Fratura de fêmur: tipos, sintomas tratamento e recuperação

Revisão clínica: Marcelle Pinheiro
Fisioterapeuta
junho 2021

A fratura do fêmur acontece quando surge uma fratura no osso da coxa, que é o mais comprido e mais forte osso do corpo humano. Por esse motivo, para que surja uma fratura nesse osso é necessária muita pressão e força, o que, geralmente, acontece durante um acidente de trânsito a alta velocidade ou uma queda de grande altura, por exemplo.

A parte do osso que quebra mais facilmente é a região central, conhecida como corpo do fêmur, no entanto, em idosos, que têm os ossos mais enfraquecidos, esse tipo de fratura também pode acontecer na cabeça do fêmur, que é a região que se articula com o quadril.

Na maioria das vezes, a fratura do quadril precisa ser tratada com cirurgia, para reposicionar o osso e até colocar pedaços de metal que ajudem a manter o osso no local correto enquanto cicatriza. Assim, é possível que a pessoa precise ficar internada no hospital por alguns dias.

Imagem ilustrativa número 1

Possíveis sintomas de fratura

Na maior parte dos casos, a fratura do fêmur causa uma dor extremamente intensa que permite identificar que aconteceu uma fratura. No entanto, quando a fratura é muito pequena a dor pode ser relativamente leve e, por isso, existem outros sintomas que podem indicar uma fratura, como:

  • Dificuldade para movimentar a perna;
  • Dor mais intensa ao colocar o peso sobre a perna;
  • Inchaço da perna ou presença de hematomas.

Além disso, é possível que surjam alterações na sensibilidade da perna, podendo até aparecer sensações de formigamento ou queimação.

Sempre que existir suspeita de uma fratura é muito importante ir rapidamente ao pronto-socorro para fazer um raio X e identificar se realmente existe alguma quebra nos ossos, que precise ser tratada. Geralmente, quanto mais cedo é feita a correção da fratura, mais fácil é a cicatrização do osso.

Tipos de fratura no fêmur

Dependendo do local do osso onde aconteceu a quebra, a fratura de fêmur pode ser dividida em dois tipos principais:

  • Fratura do colo do fêmur: surge na região que se liga ao quadril e é mais comum em idosos devido à presença de osteoporose. Uma vez que acontece devido ao enfraquecimento do osso, pode acontecer devido a uma simples torção da perna ao caminhar, por exemplo;
  • Fratura do corpo do fêmur: acontece na região central do osso e é mais frequente em jovens devido a acidentes de trânsito ou quedas de grande altura.

Além desta classificação, as fraturas podem ainda ser classificadas em estáveis ou deslocadas, dependendo se o osso mantém o alinhamento correto ou se fica desalinhado. Assim como também podem ser chamadas de transversas ou oblíquas, dependendo se a fratura acontece numa linha horizontal ao longo do osso ou se surge numa linha diagonal, por exemplo.

No caso das fraturas do corpo do fêmur, também é comum que sejam divididas em fratura proximal, medial ou distal, dependendo se a quebra surge mais perto do quadril, no meio do osso ou na região próxima ao joelho.

Como é feito o tratamento

Em quase todos os casos de fratura do fêmur é necessário fazer cirurgia, em até 48 horas, para corrigir a quebra e permitir que a cicatrização aconteça. No entanto, o tipo de cirurgia pode variar de acordo com o tipo e gravidade da fratura:

1. Fixação externa

Neste tipo de cirurgia o médico coloca parafusos através da pele até aos locais acima e abaixo da fratura, fixando o alinhamento correto do osso, para que a fratura possa começar a cicatrizar corretamente.

Na maioria das vezes, este é um procedimento temporário, que é mantido até que a pessoa possa fazer uma cirurgia de reparação mais extensa, mas também pode ser utilizado como forma de tratamento em fraturas mais simples, por exemplo.

2. Haste intramedular

Esta é uma das técnicas mais utilizadas para tratar fraturas na região do corpo do fêmur e envolve a colocação de uma haste de metal especial no interior do osso. A haste normalmente é retirada depois que a cicatrização está concluída, o que pode demorar até 1 ano para acontecer.

3. Fixação interna

A fixação interna normalmente é feita em fraturas mais complicadas ou com várias quebras em que não é possível utilizar uma haste intramedular. Neste método, o cirurgião aplica parafusos e placas de metal diretamente sobre o osso para o manter estabilizado e alinhado, permitindo a cicatrização.

Estes parafusos podem ser retirados assim que a cicatrização está concluída, mas como é necessário fazer nova cirurgia, muitas vezes são mantidos no local por toda a vida, especialmente se não estiverem causando dor, nem limitando os movimentos.

4. Artroplastia

Esta é um tipo de cirurgia menos utilizado que normalmente está reservado para situações de fraturas próximas do quadril que demoram para cicatrizar ou que são muito complicadas. Nesses casos, o médico pode sugerir uma artroplastia, na qual a articulação do quadril é completamente removida e substituída por uma prótese artificial.

Veja mais sobre este tipo de cirurgia, como é a recuperação e quando é feita.

Como é a recuperação da cirurgia

O tempo de recuperação pode variar muito dependendo do tipo de cirurgia feito, no entanto, é comum que a pessoa fique internada entre 3 dias a 1 semana antes de ter alta e ir para casa. Além disso, como muitas fraturas acontecem devido a acidentes, também pode ser necessário mais tempo para fazer o tratamento de outros problemas como hemorragias ou feridas, por exemplo.

Já a cicatrização da fratura geralmente demora entre 3 a 9 meses, sendo que nesse tempo é recomendado evitar atividades que coloquem muito peso sobre a perna afetada. Embora não se possa fazer exercício físico intenso, é muito importante manter o movimento do membro, não só para melhorar a circulação sanguínea, mas também para evitar a perda de massa muscular e de movimento da articulação. Assim, o médico normalmente recomenda a realização de fisioterapia.

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Escrito por Manuel Reis - Enfermeiro. Atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em junho de 2021. Revisão clínica por Marcelle Pinheiro - Fisioterapeuta, em junho de 2021.
Revisão clínica:
Marcelle Pinheiro
Fisioterapeuta
Formada em Fisioterapia pela UNESA em 2006 com registro profissional no CREFITO- 2 nº. 170751 - F.