Meningite bacteriana: o que é, sintomas, causas e tratamento

Revisão médica: Dr. Arthur Frazão
Oftalmologista
janeiro 2023

A meningite bacteriana é uma inflamação das meninges, que é o tecido que recobre o cérebro e a medula espinhal, que acontece devido à presença de uma bactéria no sistema nervoso, resultando em sintomas como febre, dor de cabeça e rigidez na nuca.

A maioria das pessoas se recuperam da meningite ao realizar o tratamento de forma imediata e de acordo com a recomendação do médico. No entanto, a infecção pode trazer algumas complicações, especialmente se não for tratada rapidamente, como dano cerebral, perda auditiva e dificuldades de aprendizagem.

Conheça um pouco mais sobre todos os tipos de meningite no vídeo a seguir:

Principais sintomas

Os principais sintomas de meningite bacteriana são:

  • Febre alta;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Alteração do estado mental;
  • Dor ao virar o pescoço;
  • Fraqueza muscular;
  • Vômitos;
  • Perda de apetite;
  • Cansaço excessivo;
  • Alteração na vista;
  • Paralisia, que pode afetar apenas um lado do corpo;
  • Manchas roxas na pele;
  • Maior sensibilidade à luz;
  • Convulsões.

No caso da meningite nos bebês, os sintomas clássicos podem estar ausentes ou difíceis de serem identificados. No entanto, os bebês podem apresentar irritabilidade, choro forte, convulsões e moleira dura e tensa. Veja como reconhecer os sintomas de meningite bacteriana na criança.

Como confirmar o diagnóstico

Para diagnosticar a meningite bacteriana, o médico deve avaliar os sintomas apresentados pela pessoa, além de também ser solicitada a realização da análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) para verificar a presença de bactérias.

Caso o exame seja positivo, é possível também solicitar a realização de um antibiograma com o objetivo de verificar qual o melhor antibiótico para tratar a infecção. 

Possíveis causas

As principais bactérias responsáveis pela meningite bacteriana são Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Streptococcus do grupo B, Listeria monocytogenes, Haemophilus influenzae e Escherichia coli. Além disso, o risco de meningite bacteriana é maior em algumas situações:

  • Bebês e crianças até os 3 anos, já que apresentam sistema imunológico ainda em desenvolvimento;
  • Idosos, pois têm o sistema imunológico mais enfraquecido e normalmente possuem outras doenças associadas;
  • Doenças, como pneumonia, sinusite, otite e diabetes;
  • Situações cirúrgicas e defeitos anatômicos, como traumatismo, ausência de baço e fístulas no líquido cefalorraquidiano;
  • Sistema imune comprometido, como pode acontecer na infecção pelo HIV, transplante de órgãos ou desnutrição grave.

Outras situações que podem causar a infecção de meningite são o uso de alguns medicamentos como o Eculizumab ou Ravulizumabe, por exemplo, exposição a diferentes bactérias devido à atividade profissional, ou viagens para lugares em que a doença é comum.

A meningite bacteriana pode surgir em pessoas de todas as idades, no entanto os recém-nascidos, bebês e crianças são os que apresentam maior risco de contrair a infecção.

Como acontece a transmissão

A transmissão da meningite acontece por contato direto, de pessoa para pessoa, por meio de gotículas das secreções respiratórias do nariz ou da boca de pessoas infectadas. Por isso, a pessoa com meningite deve usar uma máscara facial e deve evitar tossir, espirrar ou falar próximo a pessoas saudáveis.

Além disso, a meningite pode acontecer em recém-nascidos caso seja infectado pelo Streptococcus do grupo B durante o parto normal, já que essa bactéria pode estar presente na vagina da mãe sem que cause sintomas. Outra forma de contágio é por meio do consumo de alimentos que contenham a bactéria Listeria monocytogenes, como verduras cruas, carnes processadas e salsichas cruas, por exemplo.

No entanto, a prevenção da meningite bacteriana pode ser realizada por meio da vacinação, que é indicada aos 2, 4 e 6 meses de idade.

Como é feito o tratamento

O tratamento para meningite bacteriana é feito no hospital com a administração de antibióticos diretamente na veia de acordo com o agente infeccioso responsável pela doença e perfil de sensibilidade. De forma geral, o tratamento recomendado é:

Bactéria responsável pela meningite

Antibiótico utilizado

Neisseria meningitidis

Penicilina G. Cristalina, Ampicilina/Amoxicilina

Streptococcus pneumoniae

Penicilina G. Cristalina o Ampicilina/Amoxicilina

Haemophilus influenzae

Cloranfenicol o Ceftriaxone

LIsteria monocytogenes

Ampicilina/Amoxicilina

A pessoa pode ficar internada em isolamento nas primeiras 24 horas após iniciar o tratamento com antibióticos e pode voltar para casa após 14 ou 28 dias, quando ficar curada.

A meningite bacteriana tem cura?

A meningite bacteriana tem cura desde que o tratamento é feito de acordo com as orientações do médico, ou seja, quando os antibióticos são tomados conforme à orientação e não são parados quando não existem sintomas, mas sim quando o médico indica o fim do tratamento. Dessa forma, é possível garantir a eliminação da bactéria responsável pela meningite.

Possíveis complicações

As sequelas da meningite bactéria podem surgir quando o tratamento não é feito de forma adequada, principalmente em pessoas com mais de 50 anos ou crianças. As principais complicações desse tipo de meningite são alterações cerebrais, surdez, paralisia motora, epilepsia e dificuldade de aprendizagem.

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Escrito e atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em janeiro de 2023. Revisão médica por Dr. Arthur Frazão - Oftalmologista, em fevereiro de 2016.

Bibliografia

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Mostrar bibliografia completa
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Revisão médica:
Dr. Arthur Frazão
Clínico geral
Médico generalista, especialista em Oftalmologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em 2008, com registro profissional no CRM/PE 16878

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