Síndrome da bexiga dolorosa: o que é, sintomas e tratamento

Revisão médica: Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
novembro 2021

A síndrome da bexiga dolorosa, também conhecida por cistite intersticial, caracteriza-se por uma inflamação crônica da parede da bexiga, que pode causar sintomas como dor pélvica, urgência para urinar, aumento da frequência urinária e dor durante o ato sexual.

Esta síndrome parece ser desencadeada por infecções, doenças autoimunes e outras condições que afetam a bexiga, mas ainda não se conhece a causa exata.

O tratamento geralmente consiste no uso de medicamentos, modificações na dieta e no estilo de vida e adoção de certas medidas. Em casos mais raros, pode ser necessário realizar uma cirurgia.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os sintomas que podem ocorrer em pessoas com a síndrome da bexiga dolorosa são:

  • Dor pélvica;
  • Urgência para urinar;
  • Aumento da frequência urinária;
  • Necessidade de acordar durante a noite para urinar.

Em alguns casos, a mulher também pode sentir dor durante a relação sexual e dor na vagina, com piora durante o período menstrual, e nos homens pode haver dor ou desconforto no pênis e escroto.

Possíveis causas

Ainda não se sabe ao certo quais as causas que estão na origem desta síndrome, mas pensa-se que pode estar relacionada com o desenvolvimento de infecções bacterianas, que é uma das principais causas, doenças autoimunes, inflamação neurogênica e permeabilidade epitelial alterada.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a síndrome da bexiga dolorosa consiste na alteração dos maus hábitos alimentares, que podem contribuir para atenuar sintomas que são desencadeados por alimentos muito ácidos, apimentados e ricos em potássio. Além disso, a prática de exercício físico, a redução do estresse, a realização de banhos quentes, a redução da cafeína, de bebidas alcoólicas e do uso do cigarro também contribuem para atenuar os sintomas.

A fisioterapia pode ajudar no relaxamento da musculatura do assoalho pélvico em pessoas que sofrem de espasmos.

O tratamento farmacológico pode consistir no uso de alguns dos seguintes medicamentos:

  • Analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides e, em casos mais graves ou em que a pessoa não possa tomar AINES, o médico pode prescrever opioides para aliviar a dor;
  • Dimetilsulfóxido, que pode ser aplicado diretamente na bexiga;
  • Ácido hialurônico, que é usado com o objetivo de repor a barreira protetora do tecido que recobre grande parte do trato urinário;
  • Amitriptilina, que é um antidepressivo tricíclico eficaz no tratamento de dores crônicas;
  • Cimetidina, que também ajuda a aliviar os sintomas;
  • Hidroxizina ou outro anti-histamínico, usados quando a inflamação é de causa alérgica;
  • Polissulfato sódico de pentosana, que age restabelecendo a camada de glicosaminoglicanos.

Em último caso, se nenhuma destas opções de tratamento for eficaz, pode ser necessário recorrer a cirurgia.

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Escrito por Dr.ª Clarisse Bezerra - Médica de Saúde Familiar. Atualizado por Manuel Reis - Enfermeiro, em novembro de 2021. Revisão médica por Dr.ª Clarisse Bezerra - Médica de Saúde Familiar, em março de 2020.

Bibliografia

  • CHMA- CENTRO HOSPITALAR NO MÉDIO AVE. Cistite intersticial e síndrome da bexiga dolorosa. Disponível em: <http://www.chma.pt/portal/images/docs/guias/1/INF.OBGI.013.v1.pdf>. Acesso em 04 mar 2020
  • COELHO, Manuel Ferreira; REBOLA, Jorge . Cistite Intersticial Etiopatogenia e Atitudes Terapêuticas. Acta Urológica. v. 20, n. 3. pp. 19-24, 2003. Disponível em: <https://apurologia.pt/wp-content/uploads/2018/11/cistite-inter.pdf>. Acesso em: 04/03/2020.
Mostrar bibliografia completa
  • BLADDER HEALTH. Interstitial Cystitis/Bladder Pain Syndrome Patient Guide. 2017. Disponível em: <https://www.urologyhealth.org/Documents/Product%20Store/IC-FactSheet.pdf>. Acesso em 25 fev 2020
  • RODRIGUES, Andrea Moura et. al.. Síndrome da dor vesical/cistite intersticial: aspectos atuais. FEMINA. Vol.29. 6.ed; 327-334, 2011
Revisão médica:
Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
Formada em Medicina pelo Centro Universitário Christus e especialista em Saúde da Família pela Universidade Estácio de Sá. Registro CRM-CE nº 16976.