Peito escavado: o que é, por que acontece e tratamento

Revisão médica: Dr. Gonzalo Ramirez
Psicólogo e Clínico Geral
maio 2021

O peito escavado, conhecido cientificamente como pectus excavatum, é uma malformação congênita na qual o osso do esterno provoca uma depressão no centro do peito, na região entre as costelas, causando uma alteração da imagem corporal que, embora não traga risco de vida, pode dificultar o desenvolvimento da auto-estima ou causar alterações psicológicas na criança.

O peito escavado pode levar a complicações severas, como compressão dos órgãos da região, o que aumenta o risco de infecções do trato respiratório e dificuldade para respirar, dificultando a prática de exercício físico e causando dor. 

A única forma de corrigir definitivamente o peito escavado é fazer a cirurgia para recolocar os ossos no local correto, por isso, este procedimento é indicado principalmente em casos em que surgem sintomas.

Imagem ilustrativa número 1

Como identificar

O peito escavado pode ser percebido através de ma depressão no meio do peito, que pode variar de acordo com a gravidade. Esta malformação pode observar-se em condições como a síndrome de Marfan, síndrome de Noonan, síndrome de Poland e osteogênese imperfeita, por exemplo.

Embora o problema possa ser identificado logo após o nascimento, em muitos casos há piora à medida que a criança se desenvolve e, por isso, o tratamento geralmente só é indicado após a adolescência, para diminuir o risco de o problema voltar a surgir.

É importante que o ortopedista ou clínico geral seja consultado para que possa ser realizado um exame de imagem que permita concluir o diagnóstico e, assim, ser possível iniciar o tratamento mais adequado.

Por que acontece

A causa do surgimento do peito escavado não é conhecida, no entanto, é mais comum em meninos e pessoas que têm histórico familiar da malformação, e costuma estar relacionado com o crescimento excessivo da cartilagem que liga as costelas ao osso esterno.

Embora não traga riscos para a vida da criança, o peito escavado pode manifestar-se até à adolescência e causar sintomas como palpitações, tosse, sensação de pressão no peito e infecções respiratórias.

Como é feita a cirurgia

A cirurgia para correção do peito escavado pode ser feita de duas formas diferentes, dependendo da gravidade e da idade do paciente. No entanto, em ambos os casos é feita com anestesia geral e é necessário ficar internado cerca de 1 semana.

As duas formas de cirurgia são:

  • Cirurgia aberta ou de Ravitch: é usada em adultos, nos casos moderados a graves, cujo tórax esteja rígido e muito assimétrico e dura entre 4 a 6 horas. Nesta técnica é feito um corte horizontal no peito para remover a cartilagem anormal que liga as costelas ao osso do esterno, permitindo que o osso regresse à sua posição correta. Depois são colocados materiais cirúrgicos para manter o peito na posição correta;
  • Cirurgia minimamente invasiva ou de Nuss: é normalmente feita em crianças e nos casos leves a moderados e dura entre 1 a 2 horas. Nesta técnica são feitos dois pequenos cortes por baixo da axila e depois é inserida uma barra de metal entre um corte e outro, de forma a empurrar o esterno para fora até a posição correta.

Esta é uma cirurgia muito dolorosa e, por isso, após a cirurgia, é necessário ficar internado especialmente para fazer analgésicos diretamente na veia e melhorar o conforto, sendo que a alta é dada assim que a dor diminui e não existam complicações.

Como é a recuperação

No período após a alta, é necessário ir a consultas frequentes no médico para fazer exames de raio X ou tomografia computadorizada de forma a avaliar se o esterno continua na posição correta. Com estas avaliações também é possível determinar qual o melhor momento para remover o material cirúrgico ou a barra de metal deixados durante a cirurgia.

No caso da cirurgia aberta, o material normalmente é retirado após 6 a 12 meses, enquanto a barra da cirurgia minimamente invasiva é retirada apenas após 2 ou 3 anos.

Durante este período também é importante estar atento a sinais de infecção ou rejeição do material cirúrgico deixado no corpo, como inchaço ou vermelhidão no local dos cortes, febre acima de 38ºC ou cansaço excessivo, por exemplo.

Já as atividades esportivas só devem ser iniciadas com aprovação do médico, devendo-se evitar as de maior impacto e risco de lesões, como futebol, basquetebol ou artes marciais.

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Escrito por Manuel Reis - Enfermeiro. Atualizado e revisto clinicamente por Dr. Gonzalo Ramirez - Psicólogo e Clínico Geral, em maio de 2021.
Revisão médica:
Dr. Gonzalo Ramirez
Psicólogo e Clínico Geral
Clínico geral pela UPAEP com cédula profissional nº 12420918 e licenciado em Psicologia Clínica pela UDLAP nº 10101998.