O câncer de colo do útero é um tipo de tumor que normalmente não provoca sintomas na fase inicial, mas à medida que a doença se desenvolve pode haver sintomas como sangramento vaginal fora do período menstrual ou após as relações sexuais, corrimento com mau cheiro, dor durante a relação sexual, dor abdominal e sensação de pressão na parte inferior da barriga.
O câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, é causado principalmente pela infecção pelo vírus HPV, no entanto pode também acontecer em mulheres que não foram infectadas pelo vírus e que tem mais de 45 anos, fumam e fazem uso de pílula anticoncepcional por muito tempo, por exemplo.
Quando identificado nos estágios iniciais, o câncer de colo de útero pode ser tratado e tem cura. Por isso, é importante consultar regularmente o ginecologista, para fazer exames como papanicolau e colposcopia, por exemplo, que facilitam a identificação precoce de alterações sugestivas de câncer.

Sintomas de câncer de colo do útero
Os principais sintomas de câncer de colo do útero são:
- Sangramento fora do período menstrual;
- Sangramento após a relação sexual;
- Corrimento com mau cheiro ou coloração escura;
- Dor abdominal ou pélvica, que pode piorar ao urinar ou evacuar;
- Dor durante a relação sexual;
- Sensação de pressão na parte inferior da barriga;
- Vontade de urinar mais frequente, mesmo durante a noite;
- Perda rápida de peso sem motivo aparente.
Além disso, em alguns casos a pessoa também pode apresentar cansaço excessivo, dor e inchaço nas pernas, perdas involuntárias de urina ou de fezes.
Os sintomas do câncer de colo de útero são mais frequentes quando a doença já está mais avançada, por isso é fundamental que o ginecologista seja consultada assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico do câncer de colo do útero é feito pelo ginecologista através do exame pélvico e da avaliação da história familiar e de saúde da pessoa. Durante a consulta ginecológica, poderá ser realizado o toque vaginal e avaliação da vagina e do colo do útero.
Além disso, o médico também indica o papanicolau, também conhecido como exame preventivo, e o exame de colposcopia, pois assim é possível avaliar mais detalhadamente o colo do útero.
Caso sejam identificadas alterações, o médico pode solicitar a realização de uma biópsia do colo do útero, um exame onde é feita a coleta de um pequeno pedaço tecido do colo do útero para ser analisada em laboratório. Veja como é feita a biópsia do colo do útero.
Estágios do câncer de colo de útero
De acordo com o desenvolvimento do tumor, é possível classificar a doença em alguns estágios:
- Estágio 1: nesse estágio, o tumor está localizado somente no útero;
- Estágio 2: o tumor é encontrado dentro e fora do útero, mas não atinge a parede pélvica ou o terço inferior da vagina;
- Estágio 3: tumor que se estende à parede pélvica, compromete a parte inferior da vagina, ou causa alteração nos rins;
- Estágio 4: Tumor que invade a mucosa da bexiga ou ânus ou e/ou que se estende além da pélvis.
É importante que seja verificado o estágio do câncer de colo de útero para que o médico possa indicar o tratamento mais adequado para combater o câncer e prevenir a evolução da doença e a ocorrência de metástases, que é quando as células cancerígenas se desprendem do tumor e passam para a corrente sanguínea, afetando outros órgãos.
Possíveis causas
A principal causa do câncer de colo do útero é a infecção pelo vírus HPV, que é transmitido principalmente através das relações sexuais desprotegidas, com ou sem penetração. Conheça mais sobre o HPV.
Além disso, alguns fatores de risco que que também podem contribuir para o surgimento do câncer de colo de útero são:
- Iniciar precocemente a atividade sexual;
- Ter múltiplos parceiros sexuais;
- Fumar;
- Usar pílulas anticoncepcionais por muito tempo;
- Ter mais de 45 anos;
- Engravidar antes dos 17 anos ou dar a luz a vários filhos.
Além disso, mulheres que possuem outras infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia, herpes ou gonorreia, também apresentam maiores riscos de desenvolverem o câncer de colo de útero.
Como é feito o tratamento
O tratamento para o câncer de colo do útero varia conforme o estágio da doença, o tamanho do tumor, se existem metástases da doença, a idade e o estado de saúde geral da mulher.
1. Conização
A conização consiste na retirada de uma pequena parte do colo do útero, em forma de cone. Embora seja uma técnica mais usada para fazer a biópsia e confirmar o diagnóstico de câncer, a conização também pode ser considerada uma forma de tratamento padrão em casos de lesão escamosa intraepitelial de alto grau, que ainda não é considerada câncer, mas que pode evoluir para câncer. Veja como é feita a conização.
2. Histerectomia
A histerectomia é o principal tipo de cirurgia para tratar o câncer de colo de útero, podendo ser utilizada nas fases iniciais ou mais avançadas da doença, podendo ser:
- Histerectomia total: remove apenas o útero e o colo do útero e pode ser feita através de um corte no abdômen, por laparoscopia ou através do canal vaginal;
- Histerectomia radical: além do útero e do colo do útero, também são removidos a parte superior da vagina e os tecidos próximos, que podem estar afetados pelo câncer.
É importante lembrar que nos dois tipos de histerectomia os ovários e as trompas só são retirados se também tiverem sido afetados pelo câncer. Veja os tipos de histerectomia e os cuidados após a cirurgia.
3. Radioterapia e quimioterapia
A radioterapia é um tratamento que pode ser indicado antes, durante ou após o tratamento com cirurgia ou quimioterapia, onde utiliza-se a aplicação de radiação diretamente no tumor.
Já a quimioterapia é um procedimento onde se administra medicamentos via oral, ou injetáveis para eliminar ou impedir o crescimento das células cancerígenas.
4. Traquelectomia
A traquelectomia é um tipo de cirurgia que remove apenas o colo do útero e o terço superior da vagina, deixando o corpo do útero intacto, o que permite que a mulher engravide após o tratamento, caso desejado.
Normalmente, esta cirurgia é usada nos casos de câncer de colo do útero detectados na fase inicial e que ainda não afetou outras estruturas.
5. Exenteração pélvica
A exenteração pélvica é uma cirurgia mais extensa que pode ser indicada nos casos em que o câncer volta e afeta outras regiões. Nesta cirurgia são retirados o útero, o colo do útero, os gânglios da pélvis, podendo também ser necessário retirar outros órgãos como ovários, trompas, vagina, bexiga e parte do final do intestino.
Como prevenir o câncer de colo do útero
A principal forma de se prevenir o câncer de colo do útero, é através da vacina contra o HPV, que pode ser encontrada em postos de saúde e clínicas particulares. Entenda como e quando tomar a vacina contra o HPV.
Além disso, é importante também usar preservativos em todas as relações sexuais e consultar regularmente o ginecologista.