A leucemia aguda é um tipo de câncer relacionado à anormalidade da medula óssea, o que leva à produção anormal de células sanguíneas. A leucemia aguda pode ser classificada em mieloide ou linfoide de acordo com os marcadores celulares identificados por meio da imunofenotipagem, que é uma técnica laboratorial utilizada para diferenciar células que são muito semelhantes na visualização em microscópio.
Esse tipo de leucemia é mais comum em crianças e adultos jovens e é caracterizada pela presença de mais de 20% de blastos no sangue, que são células sanguíneas jovens, e pelo hiato leucêmico, que corresponde à ausência de células intermediárias entre os blastos e os neutrófilos maduros.
O tratamento da leucemia aguda é feito por meio de transfusões sanguíneas e de quimioterapia em ambiente hospitalar até que não sejam mais detectados sinais clínicos e laboratoriais relacionados à leucemia.

Sintomas da leucemia aguda
Os sintomas da leucemia mieloide ou linfoide aguda estão relacionados com as alterações nas células do sangue e defeito na medula óssea, sendo os principais:
- Fraqueza, cansaço e indisposição;
- Sangramento pelo nariz e/ou manchas roxas na pele;
- Aumento do fluxo menstrual e tendência a sangramento nasal;
- Febre, suor noturno e emagrecimento sem causa aparente;
- Dor nos ossos, tosse e dor de cabeça.
Quase metade dos pacientes apresentam estes sintomas por até 3 meses até que a leucemia seja diagnosticada através do exames como:
- Hemograma completo, que indica leucocitose, plaquetopenia e a presença de várias células jovens (blastos), seja da linhagem mieloide ou linfoide;
- Exames bioquímicos, como dosagem de ácido úrico e LDH, que normalmente se encontram aumentados devido ao aumento da presença de blastos no sangue;
- Coagulograma, em que são verificadas a produção de fibrinogênio, D-dímero e o tempo de protrombina;
- Mielograma, em que são verificadas as características da medula óssea.
Além desses exames, podem ser solicitados pelo hematologista a pesquisa de mutações por meio de técnicas moleculares, como NPM1, CEBPA ou FLT3-ITD, para poder indicar a melhor forma de tratamento.
Leucemia aguda infantil
A leucemia aguda infantil em geral possui um melhor prognóstico que nos adultos, mas o tratamento da doença deverá ser realizado em meio hospitalar através de quimioterapia, que possui efeitos colaterais como náuseas, vômito e queda de cabelo, e por isso este período poderá ser muito desgastante para a criança e para a família. Apesar disso há maiores chances de cura da doença em crianças que em adultos. Veja quais são os efeitos da quimioterapia e como é feita.

Tratamento para leucemia aguda
O tratamento para leucemia aguda é definido pelo hematologista de acordo com os sintomas, resultado dos exames, idade da pessoa, presença de infecções, risco de metástase e de recidiva. O tempo de tratamento pode variar, começando os sintomas a diminuir após 1 a 2 meses do início da poliquimioterapia, por exemplo, podendo o tratamento durar cerca de 3 anos.
O tratamento para leucemia mieloide aguda pode ser feito por meio da quimioterapia, que é combinação de medicamentos, transfusão de plaquetas e uso de antibióticos para diminuir o risco de infecções, já que o sistema imunológico se encontra comprometido. Saiba mais sobre o tratamento para leucemia mieloide aguda.
Em relação ao tratamento para a leucemia linfoide aguda, pode ser feito por meio de uma poliquimioterapia, que é feito com altas doses de medicamentos para eliminar o possível risco da doença alcançar o sistema nervoso central. Saiba como tratar a leucemia linfoide.
Caso haja recidiva da doença pode-se optar pelo transplante de medula óssea pois, neste caso, nem todos se beneficiam da quimioterapia.
Leucemia aguda tem cura?
A cura na leucemia diz respeito à ausência de sinais e sintomas característicos da leucemia no período de 10 anos após o fim do tratamento, sem que haja recaídas.
Em relação à leucemia mieloide aguda, a cura é possível, devido a diversas opções de tratamento, no entanto à medida do avanço da idade, a cura ou controle da doença pode ser mais difícil; quando mais nova for a pessoa, maior é chance de cura.
No caso da leucemia linfoide aguda, a possibilidade de cura é maior em crianças, cerca de 90%, e 50% de cura em adultos até 60 anos de idade, no entanto para aumentar as chances de cura e evitar recidiva da doença, é importante que seja descoberto o mais breve possível e o tratamento iniciado logo em seguida.
Mesmo após o início do tratamento, a pessoa deverá realizar exames periódicos para verificar se há ou não recidiva e, caso haja, retomar o tratamento imediatamente para que as chances de remissão completa da doença sejam maiores.