25 dúvidas sobre a vacina do coronavírus (COVID-19)

Atualizado em julho 2022
Evidência científica

A vacinação contra a COVID-19 é um tema polêmico, especialmente porque as vacinas foram desenvolvidas em pouco tempo para tentar combater a pandemia mundial causada pelo novo coronavírus. Por esse motivo, muitas dúvidas e mitos têm surgido sobre a vacina, especialmente relacionados com a sua segurança e eficácia.

A vacina continua sendo a forma mais eficaz de prevenir a infecção grave da COVID-19, que pode levar à internação e colocar a vida em risco. Conheça mais sobre as vacinas contra a COVID-19.

A seguir apresentamos uma lista das dúvidas mais frequentes, explicadas e esclarecidas com base em evidência científica.

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1. A vacina é segura?

A vacina da COVID-19 passou por vários testes para garantir a sua eficácia, segurança e qualidade. Independente do laboratório e do tipo de vacina, todas foram devidamente aprovadas pela OMS, e outras autoridades de saúde (como Anvisa, FDA, EMA ou Infarmed) e são consideradas seguras.

2. Quem pode tomar a vacina?

Todas as pessoas podem tomar a vacina contra a COVID-19. No entanto, é aconselhado consultar o médico em algumas situações específicas, como ter histórico anterior de alergias, principalmente a algum tipo de vacinação, ou ter o sistema imunológico enfraquecido, como em casos de câncer, transplantes e outros tratamentos que dificultem o funcionamento do sistema imunológico.

3. Posso tomar a vacina se tiver febre, tosse ou estiver gripado?

A vacina não é recomendada em casos de febre, tosse e gripes, uma vez que o sistema imunológico está mais fragilizado nestas situações. Além disso, como os sintomas da COVID-19 podem ser confundidos com os da gripe, é recomendado permanecer em isolamento e seguir todas as orientações para um caso suspeito. Veja o que fazer em caso de suspeita de COVID-19.

4. Quem está com COVID pode tomar a vacina?

A vacina da COVID não é indicada para pessoas que estão com doença, porque ainda não existem estudos que comprovem a eficácia da vacinação para estes casos. Além disso, pessoas com COVID devem permanecer em isolamento para evitar a transmissão da doença.

No Brasil, é recomendado tomar a vacina somente com pelo menos 30 dias após o início dos sintomas da COVID. No caso de Portugal, a vacina é recomendada 6 meses após o diagnóstico da COVID-19.

5. Posso tomar a vacina da COVID junto com a vacina da gripe?

De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, as vacinas da COVID-19 e da gripe podem ser aplicadas no mesmo dia. Isso porque já são conhecidos os efeitos mais frequentes  e a eficácia das vacinas contra a COVID-19, não existindo interferência da vacina aplicada contra a gripe.

Apesar de poderem ser aplicadas no mesmo dia, a recomendação é a de que a aplicação aconteça em grupos musculares diferentes, como uma em cada braço, por exemplo, ou, caso não seja possível, pode ser aplicada no mesmo grupo muscular desde que com distância de 2,5 cm entre as duas.

6. A vacina é 100% eficaz?

Nenhuma vacina é considerada 100% eficaz na prevenção da COVID-19 ou de qualquer outra infecção. No entanto, a maior parte das vacinas contra a COVID-19 garante uma proteção quase total contra as formas mais graves da doença, o que diminui o risco de internação e morte. Conheça a taxa de eficácia de cada vacina da COVID-19.

Alguns fatores que podem afetar a eficácia da vacina são:

  • Idade mais avançada;
  • Sistema imunológico comprometido, como em casos de doenças autoimunes ou tratamento do câncer, por exemplo;
  • Doenças associadas, como hipertensão, diabetes ou problemas respiratórios.

Estes fatores diminuem a capacidade do sistema imunológico para criar uma resposta robusta contra o vírus, diminuindo a eficácia da vacina. Ainda assim, a vacinação continua sendo a melhor forma de treinar o organismo e diminuir o risco de ter uma infecção grave.

A não-vacinação não protege contra a infecção pela COVID-19, nem as formas graves da doença.

7. Qual a eficácia da vacina contra as variantes da COVID?

De acordo com a OMS [1], todas as vacinas atuais são muito eficazes contra todas as variantes atuais do coronavírus, ajudando a prevenir internações e mortes causadas pela COVID-19. Entenda como é a eficácia da vacina contra as novas variantes.

No entanto, é importante lembrar que nenhuma vacina previne o contágio,  e, por isso, é fundamental manter os cuidados gerais de prevenção contra a doença, mesmo após a vacinação completa, como lavar as mãos com sabão e água com frequência, e usar máscaras de proteção individual.

8. A vacina é obrigatória?

A vacina contra o novo coronavírus é fornecida gratuitamente e é voluntária, ou seja, só deve ser feita por quem desejar fazer a vacinação, não sendo obrigatória. Ainda assim, as autoridades de saúde recomendam a vacinação, como meio de proteção individual e coletiva e para ajudar no controle da pandemia.

9. Posso beber bebidas alcoólicas depois da vacinação?

O consumo de bebidas alcoólicas após a vacinação não interfere no efeito da vacina contra a COVID-19. No entanto, é aconselhável que o consumo de álcool seja feito de forma moderada, já que o excesso de álcool, além de ter vários efeitos negativos sobre a saúde em geral, diminui a resposta do sistema imunológico. Além disso, as bebidas alcoólicas podem intensificar os efeitos colaterais da vacina, como cansaço e dor de cabeça.

10. Quem amamenta pode tomar a vacina?

Mulheres que amamentam podem tomar a vacina da COVID-19, porque nenhuma das vacinas atuais contém o vírus vivo do novo coronavírus. Isso quer dizer que não existe risco de transmitir a COVID-19 através do leite materno para o bebê.

Além disso, a vacina estimula o sistema imunológico da mãe a produzir anticorpos contra a doença, ajudando na proteção do bebê contra a COVID-19.

11. Grávidas podem tomar a vacina?

Até ao momento existem poucos estudos realizados com mulheres grávidas que possam assegurar a segurança da vacina contra a COVID-19. Por esse motivo, a recomendação de vacinação varia de acordo com a autoridade de saúde de cada país.

No Brasil [2], a vacinação na gravidez pode ser feita apenas com receita médica em todas as grávidas a partir de 18 anos, existindo recomendação para evitar as vacinas com vetores virais, sendo por isso indicadas as vacinas da Pfizer e a Coronavac.

Já em Portugal [3], a vacinação pode ser feita em grávidas com 16 anos ou mais, depois das 21 semanas de gestação, após fazer uma ecografia morfológica e com intervalo de 14 dias para qualquer outra vacina.

12. Quanto tempo a vacina demora para fazer efeito?

A vacina da COVID-19 demora algumas semanas para fazer efeito e oferecer proteção contra a doença, uma vez que o corpo precisa de tempo para produzir os anticorpos que irão assegurar a imunidade contra o vírus. Dessa forma, pessoas que tiveram contato com o vírus nas semanas anteriores à vacinação, ou imediatamente após receber a vacina, ainda podem desenvolver infecção, já que o corpo ainda não possui os anticorpos necessários para combater a doença..

É importante lembrar também que, no caso das vacinas que precisam de 2 doses diferentes, a maior taxa de proteção acontece apenas de 2 a 3 semanas após a 2ª dose.

13. Quanto tempo dura a imunidade conferida pela vacina?

Ainda não se conhece a duração da imunidade conferida pela vacina, no entanto, os estudos atuais sugerem que a proteção contra doenças graves e morte se mantenha por, um período de 4 a 6 meses, diminuindo gradualmente depois desse período. Ainda assim, serão necessários mais estudos.

Devido a esta possibilidade de diminuição da proteção da vacina, a maior parte das autoridades de saúde aprovaram a administração de doses de reforço após a vacinação inicial. Entenda melhor o que é a dose de reforço e quando tomar.

14. Quais são as doses de reforço da vacina?

As doses de reforço da vacina da COVID-19 são indicadas para reforçar a imunidade, sendo aplicadas dentro de um período de 4 a 6 meses após a vacinação completa inicial.

Atualmente existem a 3ª e a 4ª dose da vacina da COVID-19 e as recomendações variam de acordo com a idade e a ocupação da pessoa. Veja quando tomar a 3ª e a 4ª dose da vacina.

15. Quando tomar a 4ª dose da vacina?

A 4ª dose da vacina contra COVID-19, também chamada de 2ª dose de reforço, deve ser aplicada no mínimo 4 meses após a dose anterior. Para aqueles que começaram a vacinação com a vacina Janssen, o número de doses de reforço pode ser diferente e variar de acordo com a idade, mas o intervalo ainda é de no mínimo 4 meses. Veja mais detalhes sobre a aplicação da 4ª dose.

16. Quem já teve COVID-19, precisa ser vacinado?

A vacinação contra a COVID-19 está indicada mesmo para quem já teve a doença, uma vez que os estudos apontam que é possível voltar a desenvolver a infecção.

17. Que reações adversas podem surgir?

Assim como qualquer outro tipo de vacina, a vacina da COVID-19 também pode provocar algumas reações, como dor, inchaço e vermelhidão no local da injeção. Além disso, algumas pessoas também podem ainda apresentar cansaço, dor muscular, febre e dor de cabeça. Estes sintomas geralmente são leves e tendem a desaparecer em poucos dias. Veja as reações adversas mais comuns e o que fazer para tratar cada uma.

18. Posso atrasar a 2ª dose da vacina?

O ideal é que a segunda dose da vacina seja feita no período estipulado, pois assim garante-se que o reforço é feito no pico de produção de anticorpos que acontece após a primeira dose.

No entanto, se não for possível fazer a vacinação nessa data, é recomendado que a segunda dose seja realizada o mais breve possível. Isso porque, embora a primeira dose não deixe de apresentar efeito, a eficácia da vacina só é garantida depois que as duas doses são administradas.

Assim, a segunda dose deve ser feita de acordo com as recomendações do fabricante:

  • Coronavac: 2 a 4 semanas;
  • Pfizer e BioNTech: 21 a 28 dias;
  • Moderna: 28 dias;
  • Covaxin: 28 dias;
  • Astrazeneca: 8 semanas;
  • Sputnik V: 21 dias.

Sempre que possível, a OMS recomenda que as duas doses sejam da mesma vacina. Porém, se não for possível, a segunda dose deve ser feita com outra vacina que seja do mesmo tipo.

19. É preciso repetir a vacinação periodicamente?

Ainda não se sabe por quanto tempo a vacina da COVID-19 confere imunidade, por isso não é possível afirmar se a vacinação precisará ser feita de forma periódica. No entanto, caso se verifique que a proteção é pouco duradoura, é possível que seja necessário realizar a vacinação periódica, principalmente dos grupos de maior risco.

20. Posso ficar doente por tomar a vacina?

Nenhuma das vacinas aprovadas contra a COVID-19 contêm o vírus vivo na sua composição. Por esse motivo, a vacina não é capaz de causar COVID-19. Veja como funcionam as principais vacinas contra a COVID-19.

21. É possível transmitir o vírus depois de ser vacinado?

A vacina apenas protege contra o desenvolvimento grave da infecção, o que significa que uma pessoa vacinada, embora tenha pouco risco de desenvolver sintomas, ainda pode transportar e transmitir o vírus para outras pessoas.

22. A vacina altera o DNA?

Nenhum tipo de vacina contra a COVID-19 causa alterações no DNA. Embora algumas vacinas contenham pedaços do mRNA do vírus, esses pedaços não alteram o DNA das células, estimulando apenas o sistema imunológico para produzir anticorpos capazes de combater o vírus.

23. Devo continuar a usar máscara depois da vacinação?

Uma vez que a vacinação não impede a transmissão do vírus, é recomendado que, mesmo depois da vacinação, se mantenha as medidas de proteção individual, como uso de máscara, lavagem frequente das mãos e distanciamento social.

24. É verdade que a vacina pode causar infertilidade?

Não existe qualquer evidência científica que indique que as vacinas contra o novo coronavírus possam causar infertilidade.

25. Quem não deve fazer a vacinação da COVID-19?

Não existe nenhuma contra-indicação definitiva contra a vacinação da COVID-19. No entanto, mulheres grávidas, crianças ou adolescentes com menos de 16 anos, e pessoas com algum tipo de doença grave que possa afetar o sistema imunológico, como câncer, devem sempre discutir a possibilidade de vacinação com um médico.

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