Epifisiólise: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em agosto 2022

A epifisiólise é o escorregamento da cabeça do fêmur, que se localiza na região da bacia, podendo causar deformação ou um crescimento assimétrico, já que é mais comum em crianças entre os 10 e os 13 anos de idade, para meninas, e 10 a 15 anos, para meninos.

Embora possa acontecer sem causa aparente, a epifisiólise é mais comum em meninos ou meninas com excesso de peso ou obesidade, mas também pode acontecer em pessoas muito altas e magras, podendo afetar ambas as pernas.

Uma vez que pode causar deformidades, a epifisiólise é uma urgência médica que deve ser tratada o mais rápido possível através de cirurgia. Assim, sempre que existir suspeita desta condição, é importante consultar o pediatra ou um ortopedista pediatra, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da epifisiólise

Os principais sintomas de epifisiólise são:

  • Dor na região do quadril por mais de 3 semanas;
  • Dificuldade para andar;
  • Dor que irradia para a parte interna da coxa, virilha ou joelho;
  • Rotação da perna para fora.

Na presença de sintomas de epifisiólise, deve-se consultar o pediatra ou o ortopedista, para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento o mais rápido possível, para evitar complicações.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da epifisiólise é feito pelo ortopedista, através da avaliação dos sintomas, histórico de traumas ou lesões na região do quadril, e do exame de raio X simples da bacia, comparando os dois lados, sendo suficiente para diagnosticar a epifisiólise.

No entanto, em caso de dúvida, o médico pode solicitar a realização de uma tomografia ou ressonância magnética.

Além disso, o médico pode solicitar exames de sangue para avaliar o nível de hormônios da tireóide, como TSH ou T4 livre, além de ureia nitrogenada no sangue (BUN) e creatinina, por exemplo.

Possíveis causas

A causa da epifisiólise não é totalmente conhecida, no entanto, alguns fatores podem aumentar o risco do seu desenvolvimento, como:

  • Idade, sendo mais comum em crianças dos 10 aos 16 anos;
  • Histórico familiar de epifisiólise;
  • Excesso de peso ou obesidade infantil;
  • Crescimento rápido em crianças;
  • Crianças muito altas e muito magras;
  • Microtraumas no quadril;
  • Hiper ou hipotireoidismo;
  • Hipopituitarismo;
  • Deficiência do hormônio do crescimento.

Esses fatores podem levar a um enfraquecimento da região da cabeça femoral e do colo do fêmur, provocando seu escorregamento e deslocamento, e surgimento dos sintomas.

Como é feito o tratamento

A epifisiólise é uma urgência médica e, por isso, o tratamento deve ser feito o mais breve possível através de cirurgia, já que o escorregamento da cabeça do fêmur pode causar sérios danos, como artrose no quadril ou outras deformidades.

A cirurgia consiste na fixação do fêmur no osso do quadril através do uso de parafusos e, muitas vezes, essa cirurgia pode também ser realizada na outra perna, mesmo que não esteja afetada, já que, em mais de metade dos casos, ambos os lados acabam por ser afetados durante o crescimento.

Como é a recuperação da cirurgia

Após a cirurgia da epifisiólise, alguns cuidados são recomendados pelo ortopedista para ajudar na recuperação, como utilização de muletas para andar, além de realizar sessões de fisioterapia e exercícios dentro da água, por exemplo. Estas sessões apenas devem ser feitas após indicação do ortopedista e realizadas com orientação do fisioterapeuta.

Além disso, é importante fazer os exames de raio X, conforme indicado pelo ortopedista, que geralmente é a cada 3 a 4 meses, para que possa ser verificado o fechamento da placa de crescimento do fêmur e o risco de complicações.

Possíveis sequelas

Algumas sequelas ou complicações da epifisiólise que podem surgir são:

  • Parada do crescimento do fêmur;
  • Condrólise, que é a destruição da cartilagem na articulação do quadril;
  • Osteoartrite no quadril;
  • Dor crônica;
  • Deformidade do quadril;
  • Impacto femoroacetabular, que é o contato da cabeça do fêmur com o osso do quadril;
  • Progressão do deslizamento da cabeça do fêmur, mesmo após cirurgia.

Além disso, outra sequela que pode surgir é a osteonecrose da cabeça do fêmur, que é a a morte do osso, devido a interrupção do fluxo de sangue para nutrir o osso, que pode ser causada como consequência da lesão inicial da epifisiólise, ou como complicação da cirurgia.