Síncope vasovagal: o que é, sintomas, causas e tratamento

Revisão médica: Drª. Ana Luiza Lima
Cardiologista
novembro 2022

A síncope vasovagal é uma perda súbita e transitória da consciência causada por uma breve redução do fluxo de sangue para o cérebro, e acontece quando há uma diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos por um estímulo inapropriado ao nervo vago, um nervo que se estende do cérebro ao estômago, e é muito importante para regular diversas funções vitais.

As causas exatas que levam ao surgimento da síncope vasovagal, também chamada de síndrome vasovagal, síncope reflexa, síncope neuromediada ou desmaio comum, ainda não estão bem esclarecidas, mas esta alteração é mais comum em jovens do 20 aos 30 anos, e em idosos acima dos 70 anos.

Apesar da síncope vasovagal ser benigna, não trazendo graves riscos para a saúde, pode ser extremamente incômoda e trazer consequências preocupantes como provocar quedas e fraturas. Não há um tratamento específico para o quadro, mas é possível adotar medidas para prevenir as síncopes, como reduzir o estresse, manter-se hidratado e praticar exercícios físicos.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da síncope vasovagal

O principal sintoma da síndrome vasovagal é uma breve perda da consciência, que dura alguns segundos a minutos. Apesar de costumar surgir de forma súbita, alguns sintomas podem surgir antes da síncope, como:

  • Fadiga e fraqueza;
  • Suor;
  • Náuseas;
  • Alterações visuais;
  • Tontura;
  • Palidez;
  • Dor de cabeça;
  • Disartria, que a dificuldade para pronunciar as palavras. Veja mais sobre o que é e as causas da disartria;
  • Formigamentos ou dormências pelo corpo.

A recuperação após o desmaio costuma ser rápida e algumas pessoas, especialmente os idosos, podem apresentar sintomas após o despertar, como desorientação, confusão mental, dor de cabeça, náuseas e tontura.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome vasovagal é feito pelo médico através de uma avaliação clínica cuidadosa, com identificação dos sintomas, exame físico, observação dos medicamentos utilizados e solicitar exames, como eletrocardiograma, holter e análises de laboratório, que permitem diagnosticar a síndrome vasovagal, e diferenciar de outros tipos de tontura.

O tilt test é um exame que pode ser indicado para ajudar a confirmar, quando há dúvidas sobre a causa da síncope. É um exame realizado por um cardiologista experiente, pois tenta simular uma condição que costuma desencadear a perda da consciência, especialmente quando surge devido à mudanças da postura. Assim, durante o teste, o paciente fica deitado em uma maca, que será inclinada a uma posição que poderá provocar alterações na pressão arterial, podendo ainda ter estímulos de remédios. 

Confira também outros exames que avaliam a saúde do coração.

Possíveis causas

As síncope vasovagal é provocada por queda da pressão arterial e dos batimentos cardíacos devido a certos estímulos ao nervo vago. A causa exata que leva ao desenvolvimento desta reação pelo organismo ainda não está esclarecida, no entanto, algumas das principais situações que desencadeiam esta alteração são:

  • Ansiedade;
  • Estresse emocional extremo;
  • Medo;
  • Dor;
  • Alterações na temperatura do ambiente;
  • Ficar de pé por muito tempo;
  • Exercícios físicos.

Além disso, é importante observar se o paciente utiliza algum medicamento que pode estar estimulando o surgimento das crises, como diuréticos ou anti-hipertensivos do tipo beta-bloqueadores, por exemplo.  

Além disso, o médico deverá investigar outras causas de desmaio que podem confundir com a síndrome vasovagal, como arritmias ou epilepsia, por exemplo. Confira quais as principais causas de desmaio e como evitar

Como é feito o tratamento

A principal forma de tratamento da síndrome vasovagal é com a adoção de medidas para evitar as causas desencadeantes e prevenir novas crises, como não ficar muito tempo de pé, levantar-se rapidamente, permanecer em ambiente muito quentes ou ficar muito estressado.

Além disso, manter-se bem hidratado, tomando 1,5 a 2 litros de água por dia, e remover medicamentos anti-hipertensivos que podem estar piorando o quadro, são medidas muito importantes. Caso surjam sintomas que indiquem a crise, pode-se adotar posições que aliviam o quadro, como deitar com as pernas elevadas, fazer manobras de contrações musculares e respirar profundamente.

O uso de medicamentos pode estar indicado pelo médico em casos que não melhoram com o tratamento inicial, como por exemplo, a Fludrocortisona, que é um mineralocorticóide que aumenta a retenção de água e sódio nas circulação sanguínea, ou a Miodrina, que é um remédio que aumenta a contração dos vasos sanguíneos e do coração, contribuindo para manter a pressão arterial estável.

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Escrito por Flávia Costa - Farmacêutica. Atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em novembro de 2022. Revisão médica por Drª. Ana Luiza Lima - Cardiologista, em julho de 2022.
Revisão médica:
Drª. Ana Luiza Lima
Cardiologista
Médica Cardiologista, formada pela Universidade Federal de Pernambuco, em 2008 com registro profissional nº CRM/PE – 16886.