Corrimento marrom antes da menstruação: causas e o que fazer

Atualizado em dezembro 2021

O corrimento marrom normalmente acontece no início ou no final da menstruação devido às alterações hormonais desse período, no entanto pode também acontecer antes da menstruação, podendo ser resultado da ovulação, relação sexual vigorosa ou após a realização de exames ginecológicos, como o Papanicolau, por exemplo.

No entanto, a presença desse do corrimento marrom antes da menstruação pode também ser indicativo de situações mais graves e que necessitam de tratamento, como Doença Inflamatória Pélvica (DIP), Infecção Sexualmente Transmissível (IST) ou Síndrome do Ovário Policístico, por exemplo.

Assim, caso o corrimento marrom seja acompanhado por outros sintomas como mal estar geral, febre, aumento do peso, aparecimento de acne, sensação de pressão na barriga, dor ao urinar ou sangramento durante a relação sexual, por exemplo, é importante que o ginecologista seja consultado para que sejam realizados exames que ajudem a identificar a causa do corrimento marrom antes da menstruação e, assim, ser iniciado o tratamento mais adequado.

Imagem ilustrativa número 1

As principais causas de corrimento marrom antes da menstruação são:

1. Ovulação

Algumas mulheres podem apresentar um pequeno sangramento durante o período ovulatório, que acontece cerca de 14 dias após o fim da menstruação. O sangramento de ovulação normalmente dura 2 dias e é caracterizado por um pequeno sangramento marrom, rosa ou vermelho que pode manchar a calcinha ou ser notado no papel higiênico.

O que fazer: na maioria dos casos não é necessário realizar tratamento, já que é uma situação que acontece devido às alterações hormonais típicas do período menstrual. No entanto, caso esse sangramento dure mais de 2 dias, seja mais intenso ou seja acompanhado por dor, é importante que o ginecologista para que seja feita uma investigação da causa. Conheça as principais causas de dor na ovulação.

2. Nidação

A nidação corresponde à implantação do óvulo fecundado pelo espermatozoide na parede do útero, dando início à gravidez, o que pode causar um pequeno sangramento marrom ou vermelho em algumas mulheres que pode durar até 3 dias.

O que fazer: caso o corrimento marrom seja acompanhado de cólica fraca e sensação de peso na barriga e tenha acontecido cerca de 7 a 10 dias após uma relação sexual sem camisinha, é recomendado que seja feito um teste de gravidez. Entenda mais sobre a nidação.

3. Presença de objetos

A presença por muito tempo de alguns objetos na vagina pode também levar ao aparecimento de corrimento marrom, como absorvente interno, camisinha feminina, esponja absorvente e alguns contraceptivos, como diafragma e anel vaginal, por exemplo. Além disso, a presença de alguns desses objetos de forma prolongada pode também aumentar o risco de infecção e inflamação da vagina.

O que fazer: é importante que o absorvente interno e a esponja absorvente sejam trocadas regularmente, pois assim é possível prevenir as chances de inflamação e infecção na região genital. Além disso, é indicado que a camisinha feminina seja retirada logo após a relação sexual. No caso do corrimento marrom causado por métodos contraceptivos, é importante que o ginecologista seja consultado para que seja avaliada a possibilidade de troca do método.

4. Após exame ginecológico

Algumas mulheres podem apresentar um leve corrimento marrom após a realização de exames ginecológicos, principalmente após o exame Papanicolau ou a colposcopia.

O que fazer: como se trata de uma situação normal, não é necessário realizar qualquer tratamento. Porém, nos casos em que o corrimento dura mais que um dia ou é acompanhado por outros sintomas, é importante que o médico seja consultado.

5. Doença Inflamatória Pélvica

A doença inflamatória pélvica, também chamada de DIP, é uma inflamação que tem início na vagina e que pode atingir o útero, trompas uterinas e ovário e levar ao aparecimento de alguns sintomas como corrimento marrom que pode ter mau cheiro, dor durante a relação sexual, dor no abdômen e febre, por exemplo.

Essa situação acontece devido à presença de bactérias que não foram identificadas e/ ou tratadas corretamente, resultando na inflamação. Saiba mais sobre a DIP.

O que fazer: é fundamental que o ginecologista seja consultado, pois assim é possível que seja uma avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela mulher, assim como a indicação de realização de exames que ajudem a confirmar a DIP e a verificar o estágio em que se encontra. De forma geral, o tratamento para DIP é feito com o uso de antibióticos, que podem ser indicados de acordo com o agente infeccioso responsável pela infecção.

6. Infecção Sexualmente Transmissível

Algumas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) podem ter como um dos sintomas a presença de corrimento marrom que pode ser acompanhado por dor e ardor ao urinar, dor pélvica, dor durante a relação sexual e febre, por exemplo.

O que fazer: no caso do corrimento marrom acontecer alguns dias após a relação sexual desprotegida, é importante que sejam realizados exames para IST, pois caso seja confirmado é possível iniciar o tratamento mais adequado logo na fase inicial da doença, aumentando as chances de cura. O tratamento depende do agente infeccioso associado com a infecção, podendo ser indicado o uso de antibióticos ou antivirais em forma de comprimido ou pomada.

É importante também que o (a) parceiro (a) também realize o tratamento, mesmo que não tenha sinais ou sintomas aparentes, pois assim é possível prevenir a reinfecção, por exemplo. É fundamental que o tratamento seja feito conforme a orientação do ginecologista, devendo ser continuado mesmo que os sintomas tenham melhorado.

7. Síndrome do Ovário Policístico

A síndrome do ovário policístico, também chamada de SOP, é uma situação caracterizada por alterações hormonais, o que pode ter como consequência a presença de um leve corrimento marrom. Além disso, é comum haver aumento da oleosidade da pele, aparecimento de acne, ganho de peso, queda de cabelo e dificuldade para engravidar, por exemplo. Veja como identificar a síndrome do ovário policístico.

O que fazer: é importante que o ginecologista seja consultado para que seja recomendado o tratamento mais adequado para aliviar os sintomas, o que normalmente é feito com o uso de anticoncepcionais. Nos casos em que é identificada grande quantidade de cistos, pode ser recomendada a realização de cirurgia.

8. Câncer de colo de útero

O câncer de colo de útero, ou câncer cervical, pode ter como principais sintomas a ocorrência de corrimento marrom, que pode ter mau cheiro em alguns casos, dor abdominal constante, vontade de urinar mais frequentemente, perda de peso sem causa aparente e sensação de pressão na parte de baixo da barriga, por exemplo.

O que fazer: na presença de sinais e sintomas possivelmente indicativos de câncer cervical, é recomendado que o ginecologista seja consultado para que seja realizado o exame de Papanicolau ou a colposcopia com biópsia e, assim, ser possível concluir o diagnóstico e iniciar o tratamento.

O tratamento para o câncer de colo do útero depende do estágio da doença, idade e estado geral de saúde da mulher, podendo ser indicada a realização de conização do útero, histerectomia, traquelectomia, exenteração pélvica e/ ou quimio e radioterapia, por exemplo. Entenda como é feito o tratamento para câncer de colo de útero.