A doença inflamatória pélvica é uma inflamação e infecção que atinge os órgãos reprodutores femininos e tem origem na vagina, progredindo e afetando o útero, trompas e ovários, se espalhando por uma grande área pélvica, e acontecendo na maioria dos casos como consequência de uma infecção que não foi devidamente tratada.
A doença inflamatória pélvica, também chamada de DIP, afeta principalmente adolescentes e jovens sexualmente ativas, com vários parceiros sexuais, que não usam camisinha e que mantém o hábito de lavar internamente a vagina, já que essas situações podem provocar desequilíbrio da microbiota vaginal normal e aumentar o risco de infecções, principalmente por Chlamydia trachomatis ou Neisseria gonorrhoeae, que são as bactérias mais frequentemente associadas com a DIP.
Apesar de ser normalmente relacionada com infecções sexualmente transmissíveis, a DIP pode estar também relacionada com outras situações como a colocação de DIU ou endometriose, que é uma situação em que o tecido do endométrio cresce fora do útero. Saiba mais sobre a endometriose.

Sintomas de DIP
Os principais sintomas de DIP são:
- Febre igual ou superior a 38ºC;
- Dor no abdômen e na região pélvica, principalmente durante a sua palpação;
- Sangramento vaginal fora da menstruação ou após a relação sexual;
- Corrimento vaginal amarelado ou esverdeado com mau cheiro;
- Dor durante o contato íntimo, principalmente durante a menstruação.
Na maioria dos casos, a doença inflamatória pélvica pode ser muito sutil, e nem sempre a mulher consegue perceber seus sinais e sintomas, favorecendo a proliferação dos microrganismos e resultando em maiores inflamações da região genital.
As mulheres que possuem mais chances de desenvolver esse tipo de inflamação são as que possuem entre 15 e 25 anos de idade, não usam camisinha em todas relações sexuais, que possuem diversos parceiros sexuais, e as que tem o hábito de usar a ducha vaginal, o que muda a flora vaginal facilitando o desenvolvimento de doenças.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da doença inflamatória pélvica é feito a partir da observação e análise dos sintomas pelo ginecologista, além de outros exames que podem ser solicitados, como a ultrassonografia pélvica ou transvaginal, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou laparoscopia, que é o exame que costuma confirmar a doença. Além disso, o médico pode indicar a realização da análise da secreção vaginal com o objetivo de identificar o microrganismo relacionado com a inflamação.
Estágios da DIP
A partir dos resultados dos exames de diagnóstico realizados, o médico é capaz de verificar o estágio da doença, sendo eles:
- Estádio 1: Inflamação do endométrio e das trompas, mas sem infecção do peritôneo;
- Estádio 2: Inflamação das trompas com infecção do peritôneo;
- Estádio 3: Inflamação das trompas com oclusão tubária ou comprometimento tubo-ovariano, e abscesso íntegro;
- Estádio 4: Abscesso tubo-ovariano roto, ou secreção purulenta na cavidade.
Dessa forma, ao identificar a gravidade da DIP e o agente infeccioso responsável, é possível que o tratamento mais adequado seja indicado.
Principais causas
A doença inflamatória pélvica está normalmente relacionada com a proliferação de microrganismos e ausência de tratamento adequado. A principal causa de DIP são os microrganismos transmitidos sexualmente, podendo, nesses casos, ser consequência de gonorreia ou clamídia, que são infecções causadas por Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, respectivamente.
Além disso, a DIP pode se desenvolver como consequência de infecção no momento do parto, introdução de objetos contaminados na vagina durante a masturbação, colocação de DIU a menos de 3 semanas, endometriose ou após a realização de biópsia do endométrio ou curetagem uterina.
Como é o tratamento
O tratamento para doença inflamatória pélvica pode ser feito com o uso de antibióticos por via oral ou por via intramuscular por cerca de 14 dias. Além disso, é importante repouso, ausência de contato íntimo durante o tratamento, nem mesmo com camisinha para dar tempo para os tecidos cicatrizarem, e a retirada do DIU, se for o caso.
Um exemplo de antibiótico para doença inflamatória pélvica é a Azitromicina, mas outros, como o Levofloxacino, Ceftriaxona, Clindamicina ou Ceftriaxona também podem ser indicados. Durante o tratamento é recomendado que o parceiro sexual também seja tratado mesmo que não tenha sintomas para evitar a recontaminação e a cirurgia pode ser necessária para tratar a inflamação das tubas uterinas ou para drenagem de abscessos. Entenda como é feito o tratamento da DIP.