, como a gonorreia ou a clamídia, por exemplo.

Os macrolídeos podem ser encontrados na forma de comprimidos, xaropes ou injeção, não sendo recomendados para pessoas com doenças hepáticas, renais e com alterações do sistema cardiovascular devido aos possíveis efeitos colaterais e processo de absorção e metabolização do medicamento.

6. Cefalosporinas

As cefalosporinas são geralmente indicadas para o tratamento de infecções do trato respiratório, otite média, infecções na pele e tecidos moles, infecções urinárias e infecções ósseas.

Alguns exemplos de antibióticos da classe das cefalosporinas são:

  • Cefalexina;
  • Cefaclor;
  • Cefalotina
  • Cefazolina
  • Cefadroxila;
  • Ceftriaxona;
  • Cefotaxima;
  • Ceftazidima;
  • Cefepime.

O uso das cefalosporinas não é recomendado em mulheres grávidas ou que estejam amamentando, a não ser que seja recomendado pelo médico.

7. Aminoglicosídeos

Os aminoglicosídeos são normalmente indicados para o tratamento de infecções na pele como úlceras, feridas com pus, furúnculos, eczema ou dermatites, além de outras infecções como peritonite, meningite ou infecção generalizada, por exemplo.

Os principais exemplos de antibióticos aminoglicosídeos são:

Esses aminoglicosídeos podem ser indicados pelo médico na forma de comprimido, colírio ou pomada oftalmológica ou injeção, dependendo do tipo de infecção.

8. Nitroimidazólicos

Os principais antibióticos nitroimidazólicos são o metronidazol e o tinidazol, indicados para tratamento da giardíase, amebíase, tricomoníase, vaginite causada por Gardnerella vaginalis e outras infecções causadas por bactérias e protozoários sensíveis a esta substância. Saiba como tomar o metronidazol.

Dúvidas comuns sobre os antibióticos

As dúvidas mais comuns com relação ao uso de antibióticos são:

1. Tomar antibióticos engorda?

Geralmente, os antibióticos não têm como efeito colateral a perda de peso ou aumento do apetite, no entanto, alguns deles podem causar má digestão e excesso de gases, podendo causar inchaço no abdômen, o que pode ser confundido com aumento de peso.

2. Antibiótico corta o efeito do anticoncepcional?

São poucos os antibióticos que reduzem o efeito dos anticoncepcionais, o que é comprovado por estudos recentes, em que apenas a rifampicina, rifabutina e griseofulvina mostraram interferir com a sua ação. Saiba o que fazer nestes casos.

No entanto, como um dos efeitos colaterais mais comuns de maior parte dos antibióticos é a diarreia, existe o risco do anticoncepcional não ser completamente absorvido, caso a diarreia ocorra nas 4 horas seguintes à toma do medicamento. Nestes casos é aconselhável a utilização de preservativo, desde que a diarreia cessa até 7 dias depois.

3. Preciso tomar a caixa de antibiótico até ao fim?

O antibiótico deve sempre ser tomado até ao fim ou durante o tempo que o médico indicar, mesmo quando existem sinais de melhoras passados 3 a 5 dias de tratamento.

Em alguns casos, as pessoas que sentem melhoras têm tendência em parar de tomar o antibiótico antes do tempo recomendado, mas não o devem fazer, porque as bactérias responsáveis por causar a infecção podem não ter sido todas eliminadas. Assim, com a interrupção do tratamento elas podem voltar a multiplicar-se, desenvolvendo novamente a doença e, além disso, podem desenvolver resistência aos compostos usados, fazendo com que o antibiótico se torne ineficaz no futuro.

4. Porque o antibiótico causa diarreia?

A diarreia é um efeito colateral comum dos antibióticos, que surge devido ao efeito do antibiótico na flora intestinal. O que acontece é que os antibióticos são remédios que eliminam bactérias sensíveis a certos compostos, eliminando por isso tanto as bactérias más como as boas, o que provoca alterações no funcionamento do intestino. Saiba como combater a diarreia causada por antibióticos.

5. O álcool corta o efeito do antibiótico?

O álcool não corta o efeito do antibiótico, no entanto, pode sobrecarregar o fígado, pois ambos não metabolizados nesse órgão, dessa forma o metabolismo do antibiótico pode ficar prejudicado, o que pode reduzir a eficácia do tratamento, além de aumentar o risco de efeitos colaterais do antibiótico.

Além disso, durante o tratamento com antibióticos, o consumo de álcool pode prejudicar o sistema imunológico a combater a infecção.

Por essas razões, normalmente os médicos recomendam que não haja ingestão de álcool durante o tratamento, até porque existem antibióticos específicos que não podem mesmo ser ingeridos com álcool, como é o caso do metronidazol, tinidazol, cefoxitina e a combinação de sulfametoxazol e trimetoprima, já que além de ser tóxico para o organismo, pode causar sintomas desagradáveis, como vômitos, palpitações, calor, suor excessivo, dificuldade respiratória, dor de cabeça e hipotensão.