Cardiomiopatia dilatada: o que é, sintomas e tratamento

Atualizado em setembro 2023

A cardiomiopatia dilatada é uma doença que provoca a dilatação excessiva do músculo do coração, dificultando o seu trabalho em bombear o sangue para todas as partes do corpo, o que pode levar ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca, arritmia, formação de coágulos sanguíneos ou morte súbita.

Este tipo de cardiomiopatia é mais frequente em homens entre os 20 e os 50 anos, embora possa surgir em qualquer idade, inclusive em crianças, e muitas vezes pode não apresentar sintomas fáceis de identificar. No entanto, como há uma dificuldade do coração bombear o sangue, a pessoa pode se sentir cansada, fraca ou com falta de ar, sendo recomendado ir ao cardiologista para que sejam feitos exames e se chegue a uma conclusão diagnóstica. 

O tratamento da cardiomiopatia dilatada é indicado pelo cardiologista dependendo dos sintomas, causas e da gravidade da doença, podendo ser necessária a colocação de um marcapasso nos casos mais graves. A melhor forma de prevenir as complicações da cardiomiopatia dilatada é fazer o acompanhamento regular com um cardiologista.

Imagem ilustrativa número 2

Principais sintomas

Os sintomas da cardiomiopatia dilatada geralmente são semelhantes aos sintomas de insuficiência cardíaca ou de arritmia e incluem: 

  • Cansaço excessivo constante;
  • Fraqueza;
  • Falta de ar durante esforço físico, em repouso ou quando deitado de costas;
  • Dificuldade em se exercitar ou nas atividades do dia a dia;
  • Inchaço nas pernas, tornozelos ou pés;
  • Inchaço excessivo na barriga;
  • Dor no peito;
  • Sensação de batimentos cardíacos irregulares;
  • Sensação de barulho no coração.

Além disso, a pressão sanguínea pode ser baixa devido à dificuldade do coração em bombear o sangue.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da cardiomiopatia dilatada deve ser feito pelo cardiologista a partir dos sintomas, da avaliação do histórico pessoal e familiar, do exame clínico e de alguns exames como Raio X de tórax, exame de sangue, eletrocardiograma, exame de Holter, ecocardiograma, teste ergométrico, tomografia computadorizada, ressonância magnética, cateterismo ou biópsia cardíaca, por exemplo. Saiba como é feito o exame de Holter.

O cardiologista pode também solicitar uma avaliação genética para identificar se a cardiomiopatia dilatada pode ter sido causada por fatores genéticos.

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Possíveis causas da cardiomiopatia dilatada

A causa da cardiomiopatia dilatada, normalmente, não pode ser identificada, sendo chamada de cardiomiopatia dilatada idiopática. No entanto, algumas causas que levam ao surgimento da doença incluem: 

  • Arritmia cardíaca;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Hipertensão;
  • Alcoolismo; 
  • Uso de drogas como cocaína ou anfetamina;
  • Uso crônico de medicamentos como corticoides;
  • Quimioterapia com medicamentos como doxorrubicina, epirrubicina, daunorrubicina ou ciclofosfamida;
  • Doença de Chagas ou toxoplasmose;
  • Doenças autoimunes como artrite reumatoide ou lúpus eritematoso sistêmico;
  • Infecções causadas por bactérias como Streptococcus, Staphylococcus, Salmonella, Mycoplasma ou Clamídia;
  • Infecções por vírus como adenovírus, parvovírus, vírus da herpes, vírus da hepatite C ou COVID-19;
  • Exposição a toxinas como chumbo, mercúrio ou cobalto; 
  • Complicações no final da gravidez;
  • Defeitos congênitos que ocorrem no nascimento do bebê.

A cardiomiopatia dilatada também pode aparecer devido a problemas genéticos e, por isso, é mais comum em pacientes com histórico da doença na família, especialmente quando afeta algum dos pais.

Como é feito o tratamento

O tratamento para cardiomiopatia dilatada deve ser iniciado o mais rápido possível, sob orientação do cardiologista, para evitar complicações como embolia pulmonar ou parada cardíaca, por exemplo. 

O  tratamento pode ser feito com:

1. Anti-hipertensivos

Alguns anti-hipertensivos podem ser usados para o tratamento da cardiomiopatia dilatada pois ajudam a melhorar a dilatação dos vasos e aumentam o fluxo sanguíneo, além de facilitar o trabalho do coração. As classes de anti-hipertensivos mais utilizadas são:

  • Inibidores da enzima conversora de angiotensina como captopril, enalapril ou lisinopril;
  • Bloqueadores da angiotensina como losartana, valsartana ou candesartana;
  • Betabloqueadores como carvedilol ou bisoprolol.

Estes medicamentos também podem ajudar a tratar ou evitar o surgimento de arritmias. 

2. Diuréticos

Os diuréticos, como furosemida ou indapamida, podem ser usados no tratamento da cardiomiopatia dilatada para remover o excesso de líquidos do organismo, evitando que se acumulem nas veias e dificultem o batimento cardíaco. 

Além disso, os diuréticos aliviam o inchaço nas pernas e pés provocado pela doença e dos pulmões, ajudando a respirar melhor.

3. Digitálico

O digitálico usado para o tratamento da cardiomiopatia dilatada é a digoxina que age fortalecendo o músculo cardíaco, facilitando as contrações e permitindo o bombeamento mais eficaz de sangue. 

Este medicamento também ajuda a reduzir os sintomas de insuficiência cardíaca, o que ajuda a melhorar a qualidade de vida. 

No entanto, a digoxina é um medicamento tóxico e necessita de acompanhamento e exames médicos frequentes.

4. Anticoagulantes

Os anticoagulantes como varfarina ou aspirina agem diminuindo a viscosidade do sangue, facilitando o seu bombeamento e prevenindo o surgimento de coágulos que podem causar embolias ou AVC, por exemplo.

5. Marcapasso

Nos casos mais graves, em que o tratamento não é feito de forma adequada ou a doença é diagnosticada mais tarde, o médico pode ainda recomendar cirurgia para colocar um marcapasso no coração para coordenar os impulsos elétricos do coração, facilitando seu trabalho e regularizando os batimentos cardíacos. 

6. Transplante cardíaco

O transplante cardíaco pode ser recomendado pelo médico se nenhuma outra opção de tratamento for eficaz, como o uso dos medicamentos ou do marcapasso. Veja como é feito o transplante cardíaco.

Possíveis complicações

As complicações que a cardiomiopatia dilatada pode causar são:

  • Insuficiência cardíaca;
  • Arritmia cardíaca;
  • Problema na válvula cardíaca;
  • Acúmulo de líquidos nos pulmões, abdômen, pernas e pés;
  • Parada cardíaca.

Além disso, a cardiomiopatia dilatada pode aumentar o risco de formação de coágulos no sangue e o desenvolvimento de embolia pulmonar, infarto ou derrame cerebral. 

Como prevenir a cardiomiopatia dilatada

Algumas medidas podem ajudar a evitar ou reduzir os danos da cardiomiopatia dilatada como:

  • Não fumar;
  • Não beber álcool ou beber com moderação;
  • Não usar drogas como a cocaína ou anfetaminas;
  • Manter o peso saudável;
  • Fazer exercícios recomendados pelo médico;
  • Dormir pelo menos 8 a 9 horas por noite.

É importante seguir as orientações do médico e fazer uma dieta equilibrada e pobre em gorduras, açúcar ou sal. Confira a lista de alimentos que fazem bem ao coração