Taquicardia supraventricular: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em julho 2022

A taquicardia supraventricular é um distúrbio que gera alteração nos impulsos elétricos na parte superior do coração, chamada  átrio, causando o aumento da frequência cardíaca, e podendo levar a sintomas como palpitação, tontura, sensação de peso no peito, cansaço ou falta de ar.

Essa taquicardia pode ser favorecida pelo histórico familiar ou acontecer devido a algumas situações, como estresse, infecção ou consumo excessivo de bebida alcoólica ou cafeína, por exemplo. Conheça outras causas de taquicardia.

A confirmação da taquicardia supraventricular pode ser feita através de um exame físico, onde o médico também poderá solicitar alguns exames, como eletrocardiograma e Holter, para avaliar as causas e indicar o tratamento adequado, que pode envolver o uso de  medicamentos ou a realização de alguns procedimentos, como colocação de um marcapasso ou ablação com cateter, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de taquicardia supraventricular

A taquicardia supraventricular pode não ser percebida pelo paciente, caso aconteça de forma rara e isolada. Em algumas pessoas, as palpitações podem surgir e persistir, levando a sensação de coração acelerado ou descompassado. Essas arritmias podem surgir de repente e desaparecerem rapidamente e sem a necessidade de nenhuma intervenção, porém, em algumas pessoas, elas podem perdurar por mais atempo, até horas ou dias, o que pode levar a sintomas como:

  • Palpitações;
  • Tontura;
  • Cansaço excessivo;
  • Sensação de peso no pescoço e peito;
  • Falta de ar;
  • Suor excessivo;
  • Dor no peito;
  • Desmaio.

Já em crianças e bebês, os principais sintomas podem incluir suor excessivo, falta de apetite, palidez e pulso acelerado.

Nos casos em que os sintomas persistam por minutos, é recomendado procurar assistência médica de urgência, evitando complicações, como desmaios, isquemia cardíaca ou cerebral.

Principais tipos

A taquicardia supraventricular pode ser classificada em alguns tipos de acordo com as causas e os sintomas, sendo os principais:

1. Taquicardia de reentrada atrioventricular

A taquicardia de reentrada atrioventricular é o tipo mais comum de taquicardia supraventricular, onde o coração usa uma via extra de transmissão dos sinais elétricos, fazendo com que o coração bata antes do momento adequado.

Pessoas com este tipo de alteração, apresentam batimentos cardíacos muito rápidos, com mais de 100 batimentos por minuto, e que possuem início e tempo de duração muito curtos. Este tipo de taquicardia é muito comum em todas as idades, mas acontece com maior frequência em mulheres jovens.

2. Taquicardia atrial

Na taquicardia atrial o sinal elétrico que controla os batimentos cardíacos acontece em um local diferente no coração e se repete muito rápido, acelerando os batimentos cardíacos, que ficam igual ou superior a 100 batimentos por minuto, levando a sintomas, como palpitações, desmaio, tontura, dor no peito ou parada cardíaca.

Este tipo de taquicardia pode surgir em crianças com doenças cardíacas congênitas ou que passaram por cirurgias de coração. No entanto, as principais causas deste tipo de taquicardia supraventricular incluem ansiedade, estresse, pressão alta, ocorrência de infartos prévios ou consumo excessivo de álcool, cocaína e outros estimulantes.

3. Taquicardia atrioventricular juncional

A taquicardia atrioventricular juncional é caracterizada por um aumento dos sinais elétricos dentro do feixe de His, um conjunto de fibras localizadas dentro do coração, gerando uma taquicardia, com 120 a 200 batimentos cardíacos por hora, e podendo levar a sintomas como,palpitação, falta de ar, palidez e desmaio.

Este tipo de taquicardia é mais comum em pessoas jovens, sendo geralmente de causa hereditária, mas também pode ser causada pelo uso excessivo de drogas ou álcool, pela ansiedade, além de poder surgir após uma cirurgia de coração.

Causas de taquicardia supraventricular

As principais causas da taquicardia supraventricular são:

  • Doença cardiovascular prévia, como infarto, aterosclerose ou derrame;
  • Síndrome de Wolff-Parkinson-White;
  • Doença pulmonar crônica;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Uso de drogas estimulantes, como cocaína e metanfetaminas;
  • Consumo excessivo de café;
  • Fumo;
  • Doenças da tireóide;
  • Gravidez.

Além disso, o uso de alguns medicamentos para o tratamento de asma, gripes e alergia também podem estar relacionados com o surgimento da taquicardia supraventricular.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da taquicardia supraventricular deve ser feito pelo cardiologista, através da avaliação física e dos sintomas apresentados pela pessoa, além de ser levado em consideração o histórico de saúde da pessoa e o da família.

Além disso, o médico pode solicitar alguns exames mais específicos para diagnosticar os tipo de taquicardia, como eletrocardiograma, Holter de 24 horas, ecocardiograma e teste ergométrico. Em alguns casos, pode também ser indicada a realização de exames de sangue para avaliar a função dos rins e da tireoide. Conheça os exames que avaliam o coração.

Como é feito o tratamento

O tratamento para taquicardia supraventricular deve ser feito somente sob a supervisão de um cardiologista e tem o objetivo de equilibrar os batimentos cardíacos e evitar o agravamento dos sintomas, podendo variar de acordo com o tipo de taquicardia supraventricular que a pessoa possui. Assim, os principais tipos de tratamento são:

1. Manobra vagal

Este tipo de tratamento é indicado para somente para pessoas com taquicardia atrioventricular juncional, onde é feita uma massagem na parte inicial da artéria carótida  para estimular a liberação de substâncias que diminuem a frequência cardíaca.

2. Manobra de Valsalva

Esse é um tipo de manobra realizada pelo cardiologista que estimula o sistema nervoso, favorecendo a redução dos batimentos do coração. No entanto, essa manobra só pode ser realizada em pessoas que possuem a taquicardia atrioventricular juncional.

3. Cardioversão

A cardioversão é uma terapia geralmente indicada no tratamento inicial das taquicardias supraventriculares, especialmente em casos de pressão baixa, sendo colocadas almofadas ou adesivos no peito da pessoa e aplicado "choque elétrico" com o uso de desfibrilador, um dispositivo que emite fortes choques, alterando os sinais elétricos e ajudando a restaurar os ritmos normais do coração.

4. Remédios

Em alguns casos de taquicardia supraventricular, o cardiologista pode prescrever alguns medicamentos para ajudar a controlar a frequência cardíaca ou recuperar os batimentos normais do coração, como ivabradina, verapamil, adenosina, propafenona, betabloqueadores (metoprolol ou atenolol), ou amiodarona, por exemplo.

5. Ablação por cateter

Na ablação por cateter, o médico insere um cateter, nas veias ou artérias da pessoa, que ao encostar no coração, bloqueia os sinais elétricos anormais e restaura os batimentos cardíacos normais.

Este procedimento geralmente é indicado para alguns casos de taquicardias que não precisam de medicamentos ou para pessoas que não respondem ao tratamento com o uso de medicamentos.

6. Marcapasso

Em casos mais raros, o cardiologista pode indicar o uso de marcapasso, onde eletrodos são presos às paredes do coração, e um aparelho que é colocado junto ao coração, monitora e controla os ritmos dos batimentos cardíacos. Entenda o que é e como funciona o marcapasso.

7. Mudanças no estilo de vida

Além dos tratamentos convencionais, o cardiologista, junto com uma equipe multidisciplinar, pode recomendar mudanças no estilo de vida para melhorar a saúde do coração, incluindo:

  • Fazer uma dieta balanceada, consumindo regularmente alimentos ricos em fibras, como cereais integrais, frutas e vegetais frescos, manter a ingestão equilibrada de gorduras saudáveis, como azeite e proteínas com baixo teor de gorduras, e evitar alimentos ricos em gordura e açúcar. Veja algumas dicas para manter uma dieta balanceada
  • Ter boas noites de sono, dormindo entre 7 e 9 horas por noite para auxiliar a diminuir a produção de hormônios relacionados com o estresse, como cortisol e adrenalina; 
  • Praticar atividades físicas regulares, como caminhadas ou natação, sob supervisão de um profissional de educação física, para melhorar  a resistência, além de estimular a produção de hormônios responsáveis pelo prazer e relaxamento, como dopamina, endorfina e serotonina.

Além disso, alguns tipos de terapias e exercícios complementares, como yoga e meditação e técnicas de relaxamento também são recomendadas para aliviar o estresse, ajudando a evitar a taquicardia.

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