O hipotireoidismo é uma alteração da tireoide que se caracteriza pela diminuição da produção dos hormônios T3 e T4, que são essenciais para o bom funcionamento do corpo. Quando isso acontece, podem surgir sintomas como cansaço excessivo, diminuição dos batimentos cardíacos, aumento do peso, queda de cabelo e pele seca.
O hipotireoidismo é mais comum em mulheres a partir dos 40 anos de idade, especialmente quando existe histórico de familiares próximos com hipotireoidismo, quando se fez retirada de uma parte ou toda a tireoide, ou quando se fez algum tipo de radiação na cabeça ou pescoço.
O tratamento do hipotireoidismo tem como objetivo regular os níveis de hormônios tireoidianos e, assim, aliviar os sintomas, sendo normalmente indicado pelo endocrinologista o uso de hormônios sintéticos, como a Levotiroxina, por exemplo.

Sintomas de hipotireoidismo
Os principais sintomas de hipotireoidismo são:
- Dor de cabeça, nos músculos e articulações;
- Menstruação irregular;
- Unhas frágeis, quebradiça;
- Pele áspera e seca;
- Pálpebras inchadas;
- Queda de cabelo sem causa aparente e cabelos mais finos, secos e sem brilho;
- Batimentos cardíacos mais lentos que o normal;
- Cansaço excessivo;
- Dificuldade de concentração;
- Memória fraca;
- Diminuição da libido;
- Aumento de peso sem causa aparente.
Além disso, em alguns casos a pessoa pode apresentar mudanças de personalidade, depressão e demência, no entanto esses sintomas acontecem em pessoas que possuem níveis muito baixos de T3 e T4. No caso das crianças, o hipotireoidismo também pode interferir no desenvolvimento, de forma que na adolescência pode ter a puberdade atrasada e baixa estatura, por exemplo.
Quando o hipotireoidismo é grave e não é tratado corretamente, pode causar retenção de líquidos e resultar na inflamação dos tecidos. Como consequência da inflamação, acontece um aumento da pressão sobre os nervos periféricos e causar formigamento e dormência no punho, principalmente.
Além disso, no caso do hipotireoidismo congênito, caso não seja detectado logo na primeira semana após o nascimento, a criança pode ter alterações neurológica, havendo risco de desenvolver retardo mental. Veja mais sobre o hipotireoidismo congênito.
Principais causas
A causa mais comum de hipotireoidismo é a Tireoidite de Hashimoto, que é uma doença autoimune, em que os anticorpos começam a atacar a glândula tireoide, como se ela fosse nociva ao próprio corpo. Além disso, o hipotireoidismo pode acontecer devido à deficiência de iodo, que é uma condição conhecida como bócio, em que há aumento do tamanho da tireoide, porém menor quantidade de T3 e T4 devido à diminuição da concentração de iodo.
O tratamento contra o hipertireoidismo ou o uso de medicamentos como carbonato de lítio, amiodarona, propiltiouracil e metimazol também podem levar ao hipotireoidismo, sendo importante consultar o endocrinologista caso seja identificado qualquer um dos sintomas para que possa ser indicada a suspensão do medicamento ou a substituição.
Pessoas que tomaram medicamentos para tireoide com o intuito de emagrecer também podem desenvolver hipotireoidismo porque uma vez que estes hormônios já estão presentes na corrente sanguínea, a tireoide pode parar ou diminuir a sua produção natural.
Além dessas causas, o hipotireoidismo também pode surgir durante a gravidez ou no período pós-parto que tende a voltar ao normal logo a seguir. Além disso, é importante lembrar que essa doença diminui a fertilidade da mulher, causando problemas para engravidar. Veja mais sobre o hipotireoidismo e a gravidez.

Como saber se é hipotireoidismo
Para saber se é hipotireoidismo, o endocrinologista avalia os sinais e sintomas apresentados pela pessoa e indica a realização de exames de sangue para verificar a quantidade de hormônios relacionados com a tireoide circulantes.
Dessa forma, é indicada a dosagem de T3 e T4, que normalmente estão diminuídos no hipotireoidismo, e a dosagem de TSH, que está aumentado. No caso do hipotireoidismo subclínico, podem ser observados níveis normais de T4 e TSH aumentado. Veja mais sobre os exames que avaliam a tireoide.
Além disso, o médico pode indicar a realização de pesquisa de anticorpos, mapeamento da tireoide e ultrassonografia da tireoide quando são notados nódulos durante a palpação da tireoide. É possível também que a pessoa realize o autoexame da tireoide para identificar qualquer alteração, principalmente nódulos. Saiba como fazer o autoexame da tireoide.
Quem precisa fazer exames para tireoide
Além das pessoas que apresentam sinais e sintomas que podem indicar hipotireoidismo estes exames também devem ser realizados por:
Mulheres com mais de 50 anos | Quem fez radioterapia na cabeça ou pescoço | Pessoas com Diabetes tipo 1 |
Durante a gravidez | Quem fez cirurgia na tireoide | Pessoas com doença autoimune |
Se tiver bócio | Se tiver casos de doenças da tireoide na família | Em caso de insuficiência cardíaca |
Quem tem Síndrome de Down | Quem tem Síndrome de Turner | Produção de leite fora da gravidez ou sem estar amamentando |
Hipotireoidismo na gravidez
O hipotireoidismo, se não estiver bem controlado, pode dificultar a possibilidade de engravidar e ter repercussões tanto para mãe quanto para o bebê. Ele pode acontecer também no pós-parto, alguns meses após o nascimento do bebê, de forma transitória e que também necessita de cuidados com o tratamento.
Assim, é normal que durante o pré-natal o médico peça exames de T3, T4 e TSH para avaliar o funcionamento da tireoide e continuar a acompanhar no pós-parto como ficam os valores dos hormônios da tireoide e se há necessidade de uso de medicações para voltar ao normal. Saiba quais são os riscos do hipotireoidismo na gravidez.
Como é feito o tratamento
O tratamento para o hipotireoidismo é relativamente simples e deve ser feito através da reposição hormonal com a toma de hormônios sintéticos, a Levotiroxina, que contém o hormônio T4, e que deve ser tomado em jejum, pelo menos 30 minutos antes de tomar o café da manhã, para que a digestão dos alimentos não diminua a sua eficácia. A dose do medicamento deve ser prescrita pelo endocrinologista e pode variar ao longo do tratamento de acordo com os níveis de T3 e T4 circulantes no sangue.
Após 6 semanas do início do uso dos medicamentos, o médico pode verificar os sintomas que a pessoa apresenta e solicitar um exame TSH para verificar se é preciso ajustar a dose do medicamento até que a quantidade de T4 livre esteja normalizada. Depois disso, os exames para avaliar a tireoide devem ser realizados 1 ou 2 vezes por ano, para verificar se é preciso ajustar a dose do medicamento.
Além do uso de medicamentos, é importante que a pessoa controle os níveis de colesterol no sangue, evitando o consumo de gorduras, fazer uma dieta que ajude no bom funcionamento do fígado e evitar o excesso de estresse, pois prejudica a secreção de hormônios pela tireoide. Em alguns casos pode ser também recomendada a consulta com o nutricionista para que o tratamento nutricional com suplemento de iodo possa ajudar a diminuir os sintomas de hipotireoidismo.
No caso de hipotireoidismo subclínico, quando não há sintomas envolvidos, o médico pode indicar o uso de medicamentos porque estes podem ajudar a diminuir o risco de problemas cardiovasculares, o que pode ser importante para pessoas que estão acima do peso ou que tenham colesterol alto ou diabetes.
Veja como a alimentação pode melhorar o funcionamento da tireoide no vídeo a seguir.
Sinais de melhora ou piora
Os sinais de melhora no hipotireoidismo surgem mais ou menos 2 semanas após o início do tratamento, podendo ser observada diminuição do cansaço e melhora do humor. Além disso, a longo prazo o tratamento do hipotireoidismo também ajuda a controlar o peso e a reduzir os níveis de colesterol no sangue.
Os sinais de piora aparecem quando o tratamento não é realizado corretamente ou quando a dose de Levotiroxina não está adequada, havendo insônia, aumento do apetite, palpitações e tremores, por exemplo.