Doença de Haff: o que é, sintomas, causas e tratamento

Revisão médica: Dr. Gonzalo Ramirez
Psicólogo e Clínico Geral
janeiro 2023
  1. Sintomas
  2. Diagnóstico
  3. Causas
  4. Tratamento

A doença de Haff, também chamada da doença da urina preta, é uma doença rara que causa ruptura das células musculares, levando ao aparecimento de alguns sinais e sintomas como dor e rigidez muscular, dormência, falta de ar e urina preta, semelhante a café.

As causas da doença de Haff ainda não são totalmente conhecidas, no entanto acredita-se que aconteça pelo consumo de alguma toxina biológica presente em peixes de água doce e crustáceos.

É importante que a doença de Haff seja identificada e tratada rapidamente, pois pode evoluir rapidamente e trazer complicações graves, como insuficiência renal e falência múltipla de órgãos.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da doença de Haff

Os principais sintomas da doença de Haff são:

  • Dor e rigidez nos músculos, que é muito forte e surge de repente;
  • Urina muito escura, marrom ou preta, semelhante à cor do café;
  • Dormência;
  • Perda da força.

Os sintomas da doença de Haff surgem entre 2 a 24 horas após o consumo de peixe ou crustáceos contaminados, mesmo que estejam bem cozinhados.

Na presença destes sintomas, principalmente se for notado escurecimento da urina, é importante consultar um clínico geral para que seja possível avaliar os sintomas e realizar exames que ajudem a confirmar o diagnóstico.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da doença de Haff normalmente é feito através de exames como a dosagem da enzima TGO, exames que avaliam a função renal e a dosagem da creatinofosfoquinase (CPK), que é uma enzima que atua nos músculos e que tem seus níveis aumentados quando há alguma alteração no tecido muscular. Dessa forma, na doença de Haff os níveis de CPK está muito acima do que é considerado normal. Saiba mais sobre o exame CPK.

Possíveis causas

As causas da doença de Haff não são totalmente conhecidas, no entanto acredita-se que a doença está relacionado com o consumo de peixes e crustáceos possivelmente contaminados com alguma toxina termoestável, isso porque as pessoas diagnosticadas com essa doença consumiram esses alimentos algumas horas antes do aparecimento dos sintomas.

Devido ao fato dessa toxina biológica ser termoestável, não seria destruída no processo de cozimento ou fritura, e poderia causar os danos celulares relacionados com a doença de Haff.

Como a toxina não altera o sabor do alimento, não muda sua cor, nem é destruída pelo processo normal de cozedura, é possível que as pessoas consumam esses peixes ou crustáceos sem mesmo saber se estão contaminados. Alguns dos peixes que foram consumidos por pacientes diagnosticados com a doença de Haff incluem o Arabaiana, Tambaqui, Pacu-Manteiga e Pirapitinga.

Como é feito o tratamento

É importante que o tratamento da doença de Haff seja iniciado assim que os primeiros sintomas surgirem, pois dessa forma é possível prevenir a progressão da doença e o surgimento de complicações.

Normalmente é indicado que a pessoa fique bem hidratado nas 48 a 72 horas seguintes ao aparecimento dos sintomas, pois dessa forma seria possível diminuir a concentração da toxina no sangue e favorecer a sua eliminação através da urina.

Além disso, pode ser recomendado o uso de analgésicos com o objetivo de aliviar a dor e o desconforto, além de medicamentos diuréticos para favorecer a produção de urina e promover a limpeza do organismo.

Complicações da doença de Haff

As complicações mais frequentes da doença de Haff surgem quando não é feito o tratamento adequado e incluem a insuficiência renal aguda e a síndrome compartimental, que acontece quando existe um aumento da pressão arterial numa parte específica do corpo, o que pode colocar em risco os músculos e nervos dessa região.

Por esse motivo, é muito importante ir ao hospital ou consultar um médico sempre que existir suspeita da doença de Haff, para iniciar o tratamento adequado e evitar o surgimento de complicações.

Conheça mais sobre a doença de Haff no vídeo a seguir:

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Escrito por Marcelle Pinheiro - Fisioterapeuta. Atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em janeiro de 2023. Revisão médica por Dr. Gonzalo Ramirez - Psicólogo e Clínico Geral, em janeiro de 2023.

Bibliografia

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Mostrar bibliografia completa
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Revisão médica:
Dr. Gonzalo Ramirez
Psicólogo e Clínico Geral
Clínico geral pela UPAEP com cédula profissional nº 12420918 e licenciado em Psicologia Clínica pela UDLAP nº 10101998.