A pressão alta (hipertensão) é uma condição crônica caracterizada pelo aumento da pressão arterial acima de 140x90 mmHg. A pressão alta é também conhecida como uma doença silenciosa, já que, na maioria dos casos, não provoca sintomas, embora algumas pessoas possam sentir dor de cabeça, alterações da visão ou tonturas.
As causas mais comuns da pressão alta são a alimentação rica em sal e a falta de exercício físico regular, mas também pode acontecer devido a algum problema de saúde, como doenças renais ou alterações cardíacas.
O tratamento inclui sempre cuidados com a alimentação, como redução na quantidade de sal, mas também pode precisar ser feito com remédios para a pressão alta.

Principais sintomas
A pressão alta é uma condição silenciosa, que, na maioria dos casos, não causa qualquer tipo de sintoma. Por esse motivo, é muito comum que se tenha hipertensão por vários anos antes de surgir qualquer tipo de sintoma.
Ainda assim, quando acontecem picos em que a pressão arterial sobe muito de repente, podem surgir sintomas de pressão alta, como:
- Enjoo e tonturas;
- Dor de cabeça;
- Sonolência;
- Zumbido no ouvido;
- Alterações da visão;
- Dificuldade para respirar.
Sempre que surge algum destes sintomas é muito importante marcar uma consulta com um clínico geral para avaliar a possibilidade de se ter hipertensão, iniciando o tratamento adequado. Além disso, existem algumas medidas que se podem fazer durante um pico de pressão alta e que ajudam a regular a pressão arterial, como tentar relaxar ou tomar o remédio para pressão receitado pelo médico.
A melhor forma de se identificar a hipertensão é fazer medições regulares da pressão arterial, para identificar quando está acima de 140 x 90 mmHg. Assim, uma boa estratégia pode ser fazer check-ups 2 a 3 vezes por ano com o clínico geral ou o médico de família, por exemplo.
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O que causa a pressão alta
A pressão alta surge sempre que existe alguma alteração que cause dificuldade para o sangue circular nos vasos sanguíneos, aumentando a pressão que o coração precisa fazer para que o sangue circule corretamente.
No entanto, dependendo do tipo da hipertensão, existem causas diferentes:
Hipertensão primária
A hipertensão primária é aquela que surge ao longo do tempo sem estar relacionada com qualquer problema de saúde ou uso de algum tipo de substância ou medicamento e, por isso, a causa é mais difícil de identificar.
Este é o tipo mais comum de hipertensão e normalmente está relacionada com fatores como:
- Genética: algumas pessoas e famílias apresentam maior tendência para apresentar pressão arterial alta;
- Má alimentação: uma alimentação pouco saudável, como elevada ingestão de sal, açúcar e frituras pode causar alterações que aumentam a pressão arterial;
- Falta de atividade física: o exercício físico é importante para manter o bom funcionamento do coração e para regular a pressão arterial.
Além disso, a idade também pode causar aumento da pressão arterial devido à diminuição da elasticidade dos vasos sanguíneos. É por esse motivo que a hipertensão também é mais comum em idosos.
Hipertensão secundária
A hipertensão secundária é mais rara, mas geralmente apresenta causas mais fáceis de identificar como:
- Doença renal;
- Problemas cardíacos;
- Alterações da tireoide;
- Uso de alguns medicamentos;
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- Doenças hormonais.
Quando é normal ter pressão alta
Ter pressão alta nem sempre é mau, nem significa que se tem hipertensão. É normal que o aumento da pressão arterial aconteça em pessoas completamente saudáveis, em situações temporárias como fazer exercício físico, sentir algum tipo de dor, tomar café ou viver uma situação estressante, por exemplo.
Porém, é esperado que a pressão diminua pouco tempo depois dessas situações. Caso a pressão se mantenha alta por vários dias, ou se acontecer muito regularmente sem nenhuma causa aparente, é importante consultar um médico, para avaliar se pode realmente se tratar de uma situação de hipertensão arterial.
Como é confirmado o diagnóstico
Uma vez que existem várias situações do dia a dia que podem aumentar a pressão arterial sem significar que se tem hipertensão, o diagnóstico não pode ser feito com apenas uma medição da pressão arterial.
Assim, para confirmar o diagnóstico é importante que seja feitas, pelo menos 3 medições da pressão arterial em três dias diferentes com intervalo mínimo de uma semana entre cada medição. Além disso é importante que as medições sejam feitas por um profissional de saúde, já que é preciso saber medir corretamente a pressão arterial para evitar erros na hora de avaliar os resultados.
Alguns médicos podem também pedir que a pessoa faça algumas medições em casa ou na farmácia, para descartar a hipótese de a pressão arterial estar aumentada no consultório devido à síndrome do avental branco.
Quando existe suspeita de hipertensão o médico pode ainda aconselhar a realização de outros exames que ajudam a identificar uma possível causa, como exame de urina, exame de sangue, eletrocardiograma ou ultrassom renal.
Como entender o valor de pressão arterial
Para entender o valor de pressão arterial é preciso conhecer os dois valores:
- Pressão sistólica: geralmente é o valor mais alto da medição (ex.: 135 mmHg) e representa a pressão que é feita nas artérias quando o coração bate;
- Pressão diastólica: é o valor mais baixo (ex.: 65 mmHg) e representa a pressão nas paredes das artérias entre cada batida do coração.
Depois de medida, a pressão arterial é classificada de acordo com este quadro:
Classificação | Pressão sistólica (mmHg) | Diastólica (mmHg) |
---|---|---|
Ótima | < 120 | < 80 |
Normal | < 130 | < 85 |
Limítrofe | 130 a 139 | 85 a 89 |
Hipertensão estágio 1 | 140 a 159 | 90 a 99 |
Hipertensão estágio 2 | 160 a 179 | 100 a 109 |
Hipertensão estágio 3 | >= 180 | >= 110 |
Quanto maior o estágio de hipertensão, maior o risco de complicações graves. Pessoas com pressão limítrofe e com hipertensão estágio 1 podem conseguir regular a pressão apenas com algumas alterações do estilo de vida, enquanto pessoas com hipertensão estágio 2 e 3 normalmente precisam fazer uso de remédios receitados pelo médico.
Como deve ser feito o tratamento
O tratamento para hipertensão varia de acordo com o tipo de hipertensão. Isto porque, no caso da hipertensão secundária é muito importante identificar a causa e iniciar um tratamento direcionado para corrigir a doença ou problema que está na origem da pressão alta.
Já nas situações de hipertensão primária, que é o tipo mais comum, normalmente são necessárias alterações do estilo de vida e até medicamentos para regular diretamente a pressão:
1. Remédios para pressão alta
Embora existam vários remédios capazes de diminuir a pressão arterial, geralmente só são indicados pelo médico quando não é possível regular a pressão arterial apenas com as mudanças de estilo de vida como melhorar a alimentação e fazer exercício físico regular. Nestes casos, os medicamentos mais utilizados incluem:
- Diuréticos, como furosemida, hidroclorotiazida ou espironolactona;
- Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA's), como captopril, enalapril ou ramipril;
- Antagonistas do receptor da angiotensina, como losartana, valsartana ou telmisartana;
- Beta bloqueadores, como propranolol, atenolol ou carvedilol;
- Bloqueadores dos canais de cálcio, como amlodipina, nifedipina ou nicardipina;
- Vasodilatadores, como minoxidil ou hidralazina.
Estes medicamentos podem ser usados isoladamente ou em combinação, mas devem sempre ser usados junto com as alterações do estilo de vida, para garantir um melhor efeito sobre a pressão arterial.
2. Dieta para pressão alta
A dieta para hipertensão é uma das alterações mais importantes para ajudar a diminuir a pressão arterial. É importante fazer uma alimentação saudável, variada e pobre em sal, açúcar e alimentos com muita gordura.
Assim, é importante dar preferência para frutas, vegetais, cereais e proteínas magras, como carnes brancas e peixe, por exemplo.
3. Prática regular de exercício físico
Junto com a dieta, outra alteração do estilo de vida que é indispensável é a realização de atividade física regular por, pelo menos, 30 minutos, 3 a 5 vezes por semana. Os exercícios mais direcionados para manter a saúde vascular são os aeróbicos, como corrida, caminhada, ciclismo ou natação, por exemplo.
4. Remédios naturais para pressão alta
Para complementar o tratamento orientado pelo médico também existem alguns remédios naturais que ajudam a regular a pressão arterial. Alguns exemplos são a água de alho, o chá de folhas de oliveira ou o chá de valeriana.
Estes remédios devem ser usados sempre com conhecimento do médico e sob orientação de um naturopata.
Hipertensão durante a gravidez
A hipertensão é uma condição que também pode acontecer durante a gravidez, e que deve ser bem controlada para evitar o surgimento de complicações que coloquem em risco a vida da gestante ou do bebê.
Uma complicação que pode surgir com o aumento da pressão arterial durante esta fase é a pré-eclâmpsia, que é caracterizada por um aumento constante da pressão arterial e lesões em diferentes órgãos do corpo, especialmente rins, pulmões e fígado, além de aumentar o risco de prematuridade e aborto.
Quando a mulher suspeita de pressão alta na gravidez deve consultar o obstetra e iniciar o tratamento adequado, que normalmente inclui o uso de medicamentos e alterações na dieta, a fim de evitar todas as complicações.
Possíveis complicações da hipertensão
Quando a hipertensão não é identificada e tratada adequadamente, podem passar vários anos em que a pressão se mantém alta e vai criando pequenas lesões nos vasos e nos órgãos de todo o corpo. Por esse motivo, existem várias complicações graves da hipertensão, como:
Doenças cardíacas
O aumento da pressão arterial faz com que o coração precise bombear com mais força, para conseguir enviar o sangue para todo o corpo. Quando isso acontece por vários anos seguidos, podem surgir vários problemas como:
- Insuficiência cardíaca;
- Arritmia;
- Angina de peito.
Além disso, pessoas com hipertensão descontrolada também têm maior risco de desenvolver aneurismas da aorta e até infarto.
Alterações cerebrais
Devido ao aumento da pressão arterial dentro dos vasos do cérebro podem surgir várias lesões a nível cerebral, que podem causar alterações como problemas de memória, dificuldade para aprender e até dificuldade para falar.
Além disso, a pressão alta pode causar um diminuição da quantidade de oxigênio que chega no cérebro, aumentando o risco de AVC isquêmico.
Problemas renais
O aumento da pressão arterial pode também causar lesões nos frágeis vasos sanguíneos dos rins, aumentando o risco de desenvolver insuficiência renal.
Como prevenir a hipertensão arterial
A melhor forma de prevenção da hipertensão arterial consiste em ter um estilo de vida saudável. Por esse motivo, algumas ações que podem diminuir bastante o risco de hipertensão incluem:
- Fazer uma dieta saudável, equilibrada e com pouco sal;
- Evitar o excesso de peso corporal;
- Fazer exercício físico regular, 3 a 5 vezes por semana;
- Evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
É também importante fazer uma monitorização regular da pressão arterial, pelo menos 2 a 3 vezes por ano, assim como fazer check-ups anuais no médico, a fim de identificar condições que possam aumentar o risco de hipertensão arterial.
Assista o vídeo com mais dicas para baixar a pressão alta: