Bexiga neurogênica: o que é, tipos, sintomas e tratamento

Atualizado em agosto 2021

A bexiga neurogênica é a incapacidade de controlar o ato de urinar devido a uma disfunção na bexiga ou esfincter urinário, que pode ter diversas causas, que incluem desde alterações nos nervos, que impedem que os músculos da região funcionem corretamente como, também, situações que irritam a região, como alterações hormonais, inflamações na bexiga ou infecções, por exemplo.

A bexiga neurogênica pode ou não ter cura, o que é definido após avaliação do urologista, que determina suas causas e define se ela é do tipo:

  • Hipoativa: quando os músculos não conseguem contrair no momento adequado;
  • Hiperativa: quando existe contração excessiva dos músculos e perda involuntária da urina.

A partir do tipo de bexiga, o médico poderá definir entre as opções de tratamento, que incluem o uso de remédios, como Oxibutinina, Tolterodina ou aplicação de toxina botulínica, por exemplo, além de fisioterapia, uso de sonda vesical ou realização de cirurgia.

Imagem ilustrativa número 1

Tipos de bexiga neurogênica

Na bexiga neurogênica, há uma alteração nos nervos que controlam os músculos que envolvem a bexiga ou o esfíncter urinário, que não conseguem relaxar ou contrair no momento adequado. Assim, a pessoa com esta alteração perde a capacidade de urinar de forma coordenada, de acordo com sua vontade. Dependendo do tipo de alteração, a bexiga neurogênica pode ser:

1. Bexiga hiperativa

Também é conhecida como bexiga espástica ou bexiga nervosa, pois a bexiga se contrai de forma involuntária, havendo assim a perda de urina de forma inesperada e em momentos inapropriados. A bexiga hiperativa é mais comum em mulheres, podendo ser estimulada por alterações hormonais na menopausa, ou pelo aumento do útero na gravidez.

Principais sintomas: incontinência urinária, vontade de urinar frequente e em pouca quantidade, dor ou ardência na região da bexiga, perda do controle da capacidade de urinar. Conheça outros sintomas de bexiga hiperativa.

2. Bexiga hipoativa

Também é conhecida como bexiga flácida, pois a bexiga não é capaz de se contrair voluntariamente, ou o esfincter não é capaz de relaxar, o que provoca o armazenamento de urina, sem a capacidade de eliminá-la de forma adequada.

Principais sintomas: sensação de que bexiga não esvaziou completamente após urinar, gotejamento após urinar ou perda de urina involuntária. Isto aumenta as chances de haver infecção urinária e prejuízo na função dos rins, e por isso o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível. 

Como confirmar o diagnóstico

Para diagnosticar a bexiga neurogênica, o urologista irá avaliar a história clínica da pessoa, com detalhamento dos sintomas, e o exame físico, além de solicitar exames que conseguem observar o funcionamento do trato urinário, como ultrassonografia, radiografia com contraste, uretrocistografia e exame urodinâmico, para avaliar a contração dos músculos urinários no momento da micção.

Possíveis causas 

As causas da bexiga neurogênica podem ser:

  • Irritação da bexiga, por infecção urinária ou alterações hormonais, como na menopausa;
  • Alterações genéticas, como ocorre na mielomeningocele;
  • Doenças neurológicas reversíveis como neurocisticercose ou neuroesquistossomose;
  • Compressão de nervos da região lombar por hérnia de disco;
  • Acidente que lesiona a coluna, causando paraplegia ou tetraplegia;
  • Doenças neurológicas degenerativas como a esclerose múltipla ou Parkinson;
  • Comprometimento neurológico pós-AVC;
  • Alterações neurológicas periféricas pelo diabetes;
  • Perda da elasticidade da bexiga, causada por inflamações, infecções ou alterações neurológicas em geral.

Em homens, a próstata aumentada pode simular muitos sintomas de bexiga neurogênica, sendo uma importante causa reversível de alteração da função dos músculos urinários. 

Como é feito o tratamento

O tratamento para bexiga neurogênica é complexo e pode envolver:

  • Uso de medicamentos do tipo agonistas parassimpáticos, como o cloreto de betanecol, os antimuscarínicos, como oxibutinina (Retemic) ou tolterodina, além de outros agentes que atuam sobre neurotransmissores, como glutamato, serotonina, noradrenalina, dopamina e o ácido gama-aminobutírico (GABA), usados de acordo com cada caso;
  • Toxina botulínica (botox), que pode ser usada para diminuir a espasticidade de alguns músculos;
  • Sondagem intermitente, que é a passagem de sonda vesical, que pode ser usada periodicamente pelo próprio paciente (4 a 6 vezes ao dia) e removido após o esvaziamento da bexiga;
  • Cirurgia, que pode ser para melhorar a funcionalidade da bexiga ou desviar a urina até uma abertura externa (ostomia) criada na parede abdominal;
  • Fisioterapia, com exercícios para fortalecer o pavimento pélvico. Veja como é feita a fisioterapia para incontinência urinária.

O tipo de tratamento vai depender da causa da doença, visando a sua solução. Entretanto, quando isto não é possível, o médico poderá indicar uma combinação de tratamentos para melhorar a qualidade de vida da pessoa, além de evitar infecções de repetição e o comprometimento renal.

Bexiga neurogênica tem cura?

A bexiga neurogênica pode ter cura quando é provocada por causas reversíveis, como infecção urinária ou infecção cerebral por neurocisticercose, por exemplo, apresentando melhora após o tratamento. 

Entretanto, em muitos casos, a bexiga neurogênica não tem cura, mas o tratamento pode ajudar a melhorar o tônus muscular, aliviar os sintoma e melhorar a qualidade de vida da pessoa. Para isto, é importante  ter um acompanhamento com urologista e, em alguns casos, neurologista. 

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