Resistência bacteriana: o que é, porque acontece e como evitar

Atualizado em novembro 2020

Resistência bacteriana diz respeito à capacidade da bactéria de resistir a ação de alguns antibióticos devido ao desenvolvimento de mecanismos de adaptação e de resistência, o que é muitas vezes consequência do uso indevido de antimicrobianos. Assim, como consequência da resistência bacteriana, o antibiótico normalmente utilizado no tratamento passa a não ser mais eficaz, tornando o combate à infecção mais difícil e demorado, podendo haver piora no quadro clínico da pessoa.

Quando um antibiótico é eficaz, a bactéria é capaz de ter sua taxa de multiplicação diminuída ou ser eliminada do organismo. No entanto, quando uma bactéria adquire resistência a determinado antibiótico, ela torna-se capaz de proliferar independente da presença do antibiótico e ser capaz de causar infecções mais graves e de difícil tratamento.

Na maioria dos casos, a bactéria é resistente apenas a um antimicrobiano, como no caso do Enterococcus sp., por exemplo, em que algumas estirpes são resistentes à Vancomicina. No entanto, é possível também existir uma bactéria resistente a vários antibióticos, sendo denominada superbactéria ou bactéria multirresistente, como é o caso da Klebsiella produtora de carbapenemase, também chamada de KPC.

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Como acontece a resistência aos antibióticos

A resistência aos antibióticos acontece principalmente devido ao uso indevido de antibióticos, ou seja, quando a pessoa usa o antibiótico sem orientação médica ou quando não faz o tratamento completo, por exemplo. Essas situações podem favorecer o desenvolvimento de mecanismos de adaptação e de resistência da bactéria contra o antibiótico que foi utilizado, de forma que pode permanecer por mais tempo no organismo, proliferar-se e chegar à corrente sanguínea, caracterizando a sepse.

A bactéria resistente é capaz de multiplicar-se mais facilmente e, assim, transmitir os seus genes de resistência para outras gerações. Além disso, é possível que ocorram novas mutações no material genético dessas bactérias, dando origem a superbactérias, que são aquelas que possuem resistência a mais de um tipo de antibiótico. Quanto mais resistente é a bactéria, mais difícil é o seu tratamento, uma vez que há menos antibióticos disponíveis capazes de tratar aquela infecção.

Principais bactérias resistentes

As bactérias resistentes são encontradas mais com mais facilidade em ambiente hospitalar devido aos procedimentos aos quais os pacientes são submetidos, que são mais invasivos, sendo nesse caso necessário o uso de antibióticos de amplo espectro, que são aqueles que atuam contra vários microrganismos, incluindo os não-patogênicos, podendo favorecer a resistência. 

Além disso, as bactérias resistentes estão normalmente relacionadas com o ambiente hospitalar devido ao uso frequente de antibióticos durante o internamento, ao sistema imunológico das pessoas e ao maior tempo de exposição a agentes infecciosos e antimicrobianos devido à permanência prolongada no hospital.

Dentre as principais bactérias resistentes estão a Klebsiella pneumoniae (KPC), Staphylococcus aureus (MRSA), que é resistente à Meticilina, Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa, que são resistentes aos antibióticos carbapenêmicos. Conheça as principais bactérias multirresistentes.

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Como evitar a resistência aos antibióticos

A resistência aos antibióticos pode ser facilmente evitada por meio de atitudes simples, como por exemplo:

  • Uso de antibióticos somente sob recomendação médica;
  • Tempo e dose do antibiótico deve ser indicado pelo médico e usado conforme a sua orientação, mesmo com o desaparecimento dos sintomas;
  • Não interromper o tratamento com antibióticos mesmo que não existam mais sintomas de infecção.

Além disso, é importante manter boa higienização das mãos, lavar bem os alimentos antes de prepará-los, ter as vacinas em dia e apenas entrar em contato com pessoas internadas utilizando elementos de proteção, como máscaras e e batas, por exemplo.

Para evitar a resistência bacteriana também é importante que os hospitais façam um levantamento das bactérias mais prevalentes no hospital e nas unidades críticas de internamento e determinem o perfil de sensibilidade e resistência desses microrganismos.

A partir do momento em que se sabe quais são as bactérias mais frequentes e as suas características, é possível adotar estratégias para prevenir infecções durante o internamento do paciente. A educação continuada e capacitação dos profissionais de saúde presentes no hospital é fundamental para evitar infecções hospitalares e o desenvolvimento de microrganismos resistentes. Veja como prevenir as infecções hospitalares.

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