A nefrite lúpica surge quando o lúpus eritematoso sistêmico, que é uma doença autoimune, afeta os rins, provocando inflamação e lesões nos pequenos vasos responsáveis por filtrar as toxinas do organismo. Dessa forma, o rim deixa de conseguir funcionar normalmente e surgem sintomas como sangue na urina, pressão alta ou dor constante nas articulações, por exemplo.
Esta doença afeta mais de metade dos pacientes com lúpus e é mais comum em mulheres na terceira década de vida, embora também possa afetar homens e pessoas e outras idades, sendo uma das principais causas de morte de lúpus.
Embora seja uma complicação grave do lúpus, a nefrite pode ser controlada com o tratamento adequado e, por isso, é muito importante que pessoas que sofrem com lúpus façam consultas e exames regulares para avaliar a presença de complicações. Quando não é tratada adequadamente, a nefrite lúpica pode provocar insuficiência renal.
Conheça os sintomas do lúpus eritematoso e como é feito o tratamento.

Principais sintomas
Os sintomas da nefrite lúpica podem variar muito de pessoa para pessoa, no entanto, os mais comuns são:
- Sangue na urina;
- Urina com espuma;
- Inchaço excessivo das pernas, pés, rosto ou mãos;
- Dor constante nas articulações e músculos;
- Aumento da pressão arterial;
- Febre sem causa aparente;
Quando se tem lúpus e surgem um ou mais destes sintomas, é muito importante consultar o médico que está fazendo o tratamento da doença, para que ele faça exames como teste de urina ou exame de sangue e confirme a presença, ou não, da nefrite, iniciando o tratamento.
Em alguns casos, pode até ser necessário fazer uma biópsia do rim para confirmar o diagnóstico. Para isso, o médico aplica anestesia no local e, utilizando uma agulha, remove um pedaço de tecido do rim, que depois é analisado em laboratório. A biópsia renal deve ser realizada em todos os pacientes com lúpus, assim como naqueles que têm alterações nos resultados das análises, como aumento da creatinina, diminuição da filtração glomerular e presença de proteínas e sangue na urina.
O ultrassom renal consiste em um estudo de imagem de primeira linha na avaliação do paciente com manifestações de uma doença renal, já que permite identificar alterações como obstruções e permite também avaliar a anatomia do órgão.
Como é feito o tratamento
O tratamento da nefrite lúpica normalmente é iniciado com o uso de remédios, receitados pelo médico, para diminuir a resposta do sistema imune e diminuir a inflamação nos rins. Alguns desses medicamentos são corticoides, como a prednisona e imunossupressores. O tratamento combinado é mais eficaz que aquele em que se usam apenas corticoides.
Além disso, dependendo dos sintomas, pode ainda ser necessário usar diuréticos para baixar a pressão arterial e para eliminar o excesso de toxinas e líquidos do organismo.
Em alguns casos pode ser também recomendado consultar um nutricionista para mudar a dieta de forma a facilitar o trabalho do rim e diminuir o avanço do lúpus. Veja algumas dicas da nossa nutricionista:
Já nos casos mais graves, em que o lúpus provocou muitas lesões no rim, pode começar a surgir insuficiência renal e, por isso, o tratamento pode envolver o uso de hemodiálise ou, até, transplante de rim.
Confira mais sobre como deve ser a alimentação para quem tem problemas no rim.
Classificação e tipos de nefrite lúpica
A nefrite lúpica pode ser dividida em 6 classes. Na Classe I e II existem alterações muito leves no rim, que pode nem provocar sintomas ou provocar sinais ligeiros, como urina com sangue ou presença de proteínas no exame de urina.
A partir da Classe III, as lesões afetam uma área cada vez maior dos glomérulos, sendo cada vez mais graves, levando à diminuição da função do rim. A classe da nefrite lúpica é sempre identificada depois de fazer os exames de diagnóstico, para ajudar o médico a decidir qual a melhor forma de tratamento, para cada caso. Além disso, o médico também deverá considerar a idade e situação clínica geral da pessoa.