Síndrome do pôr do sol: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em março 2024

Síndrome do pôr do sol é um distúrbio do comportamento que surge frequentemente em pessoas com demência, como o Alzheimer, caracterizado por sintomas como ansiedade, irritabilidade, agitação ou confusão mental.

Essa síndrome acontece quando o sol se põe, no final da tarde, e dura até a noite, sendo que suas causas não são completamente conhecidas, mas parece estar relacionada à progressão da doença de Alzheimer e modificações no cérebro causadas pela doença.

Leia também: Alzheimer: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/o-que-e-alzheimer

O tratamento da síndrome do pôr do sol, também chamada de síndrome do crepúsculo ou sundowning, é feito pelo neurologista com o uso de remédios, terapia com luz ou musicoterapia, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da síndrome do pôr do sol

Os principais sintomas da síndrome do pôr do sol são:

  • Ansiedade ou agitação;
  • Irritabilidade ou agressividade;
  • Confusão mental;
  • Desorientação;
  • Choro ou gritos;
  • Insônia;
  • Paranoia, delírios ou alucinações.

Além disso, a pessoa pode balançar o corpo em uma cadeira, ver ou ouvir coisas irreais ou acompanhar o cuidador onde quer que vá.

Os sintomas da síndrome do pôr do sol podem surgir ou piorar no final da tarde, início da noite ou durante a noite.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome do pôr do sol é feito pelo neurologista através da avaliação dos sintomas, hora do dia em que ocorrem e histórico de demência.

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O diagnóstico da síndrome do pôr do sol é clínico, não sendo necessários exames complementares para confirmar o diagnóstico.

Possíveis causas

As causas exatas da síndrome do pôr do sol não são completamente conhecidas.

No entanto, ocorre em pessoas com demência, e acredita-se que surja devido a evolução da doença de Alzheimer e alterações cerebrais provocadas pela doença. 

Leia também: 5 possíveis causas de Alzheimer tuasaude.com/causas-do-alzheimer

O que pode piorar a síndrome

Alguns fatores podem piorar a síndrome do pôr do sol, como:

  • Insônia ou outros distúrbios do sono;
  • Desregulação do ciclo circadiano;
  • Cansaço físico ou fadiga;
  • Fome ou sede;
  • Doenças crônicas, infecções, dor ou desidratação;
  • Depressão ou tédio.

Além disso, outros fatores como baixa luminosidade do ambiente, passar o dia em um local desconhecido ou excesso de estímulos durante o dia, também podem piorar a síndrome do pôr do sol.

Leia também: Ciclo circadiano: o que é, fisiologia e o que pode afetar tuasaude.com/ciclo-circadino

O que fazer durante a crise

Durante o momento de sintomas ou crise da síndrome do pôr do sol, deve-se manter a calma e tranquilizar a pessoa dizendo que está tudo bem, e evitar discutir.

Além disso, se a pessoa quiser levantar ou se movimentar, não se deve impedir ou contê-la, mas deve-se ficar por perto e assegurar que não existam objetos ou utensílios no ambiente que possam machucá-la.

É recomendado também manter os portões trancados e, se possível, bloquear o acesso à escadas, de forma a garantir a segurança da pessoa e evitar acidentes.

Como é feito o tratamento

O tratamento da síndrome do pôr do sol deve ser feito com orientação do neurologista e tem como objetivo evitar o surgimento dos sintomas.

Os principais tratamentos para a síndrome do pôr do sol são:

1. Uso de remédios

O uso de remédios pode ser indicado pelo médico para evitar ou controlar as crises da síndrome do pôr do sol.

Os principais remédios que podem ser indicados são:

  • Ansiolíticos, como lorazepam, diazepam ou alprazolam;
  • Antipsicóticos típicos, como haloperidol ou loxapina;
  • Antipsicóticos atípicos, como olanzapina, risperidona ou quetiapina;
  • Antidepressivos, como citalopram, paroxetina ou trazodona;
  • Estabilizadores do humor, como ácido valproico.

Além disso, o médico pode indicar o uso da melatonina em baixas doses para regular o ciclo circadiano ou tratar a insônia. Saiba como tomar a melatonina.

Outros remédios são aqueles usados para o tratamento do Alzheimer, como donepezila, galantamina e rivastigmina, indicados para evitar a evolução da doença. 

Leia também: 7 medicamentos para Alzheimer (e outras opções de tratamento) tuasaude.com/tratamento-para-alzheimer

2. Terapia com luz

A terapia com luz, ou fototerapia, ajuda a regular o ciclo circadiano e a permitir que a pessoa com a doença de Alzheimer durma melhor.

Esse tipo de tratamento é feito expondo a pessoa a uma luz brilhante que imita o brilho do sol, desde o final da tarde até a noite, de forma a evitar as crises.

Além disso, a fototerapia pode ser feita ao longo do dia, enquanto a pessoa faz atividades diárias ou assiste televisão, por exemplo.

3. Musicoterapia

A musicoterapia é um tratamento que consiste em colocar músicas relaxantes, familiares para a pessoa ou barulhos da natureza, como ondas ou cachoeiras, para ajudar a pessoa a dormir.

Esse tipo de tratamento tem um efeito calmante, podendo ser utilizado para evitar as crises da síndrome do pôr do sol ou ajudar a diminuir o estado de confusão mental.

Como prevenir

Algumas estratégias podem ajudar a prevenir as crises ou sintomas da síndrome do pôr do sol, como:

  • Manter uma rotina no dia a dia, com horários preestabelecidos para acordar, dormir, fazer refeições e atividades;
  • Evitar atividades estimulantes, tv ou ruídos que podem deixar a pessoa agitada próximo a hora do pôr do sol e à noite;
  • Expor a pessoa à luz do sol durante o dia e fazer a fototerapia para regular o ciclo circadiano;
  • Limitar os cochilos durante o dia, para regular o sono;
  • Evitar dar bebidas com cafeína ou alimentos açucarados no final do dia;
  • Deixar uma luz noturna acesa, para evitar confusão mental em ambientes muito escuros;
  • Evitar deixar a pessoa fumar ou consumir bebidas alcoólicas.

Além disso, deve-se deixar o ambiente calmo e confortável, com temperatura adequada e sem ruídos.

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