Doenças venéreas: o que são, sintomas e tratamento

Atualizado em janeiro 2023

As doenças venéreas, atualmente conhecidas como infecções sexualmente transmissíveis, ou ISTs, são doenças transmitidas por meio da relação sexual desprotegida, que pode ser oral, vaginal ou anal. Mesmo que não existam sinais ou sintomas evidentes da doença, é possível que haja transmissão para o parceiro sexual.

Este tipo de infecção deve ser identificado, de preferência, logo nas fases iniciais, pois assim é possível que o tratamento seja iniciado logo em seguida e aumentem as chances de cura.

É também importante que o tratamento seja feito pelo casal, uma vez que mesmo que não existam sinais e sintomas da doença, pode haver nova transmissão e infecção.

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Principais doenças

As principais doenças venéreas são:

1. HIV

A infecção pelo HIV é uma IST facilmente transmitida por meio da relação sexual desprotegida, mas o vírus também pode ser transmitido por meio do contato com o sangue de uma pessoa infectada ou por meio do compartilhamento de seringas e agulhas em que pelo menos uma das pessoas é portadora do vírus.

Principais sintomas: Os sintomas da infecção pelo HIV são difíceis de serem identificados, no entanto podem surgir cerca de 2 semanas após o contato com o vírus, podendo haver dor de cabeça, febre baixa, suor noturno, gânglios inflamados, aparecimento de aftas e feridas na boca, cansaço excessivo e garganta inflamada, por exemplo. Porém, em algumas pessoas a doença pode permanecer silenciosa por mais de 10 anos.

Como é o tratamento: O tratamento para infecção pelo vírus HIV é feito com a combinação de remédios antirretrovirais que atuam diminuindo a taxa de replicação do vírus, aumentam a quantidade de células do sistema imune e controlam a doença. É importante que o tratamento seja feito de acordo com a orientação do médico e usar preservativo em todas as relações sexuais para evitar a transmissão do vírus. Veja como deve ser feito o tratamento para o HIV.

2. Gonorreia

A gonorreia é uma infecção causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae que pode ser transmitida por via sexual e pode ser facilmente combatida por meio da realização do tratamento indicado pelo médico. No entanto, no caso da infecção ser causada pela bactéria resistente, popularmente conhecida como supergonorreia, o tratamento pode ser mais complicado.

Principais sintomas: Os sintomas da gonorreia normalmente aparecem cerca de 10 dias após o contato com a bactéria, sendo os principais dor e queimação ao urinar e desconforto abdominal. Os homens infectados também podem ter dor nos testículos, inflamação do pênis e saída de líquido amarelado pelo pênis, enquanto que as mulheres podem ter sangramento fora do período menstrual e após as relações sexuais e corrimento branco-amarelado, semelhante à pus.

Como é o tratamento: O tratamento para a gonorreia deve ser feito pelo casal, uma vez que mesmo que não existam sintomas, há risco de transmissão. É normalmente indicado o uso de antibióticos, como Azitromicina ou Ceftriaxona com o objetivo de eliminar a bactéria, sendo importante que o tratamento seja realizado de acordo com a orientação do médico.

Apesar da gonorreia ter cura, a pessoa não desenvolve imunidade contra a doença, ou seja, pode ter novamente a doença caso entre em contato com a bactéria. Por isso, é importante que o preservativo seja usado em todas as relações sexuais. Entenda como é feito o tratamento da gonorreia.

3. Clamídia

A clamídia é uma das ISTs mais frequentes e é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que pode infectar tanto homens quanto mulheres durante a relação sexual oral, anal e vaginal desprotegida. No caso dos homens, é mais frequente que a infecção aconteça na uretra, no reto ou na garganta, enquanto que nas mulheres é mais frequente a infecção no colo do útero e no reto.

Principais sintomas: Os sintomas de clamídia podem aparecer até 3 semanas após o contato com a bactéria, podendo haver dor e ardor ao urinar, dor ou sangramento durante a relação sexual, dor na região pélvica, corrimento vaginal semelhante a pus, no caso das mulheres, e inchaço dos testículos e inflamação da uretra no caso dos homens. Veja como identificar a clamídia.

Como é o tratamento: O tratamento da clamídia deve ser pelo casal, mesmo que o (a) parceiro (a) não apresente sintomas, sendo recomendado o uso de antibióticos para eliminar a bactéria, evitando a transmissão. Apesar do tratamento ser capaz de curar a doença, a pessoa não desenvolve imunidade e, por isso, é importante continuar usando a camisinha para evitar que exista novamente infecção.

4. Sífilis

A sífilis, também chamada de cancro duro, é causada pela bactéria Treponema pallidum que é transmitida por meio da relação sexual desprotegida e que muitas vezes não é notada, apenas quando a doença já encontra-se em fases mais avançadas, a chamada sífilis terciária. Isso porque os sinais e sintomas são muitas vezes confundidos com os de outras doenças e desaparecem depois de algum tempo.

Principais sintomas: O primeiro sintoma da sífilis é o aparecimento de uma ferida que não dói, coça ou causa desconforto na região genital e que desaparece sozinha sem que seja feito tratamento. Algumas semanas após o desaparecimento dessa ferida, podem surgir outros sintomas, como manchas vermelhas na pele, na boca, nas palmas das mãos e na planta dos pés, dor muscular, dor de garganta, perda de peso e falta de apetite, por exemplo. Veja mais sobre os sintomas da sífilis.

Como é o tratamento: O tratamento da sífilis deve ser feito pelo casal por meio de antibióticos, como a Penicilina benzatina, conhecida como Benzetacil, que atua diminuindo a taxa de proliferação da bactéria e promovendo a sua eliminação. O tempo de tratamento depende da fase da infecção e da quantidade de bactérias presentes no organismo, podendo variar de pessoa para pessoa.

Além disso, mesmo quando é verificado através dos exames que a quantidade da bactéria no organismo é indetectável, é preciso que seja utilizado preservativo, uma vez que a pessoa não adquire imunidade. Conheça mais sobre a sífilis assistindo ao vídeo a seguir:

youtube image - Tudo que precisa saber sobre SÍFILIS

5. Linfogranuloma venéreo

O linfogranuloma venéreo, também conhecido como LGV ou mula, é também uma doença causada pela bactéria Chlamydia trachomatis que é transmitida de uma pessoa para outra por meio da relação desprotegida, sendo mais frequente nos homens. O diagnóstico do LGV é feito por meio da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa e resultado de exames laboratoriais complementares.

Principais sintomas: No LGV a bactéria atinge os órgãos genitais e os gânglios linfáticos presentes na virilha, levando ao aparecimento de feridas com aspecto inflamado e cheias de líquido na região genital. Além das feridas, pode ser também notado febre, mal estar, dor de cabeça, inflamação no reto e inchaço na virilha.

Como é o tratamento: O tratamento do linfogranuloma venéreo é feito com antibióticos que devem ser usados de acordo com a indicação médica. Além disso, é importante ter atenção à higiene íntima e usar camisinha em todas as relações sexuais.

6. HPV

O HPV, também chamado de condiloma acuminado, é uma IST causada pelo Papilomavírus Humano, que é altamente infectante e que pode ser transmitido por meio da relação sexual desprotegida através do contato com lesões ou secreções de uma pessoa infectada. A doença possui evolução crônica e, em alguns casos, caso não seja identificada e tratada pode evoluir para câncer de colo de útero nas mulheres.

Principais sintomas: O principal sintoma da infecção pelo HPV é o aparecimento de verrugas na região genital que, devido à sua aparência, são conhecidas popularmente como crista de galo. Essas verrugas podem ser grandes ou pequenas, da cor da pele, rosadas ou acastanhadas e podem aparecer juntamente com outros sintomas como coceira e desconforto na região genital e sangramento durante a relação sexual, no entanto esses sintomas são raros de acontecer.

Como é o tratamento: O tratamento para o HPV tem como objetivo aliviar os sintomas e tratar as lesões, pois os remédios existentes não têm capacidade de eliminar o vírus. Por isso, é importante que mesmo que as lesões desapareçam, a camisinha seja usada, já que a pessoa ainda pode ser portadora do vírus e transmiti-lo para outra pessoa.

Normalmente é indicado pelo médico o uso de pomadas do tipo antimicótica e anti verrucosa, como o Podofilox, ou Imiquimode, e medicamentos que auxiliam o fortalecimento do sistema imune, além da realização de cauterização para eliminar as verrugas. O HPV tem cura quando o próprio sistema imunológico elimina o vírus naturalmente, sem que apareçam sinais ou sintomas da infecção. Entenda quando o HPV tem cura.

7. Hepatite B

A hepatite B é causada pelo vírus da hepatite B e pode ser transmitido por meio da relação sexual desprotegida, uma vez que o vírus pode ser encontrado no sangue, sêmen e secreções vaginais, podendo ser facilmente transmitido durante a relação sexual.

No entanto, a infecção pelo vírus da hepatite B também pode acontecer de outras formas, como contato com o sangue ou secreções de uma pessoa contaminada, partilha de objetos de uso pessoal como lâmina de barbear, ou por meio da utilização de materiais contaminados com o sangue ou secreções, como as seringas e agulhas usadas no uso de drogas injetáveis ou realização de tatuagens. Conheça mais sobre a hepatite B.

Principais sintomas: Os sintomas da hepatite B normalmente aparecem cerca de 1 a 3 meses após o contato com o vírus para começar a aparecer e normalmente estão relacionados com alterações no fígado. Por isso, pode ser percebido enjoo, vômito, febre, olhos e pele amarelados, dor abdominal, urina escura e fezes claras.

No entanto, algumas pessoas podem não apresentar sinais ou sintomas da doença, sendo diagnosticadas apenas através de exames de sangue específicos para a hepatite B.

Como é feito o tratamento: O tratamento da hepatite B é feito de acordo com o estágio da doença, sendo na maioria das vezes indicado apenas repouso e hidratação, uma vez que o vírus consegue ser eliminado pelo organismo. No entanto, em casos mais graves pode ser recomendado o uso de alguns remédios antivirais e imunomoduladores, como o Interferon e a Lamivudina.

8. Herpes genital

A herpes genital é causada pelo vírus da herpes que é transmitido de pessoa para pessoa por meio da relação sexual desprotegida ao entrar em contato com o líquido liberado das bolhas que são formadas na região genital devido à presença do vírus.

Principais sintomas: O principal sintoma da herpes genital é o aparecimento de bolhas na região genital, cerca de 10 a 15 dias após o contato com o vírus, que podem levar à ardência, dor e desconforto na região. Essas bolhas normalmente estouram e dão origem à pequenas feridas no local. A presença de feridas no local pode favorecer a entrada no organismo de outros microrganismos, resultando em infecções secundárias. Saiba como identificar os sintomas de herpes genital.

Como é o tratamento: O tratamento para herpes genital é feito com o uso de medicamentos antivirais, como Aciclovir e Valaciclovir, que podem ser usados na forma de pomadas ou comprimidos, e que atuam diminuindo a taxa de replicação do vírus e o risco de transmissão para outras pessoas. Além disso, como as bolhas podem causar dor e desconforto, o médico também pode indicar o uso de pomadas anestésicas.

9. Ureaplasma

O ureaplasma é uma infecção causada pela bactéria Ureaplasma urealyticum, que está naturalmente presente no trato urogenital de homens e mulheres sem causar qualquer sintoma. No entanto, os sintomas de ureaplasma podem acontecer quando há diminuição da atividade do sistema imunológico ou múltiplos parceiros sexuais.

Principais sintomas: De forma geral, o ureaplasma não causa sintomas, no entanto em alguns casos é possível ser notado sintomas de uretrite, como dor e ardor ao urinar, desconforto na região genital, vermelhidão no pênis e dor durante a relação sexual, por exemplo. Veja mais sobre os sintomas de ureaplasma.

Como é feito o tratamento: O tratamento para ureaplasma é feito com antibióticos, como azitromicina ou doxiciclina, de acordo com a orientação do médico.

Como prevenir as doenças venéreas

A principal forma de evitar as ISTs é por meio do uso de camisinha em toda relação sexual, mesmo que não haja penetração, isso porque se uma das pessoas estiver infectada, apenas o contato com a mucosa ou com as lesões pode ser suficiente para transmissão do agente infeccioso.

Além de usar a camisinha, uma das formas de prevenir o HPV é por meio da vacinação, que é disponibilizada pelo SUS para meninas com 9 a 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos. Há também a vacina contra a hepatite B, que é dada em três doses. No entanto, mesmo que todas as doses das vacinas tenham tenham sido administradas, é importante que a camisinha continue sendo utilizada, pois garante a proteção contra as outras infecções sexualmente transmissíveis.

Saiba como usar a camisinha corretamente e esclareça as principais dúvidas assistindo ao vídeo a seguir:

youtube image - COMO COLOCAR A CAMISINHA CORRETAMENTE
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