O que é Tetraplegia e como identificar

Atualizado em março 2019

Tetraplegia, também conhecida como quadriplegia, é a perda dos movimentos dos braços, tronco e pernas, geralmente, provocada por lesões que atingem a medula espinhal a nível da coluna cervical, devido à situações como traumatismos em acidentes, hemorragia cerebral, sérias deformidades na coluna ou doenças neurológicas.

A perda dos movimentos pode ter intensidades diferentes, que variam desde uma fraqueza até a perda total da capacidade de movimentar o membro. A depender do nível da lesão, a capacidade respiratória também pode ser comprometida, podendo ser indicado o uso de aparelhos para auxiliar a respiração.

Além disso, a tetraplegia pode estar acompanhada de outras complicações, como:

  • Alterações na sensibilidade da região comprometida;
  • Alterações no tônus dos músculos dos membros afetados, podendo haver flacidez (tetraplegia flácida) ou espasticidade (tetraplegia espástica);
  • Alterações no funcionamento da bexiga e do intestino;
  • Dor neuropática, que é um tipo de dor provocado por lesões neurológicas. Entenda melhor o que é dor neuropática e como tratar;
  • Disfunção sexual;
  • Osteoporose;
  • Úlceras por pressão;
  • Outras alterações neurológicas, como surgimento de suor inexplicado ou alterações na circulação sanguínea;

A tetraplegia é diferente de paraplegia, pois na paraplegia há lesão medular abaixo da região torácica, afetando o tronco e os membros inferiores, preservando a força nos braços. Confira mais detalhes sobre a Paraplegia.

Para tratar as alterações, que podem ser recuperadas em alguns casos, e se readaptar às atividades diárias, a pessoa com tetraplegia deverá ser acompanhada não só pelo neurologista, mas também por uma equipe composta por fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. Além disso, também é indicado o acompanhamento psicológico, pois a perda das capacidades físicas também pode deixar a pessoa mais vulnerável ao surgimento de alterações na autoestima e depressão.

Imagem ilustrativa número 1

Quais são as causas

A tetraplegia costuma surgir por alguma lesão na medula espinhal a nível da região cervical, prejudicando a comunicação do sistema nervoso com os braços e pernas. As principais causas incluem:

  • Lesões na coluna, devido a acidentes automobilísticos, ferimentos por armas de fogo, quedas e mergulhos. Saiba as principais causas de lesões na coluna e como identificar;
  • AVC na medula ou regiões específicas do cérebro;
  • Tumores que afetam a medula;
  • Estenose do canal medular;
  • Deformidades graves na coluna;
  • Fraturas nas vértebras, devido ao enfraquecimento provocado por osteoporose, osteomielite, tuberculose óssea ou câncer;
  • Hérnia de disco;
  • Infecções da medula, como mielite transversa o paraparesia espástica tropical;
  • Doenças neurológicas, como esclerose múltipla ou esclerose lateral amiotrófica, por exemplo.

Para detectar a tetraplegia, o neurologista deverá fazer o exame neurológico detalhado, em que irá avaliar a força muscular, a sensibilidade da região e os reflexos, sendo capaz de observar a gravidade, solicitar exames e determinar os melhores tratamentos.

Como é feito o tratamento

Uma pessoa o com tetraplegia pode se curar ou recuperar parcialmente os movimentos, no entanto, isto depende da causa e da gravidade da lesão.

O tratamento inicial é orientado conforme a causa. As lesões na coluna devem ser tratadas por um neurocirurgião ou ortopedista experientes nesta situação, com imobilização, tração da região e cirurgia. Já as doenças neurológicas, como AVC e ELA, são tratadas com orientação do neurologista, com medicamentos específicos para cada doença.

Estando a tetraplegia instalada, o tratamento é voltado para a reabilitação do paciente, com realização de fisioterapia, terapia ocupacional, atividades físicas e acompanhamento psicológico. O uso de órteses para corrigir a postura ou estabilizar áreas do corpo, também pode estar indicada.

Além disso, a pessoa com tetraplegia precisará adaptar as suas atividades diárias para que consiga manter a sua independência o máximo possível, o que inclui uso de cadeiras de rodas específicas, dispositivos de apoio, facilitadores para a alimentação ou softwares para controlar o uso do computador, por exemplo.

Um cuidador pode ser necessário para auxiliar em atividades como higiene e banho. Confira orientações sobre como cuidar de uma pessoa acamada.