Vacinas COVID-19: eficácia, doses e efeitos colaterais

Atualizado em abril 2024

As vacinas para COVID-19 têm como objetivo estimular a imunidade a prevenir que o SARS-CoV-2, vírus responsável pela doença, entre no organismo e cause sintomas graves.

As vacinas foram desenvolvidas ao longo da pandemia de COVID-19, podendo ser indicadas 2 a 3 doses de acordo com a vacina administrada. Além disso, em alguns casos, pode ser recomendada uma dose de reforço para "atualizar" a imunidade e combater de forma mais eficaz as variantes dos vírus.

No Brasil, as vacinas utilizadas para a COVID-19 são a da Pfizer, incluindo a bivalente, a AstraZeneca, a Coronavac e a Janssen.

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Vacinas para COVID-19

As principais vacinas para COVID-19 aprovadas para uso no Brasil são:

  • Pfizer e BioNTech (Comirnaty): a vacina apresentou 95% de eficácia contra infecção e 100% contra casos graves da doença;
  • AstraZeneca (Vaxzevria): a vacina demonstrou eficácia de 63,09% contra a infecção;
  • Sinovac (Coronavac): demonstrou uma taxa de eficácia de 51% para casos leves e de 100% para infecções moderadas e graves;
  • Johnson & Johnson/ Janssen (JNJ-78436735): apresentou taxa de eficácia de 66,9%, sendo que essa taxa variou de acordo com o país onde foi aplicada. Apresenta ainda 100% de eficácia contra casos graves de COVID-19 e hospitalização.

Além dessas, outras vacinas foram aprovadas pela OMS para uso emergencial no início da pandemia.

Vacinas usadas no Brasil e Portugal

As vacinas contra a COVID-19 que se encontram em uso no Brasil são a vacina da Pfizer e BioNTech; a Coronavac; a vacina da Johnson & Johnson; e a vacina da AstraZeneca.

Já em Portugal, as vacinas aprovadas são a da Pfizer e BioNTech; a da Moderna; a vacina da Johnson & Johnson; a vacina da AstraZeneca; e a vacina da Novavax.

Como funcionam as vacinas da COVID-19

As vacinas contra a COVID-19 têm sido desenvolvidas com base em 4 tipos de tecnologia:

  • Tecnologia genética (mRNA ou DNA) (Pfizer e Moderna): é uma tecnologia que faz com que as células saudáveis do corpo produzam a mesma proteína que o coronavírus utiliza para entrar nas células. Ao fazer isso, o sistema imune é obrigado a produzir anticorpos que, durante uma infecção, podem neutralizar a proteína do verdadeiro coronavírus e impedir o desenvolvimento da infecção;
  • Uso de vetores virais/ adenovírus modificados (Astrazeneca, Sputnik V e Janssen): consiste em utilizar adenovírus, que são inofensivos para o corpo humano, e modificá-los geneticamente para que atuem de forma parecida com o coronavírus, mas sem risco para a saúde. Isso faz com que o sistema imunológico treine e produza anticorpos capazes de eliminar o vírus caso aconteça a infecção;
  • Uso de proteínas ou fragmentos de proteínas (Novavax): utilizam uma parte, ou a proteína completa do vírus que se liga nas células, para "treinar" o sistema imunológico a saber que proteínas deve reconhecer e atacar durante uma infecção real;
  • Uso do coronavírus inativado (Coronavac) : é utilizada uma forma inativada do novo coronavírus que não provoca a infecção, nem problemas para a saúde, mas que permite ao corpo produzir os anticorpos necessários para combater o vírus.

Todas estas formas de funcionamento são teoricamente eficazes e já funcionam na produção de vacinas para outras doenças. Confira as dúvidas mais comuns sobre a vacina da COVID-19.

Quantas doses da vacina são necessárias?

O esquema de vacinação primária inclui as seguintes doses, de acordo com a vacina:

  • Coronavac: 2 doses, com intervalo de 2 a 4 semanas;
  • Pfizer e BioNTech: 2 doses, com intervalo de 8 semanas;
  • Moderna: 2 doses, com intervalo de 28 dias;
  • Astrazeneca: 2 doses, com intervalo de 8 semanas;
  • Johnson & Johnson/Janssen: 1 dose única.

Nas vacinas que precisam de duas aplicações, a OMS recomenda que ambas as doses sejam do mesmo laboratório, não existindo, para já, benefício reconhecido no uso de doses de vacinas diferentes.

Após a aplicação das doses do esquema de vacinação, a OMS e os Ministérios da Saúde de diferentes países recomendam ainda as doses de reforço, que garantem a eficácia das vacinas por mais tempo.

No caso da vacina bivalente da Pfizer, geralmente é indicada que seja aplicada uma dose em pessoas com 12 anos ou mais cerca de 3 meses após terminar o esquema primário de vacinação ou dose de reforço. Já pessoas a partir de 60 anos ou pessoas imunocomprometidas com mais de 12 anos e que receberam a última dose da vacina há mais de 6 meses, devem tomar 2 doses da vacina bivalente.

Quando tomar a dose de reforço da vacina?

O Ministério da Saúde no Brasil autorizou a dose de reforço da vacina contra a COVID-19 para todas as pessoas com mais de 18 anos. Essa dose deve ser feita após um intervalo mínimo de 4 meses desde as doses iniciais. Além disso, está indicada uma segunda dose de reforço (4ª dose) para pessoas acima dos 40 anos e trabalhadores da área da saúde, sendo recomendada que essa dose seja tomada 4 meses após a 1ª dose de reforço (3ª dose).

Em Portugal, a dose de reforço está aprovada para pessoas com mais de 50 anos, residentes em lares ou instituições similares, profissionais de saúde, pessoas com mais de 12 anos e doenças de risco aumentado ou pessoas com trissomia 21 e idade superior a 16 anos.

Saiba mais sobre quando tomar a terceira dose da vacina contra a COVID-19

A vacina é eficaz contra as novas variantes?

De acordo com a OMS, as vacinas contra a COVID-19 deverão apresentar efeito contra as variantes do vírus que forem surgindo, já que estimulam uma complexa resposta imune de todo o organismo, que ficará "atento" para partículas do novo coronavírus, mesmo que surjam algumas modificações na sua estrutura.

Ainda assim, mesmo que se fique infectado com uma nova variante, as chances de desenvolver uma infecção grave que coloque a vida em risco é muito inferior para quem se encontra completamente imunizado, ou seja, com mais de 2 semanas após a 2ª dose da vacina.

É esperado que, ao longo do tempo, e à medida que vão surgindo novas variantes, que a composição das vacinas seja gradualmente atualizada, para conferir maior proteção.

Vacina bivalente contra a COVID-19

A vacina bivalente contra a COVID-19 é aprovada pela ANVISA e Ministério da Saúde para crianças com 12 anos ou mais e protege contra a cepa original do SARS-CoV-2 e contra a ômicron e suas subvariantes.

É indicada 1 dose da vacina bivalente da Pfizer, que deve ser aplicada pelo menos 3 meses após a conclusão do esquema primário de vacinação ou da última dose de reforço.

Além disso, atualmente o Ministério da Saúde recomenda o reforço da vacina bivalente para pessoas com 60 anos ou mais, ou pessoas imunocomprometidas com mais de 12 anos e que tenham recebido a última dose dessa vacina há mais de 6 meses.

Quanto tempo demora para fazer efeito?

O efeito de proteção da vacina contra a COVID-19 pode demorar algumas semanas, pois o corpo precisa de tempo para conseguir produzir os anticorpos que vão garantir imunidade contra a infecção.

Além disso, no caso das vacinas que precisam de 2 doses, a proteção só é garantida 2 a 3 semanas depois da 2ª dose.

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Crianças e adolescentes podem tomar a vacina?

As recomendações do Centro de Tratamento e Prevenção de Doenças (CDC) é que todas as crianças e adolescentes com mais de 5 anos sejam vacinados contra a COVID, sendo indicada a administração da vacina da Pfizer até os 18 anos.

Atualmente, no Brasil, a ANVISA e o Ministério da Saúde autorizaram o seguinte uso:

  • Vacina da Pfizer em crianças com mais de 12 anos e versão pediátrica em crianças entre os 5 e 11 anos. Ambas as versões devem ser aplicadas em 2 doses, com 8 semanas de intervalo.
  • Coronavac em crianças a partir dos 3 anos, incluindo imunossuprimidas, numa versão igual aos adultos, com duas doses administradas com 28 dias de intervalo.

Foi também aprovada pela Anvisa a vacina da Pfizer para crianças entre 6 meses e 4 anos, conhecida como Pfizer baby, que possui formulação diferente das vacinas aprovadas anteriormente. Essa vacina é indicada em 3 doses, sendo as 2 primeiras doses administradas com 3 semanas de intervalo e a terceira no mínimo 8 semanas após a segunda dose. A recomendação do Ministério da Saúde é que essa vacina seja administrada apenas para crianças nessa faixa etária com comorbidades.

Em Portugal, a vacina da Pfizer está aprovada para aplicação em crianças a partir dos 5 anos, sendo recomenda uma versão pediátrica até aos 11 anos e a versão de adulto a partir dos 12 anos. As doses devem ser administradas com intervalo de 6 a 8 semanas no caso da versão pediátrica, e 21 a 28 dias nas crianças com mais de 12 anos. Saiba mais sobre a vacina da COVID para crianças.

Possíveis efeitos colaterais

De acordo com a OMS, os efeitos colaterais mais comuns das vacinas que estão sendo usadas contra a COVID-19 são:

  • Dor e/ou inchaço no local da injeção;
  • Cansaço excessivo;
  • Dor de cabeça;
  • Dor muscular;
  • Febre e calafrios;
  • Diarreia.

Estes efeitos colaterais são semelhantes aos de muitas outras vacinas, incluindo a vacina da gripe comum, por exemplo. Geralmente surgem nos primeiros 3 dias após a vacinação e desaparecem rapidamente sem necessitar de qualquer tratamento específico. Veja como aliviar os efeitos colaterais da vacina da COVID-19.

Existe ainda o risco de a vacina da COVID-19 causar alergia grave em algumas pessoas. Embora este seja um efeito muito raro, deve ser assistido o mais rápido possível. Por esse motivo, muitas pessoas precisam esperar 15 a 30 minutos antes de serem liberadas após a vacinação. Ainda assim, qualquer pessoa que apresente sinais de alergia grave algumas horas ou dias após a vacinação, como inchaço do rosto ou dificuldade para respirar, deve ir rapidamente ao hospital.

A vacina da COVID-19 pode causar trombose?

Embora existam alguns relatos de pessoas que desenvolveram trombose venosa profunda ou embolia pulmonar após fazer a vacinação contra a COVID-19, o risco desse tipo de complicações é considerado extremamente baixo. Já o risco de trombose por COVID-19, é muito superior.

Além disso, foram identificados raros casos de trombose associada a trombocitopenia (diminuição da quantidade de plaquetas) 4 a 52 dias após a vacinas de adenovírus (AstraZeneca e Johnson & Johnson). Assim, na presença de sinais e sintomas de trombocitopenia e trombose após a vacinação, como falta de ar, dor no peito, dor nas pernas, visão turva ou hematomas, por exemplo, é importante que o médico seja consultado para que o tratamento seja iniciado. Nestes casos, a segunda dose da vacina está desaconselhada.

Apesar dos relatos, a ocorrência de trombose devido à vacinação é rara e, por isso, a vacinação continua sendo recomendada e é considerada segura pelas principais autoridades de saúde, como a Anvisa, a Agência Europeia de Medicamentos ou a OMS.

A vacina pode causar síndrome de Guillain-Barré?

De acordo com a FDA, nos Estados Unidos, a vacina da Jonhson & Johnson parece aumentar o risco de desenvolver síndrome de Guillain-Barré nos primeiros 42 dias após a vacinação. No entanto, esses casos são muito raros e não são uma contraindicação para a vacinação, que deve continuar a ser feita.

A síndrome de Guillain-Barré afeta principalmente os músculos e normalmente causa o aparecimento de formigamento e fraqueza nos braços e pernas. Caso este tipo de sintomas seja identificado nos primeiros 2 meses após a vacinação, é importante consultar um médico ou ir à urgência. Veja mais sobre a síndrome de Guillain-Barré, seus sintomas e tratamento.

Quem já teve COVID-19 pode tomar a vacina?

A orientação é que todas as pessoas possam ser vacinadas de forma segura, tendo tido, ou não, infecção anterior por COVID-19. Embora os estudos indiquem que após a infecção o corpo desenvolva defesas naturais contra o vírus durante, pelo menos, 90 dias, outros estudos também indicam que a imunidade conferida pela vacina seja até 3 vezes maior.

No Brasil, a recomendação é que pessoas que já tiveram COVID-19 sejam vacinadas depois de 1 mês da infecção, enquanto em Portugal esse período é de 6 meses. A completa imunidade da vacina apenas é considerada ativa depois que todas as doses da vacina são administradas.

Em qualquer caso, tendo sido feita a vacinação ou tendo-se tido uma infecção anterior por COVID-19, é recomendado continuar a adotar as medidas de proteção individual, como uso de máscara, lavagem frequente das mãos e distanciamento social.

É seguro tomar a vacina da COVID e da gripe juntas?

De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, a aplicação da vacina da COVID-19 e da gripe, podem ser aplicadas no mesmo dia, não havendo interferência na eficácia das vacinas. No entanto, a recomendação é a de que a aplicação seja feita em grupos musculares diferentes. Caso isso não seja possível, pode-se aplicar no mesmo grupo muscular desde que com uma distância de 2,5 cm entre cada vacina, pois assim é possível diferenciar os efeitos adversos caso ocorram.

Quem não deve tomar a vacina

A vacina contra a COVID-19 não deve ser administrada em pessoas com histórico de reações alérgicas graves a algum dos componentes da vacina. Além disso, a vacinação também só deve ser feita após avaliação de um médico no caso de crianças com menos de 16 anos e mulheres a amamentar.

Pacientes a fazer uso de imunossupressores ou com doenças autoimunes também devem fazer a vacinação apenas sobre supervisão do médico responsável pelo tratamento.

Durante a gravidez, as orientações variam de acordo com as autoridades de saúde cada país. No Brasil, a vacinação pode ser feita desde que a grávida tenha receita médica e mais de 18 anos, sendo recomendada a administração da Coronavac ou vacina da Pfizer. Já em Portugal, a recomendação de vacinação é para grávidas com mais de 16 anos, após as 21 semanas de gestação, que tenham feito uma ecografia morfológica e mais de 14 dias após a administração de qualquer outra vacina.

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