Enterocolite: o que é, sintomas, tipos e tratamento (tem cura?)

Enterocolite é uma inflamação que acontece no intestino delgado e grosso, causando sintomas como dor abdominal, náuseas, vômitos, perda do apetite, febre, diarreia e mal-estar geral.

A enterocolite pode ser causada por infecção viral, bacteriana, alergia alimentar ou pelo uso de medicamentos imunossupressores, antibióticos ou quimioterápicos, que alteram a flora intestinal, favorecendo o surgimento de infecções.

O tratamento da enterocolite é feito pelo gastroenterologista ou clínico geral e, em casos leves, inclui hidratação, alimentação leve e repouso. Dependendo da causa, podem ser usados medicamentos, e, em situações graves, pode ser necessária cirurgia.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de enterocolite

Os principais sintomas de enterocolite são:

  • Dor abdominal e cólicas;
  • Diarreia, que pode ter sangue;
  • Perda do apetite;
  • Náusea e vômito;
  • Abdômen distendido;
  • Presença de muco nas fezes;
  • Febre;
  • Fadiga e mal-estar geral.

Além disso, o recém-nascido com enterocolite também pode apresentar vômito amarelo, verde ou com sangue, fezes com sangue, baixa temperatura corporal e sonolência.

Enterocolite tem cura?

A enterocolite geralmente tem cura, principalmente quando é identificada e tratada corretamente. Nos casos leves e moderados, os sintomas melhoram em poucos dias ou semanas. 

Em casos graves, é necessário atendimento médico urgente, mas com o tratamento adequado, a recuperação é possível.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da enterocolite deve ser feito pelo gastroenterologista ou clínico geral, através da avaliação dos sintomas apresentados, exame físico e do histórico de saúde da pessoa.

Se deseja confirmar o risco de enterocolite, marque uma consulta com o gastroenterologista mais próximo de você:

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Para confirmar o diagnóstico, o médico pode solicitar exames, como o exame de fezes, para detectar infecções bacterianas, virais ou parasitárias, e exames de sangue, como hemograma, para avaliar sinais de infecção ou inflamação.

Em alguns casos, também podem ser indicados exames de imagem, como ultrassonografia, colonoscopia ou tomografia computadorizada, para ajudar a identificar infecções, doenças específicas e possíveis complicações nos intestinos.

Leia também: Colonoscopia: o que é, como é feita (e preparo recomendado) tuasaude.com/colonoscopia

Possíveis causas

A enterocolite pode ser causada por fatores como:

  • Infecções por parasitas, como Giardia lamblia e Entamoeba histolytica;
  • Infecções bacterianas, como Salmonella, Escherichia coli, Clostridium e Shigella;
  • Infecções virais, como rotavírus, norovírus e adenovírus;
  • Doenças inflamatórias intestinais, como doença celíaca e doença de Crohn;
  • Reações alérgicas a alimentos.

Além disso, a enterocolite também pode ser causada pelo uso de medicamentos imunossupressores, antibióticos ou quimioterápicos, que alteram o equilíbrio da flora intestinal, favorecendo as infecções.

Os bebês e as crianças são os mais frequentemente afetados pela enterocolite, assim como pessoas com doenças crônicas como o HIV.

Tipos de enterocolite

Existem diferentes tipos de enterocolite, de acordo com a causa e os sintomas dessa condição, como:

1. Enterocolite necrosante

A enterocolite necrosante é uma doença grave do intestino, que normalmente afeta recém‑nascidos, especialmente bebês prematuros ou de baixo peso.

Nesse tipo de enterocolite, ocorre uma inflamação na parede intestinal que provoca a morte de parte do tecido intestinal, o que pode levar a perfuração, infecção generalizada e risco de vida se não for tratada rapidamente.

Os principais sintomas da enterocolite necrosante são perda do apetite, vômito verde ou amarelo, letargia, distensão abdominal, diarreia com sangue e sensibilidade na barriga.

Leia também: Enterocolite necrosante: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/enterocolite-necrosante

2. Enterocolite infecciosa

A enterocolite infecciosa é o tipo mais comum e acontece quando vírus, bactérias ou parasitas infectam o intestino delgado e o cólon.

A transmissão geralmente ocorre por alimentos ou água contaminados, contato com pessoas infectadas ou higiene inadequada das mãos.

3. Enterocolite pseudomembranosa

A enterocolite pseudomembranosa é uma inflamação da parte final do intestino, o cólon e o reto, que pode ser causada pelo uso de alguns antibióticos, como amoxicilina e clindamicina, por exemplo. Entenda melhor o que é a enterocolite pseudomembranosa

Isso provoca a proliferação da bactéria Clostridium difficile e o surgimento de placas esbranquiçadas chamadas pseudomembranas na mucosa intestinal, causando inflamação intensa e episódios de diarreia intensos.

4. Enterocolite neutropênica

A enterocolite neutropênica afeta pessoas com neutropenia, que é a diminuição da quantidade de neutrófilos, que são as células do sangue responsáveis pelo combate de infecções. 

Pessoas com neutropenia têm maior risco de infecções graves, que podem causar enterocolite, geralmente associada a quimioterapia, câncer ou condições que comprometem o sistema imunológico. Entenda melhor como acontece a neutropenia.

Os sintomas que podem estar presentes na enterocolite neutropênica, que também é conhecida como tiflite, incluem febre, dor e distensão abdominal, perda do apetite, náusea, diarreia com ou sem sangue, e sensibilidade ao tocar a barriga

5. Enterocolite hemorrágica

As infecções provocadas por Escherichia coli enterohemorrágica podem levar ao desenvolvimento da enterocolite hemorrágica.

Isso porque essa cepa de bactéria produz toxinas que ficam no revestimento do intestino, causando inflamação e hemorragia.

A enterocolite hemorrágica afeta principalmente pessoas muito jovens e idosos, causando diarreia com sangue.

6. Enterocolite induzida por proteínas alimentares

A enterocolite induzida por proteínas alimentares é um tipo de alergia alimentar que causa uma resposta inflamatória no intestino, sendo mais comum em bebês.

Geralmente está associada à proteína do leite de vaca ou da soja, presentes em fórmulas infantis ou na alimentação materna quando o bebê é amamentado.

Os sintomas incluem vômitos, diarreia com presença de sangue ou muco nas fezes, irritabilidade, recusa alimentar e, em alguns casos, perda de peso ou anemia. 

Na maioria dos casos, o problema melhora ao eliminar a proteína causadora da dieta do bebê ou da mãe, sob orientação médica.

7. Enterocolite associada a Hirschsprung

A enterocolite associada à doença de Hirschsprung é uma complicação dessa condição congênita, em que há ausência ou deficiência de células responsáveis pelas contrações do cólon, dificultando a passagem das fezes.

Esse acúmulo favorece o crescimento excessivo de bactérias, que podem se espalhar pelo intestino, provocando enterocolite. Os sintomas incluem febre, vômitos, diarreia, distensão abdominal e, em casos graves, sepse.

Tratamento de enterocolite

O tratamento de enterocolite geralmente envolve hidratação adequada, alimentação leve e repouso, porém, dependendo da causa e da gravidade, pode incluir:

1. Medicamentos

Quando a causa é infecciosa, podem ser necessários antibióticos, como ampicilina, gentamicina, clindamicina, metronidazol, rifaximina e vancomicina, que podem ser indicados para o tratamento da enterocolite pseudomembranosa.

Nos casos graves, como enterocolite necrosante ou neutropênica, o tratamento envolve internação hospitalar e uso de antibióticos potentes, como piperacilina-tazobactam, meropenem ou cefepime. 

2. Alimentação

A alimentação desempenha papel importante no tratamento da enterocolite, ajudando na recuperação e na absorção de nutrientes, além de reduzir o risco de complicações. 

Em geral, recomenda-se evitar alimentos crus e, quando indicado, incluir alimentos probióticos, como iogurte e kefir, para ajudar a equilibrar a flora intestinal. 

Nos casos graves, como enterocolite necrosante, pode ser necessária a nutrição parenteral total, em que os nutrientes são administrados diretamente na corrente sanguínea, garantindo suporte nutricional seguro. Entenda para que serve a nutrição parenteral.

Para enterocolite induzida por proteínas alimentares, como a relacionada a fórmulas de leite ou soja, o pediatra pode recomendar a troca por fórmulas hipoalergênicas específicas.

3. Cirurgia

A cirurgia é necessária nos casos de enterocolite grave, quando surgem complicações, como perfuração intestinal, necrose extensa do intestino, hemorragia intensa, ou quando essa condição não responde aos medicamentos.

O procedimento cirúrgico geralmente consiste em remover a parte danificada do intestino, por meio de técnicas como hemicolectomia ou ileostomia. 

Leia também: Ileostomia: o que é, para que serve, tipos (e cuidados) tuasaude.com/ileostomia

Em alguns casos, pode ser necessária a criação de uma ostomia temporária, que é uma abertura do intestino para fora do corpo, para permitir que a parte saudável cicatrize adequadamente.

Vídeos relacionados

3 principais doenças que causam DIARREIA

07:01 | 113.692 visualizações