Luxação acromioclavicular: o que é, sintomas e tratamento

A luxação acromioclavicular é uma lesão onde a clavícula se separa do osso do ombro, chamado acrômio, por causa do rompimento ou alongamento excessivo dos ligamentos que mantêm esses ossos juntos.

Também conhecida como ombro separado, a luxação acromioclavicular pode causar dor, inchaço ou deformidade no ombro, além de dificuldade para mexer o ombro.

O tratamento da luxação acromioclavicular é indicado pelo ortopedista dependendo do tipo da lesão, e pode incluir repouso e imobilização, aplicação de compressas frias e uso de analgésicos ou anti-inflamatórios, como paracetamol ou ibuprofeno, e, em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da luxação acromioclavicular

Os principais sintomas da luxação acromioclavicular são:

  • Dor no ombro, que pode se espalhar para o pescoço, parte de baixo do ombro, peito ou costas;
  • Inchaço ou deformidade, no topo do ombro;
  • Dificuldade para mexer o ombro;
  • Estalos ou sensação de deslocamento, que ocorre no momento da lesão.

Além disso, em alguns casos, a pessoa pode sentir como se o ombro estivesse fora do lugar. Por isso, é comum segurar o braço com a outra mão para aliviar a dor e tentar estabilizar a região.

Em casos raros de luxação acromioclavicular, pode haver palidez da pele e dormência nos braços e dedos, o que pode indicar lesões em nervos ou vasos sanguíneos.

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Principais causas

A causa mais comum da luxação acromioclavicular é um trauma direto na parte superior ou lateral do ombro, especialmente quando o braço está junto ao corpo. Quanto maior a força do impacto, mais graves costumam ser os danos aos ligamentos.

As quedas também são uma causa frequente da luxação acromioclavicular. A lesão pode ocorrer tanto por uma queda diretamente sobre o ombro quanto ao cair com o braço ou cotovelo estendido, direcionando a força para o ombro.

Esse tipo de luxação é comum em esportes, principalmente os de contato, como futebol americano e jiu-jitsu, mas também em atividades de alta velocidade, como ciclismo e esqui.

Além disso, acidentes de trânsito ou quedas de bicicleta estão entre as causas mais comuns das luxações acromioclaviculares graves, devido à intensidade do impacto envolvido.

Leia também: Luxação: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/luxacao

Tipos da luxação acromioclavicular

Os tipos de luxação acromioclavicular são classificados de acordo com a escala de Rockwood, que são:

  • Tipo l: os ligamentos da articulação acromioclavicular estão um pouco esticados ou parcialmente rompidos, sendo considerado uma lesão leve;
  • Tipo ll: os ligamentos da acromioclavicular estão totalmente rompidos, mas os ligamentos coracoclaviculares, que também ajudam a estabilizar o ombro, ainda estão preservados ou levemente danificados;
  • Tipo lll: todos os ligamentos estão rompidos, porém os músculos ao redor ainda ajudam a estabilizar a articulação;
  • Tipo IV: considerada uma lesão grave, já que todos os ligamentos estão rompidos, e a clavícula se desloca para trás, podendo ficar presa no músculo;
  • Tipo V: além dos ligamentos, os músculos que cobrem a clavícula também se rompem.

Além disso, existe um tipo raro de luxação acromioclavicular, chamado tipo VI, no qual a clavícula é empurrada para baixo do osso do ombro, podendo causar lesões em nervos e vasos sanguíneos.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da luxação acromioclavicular é feito pelo ortopedista através de uma avaliação física, sintomas apresentados e histórico de trauma, queda ou acidente recente.

Durante a avaliação, o médico pode realizar um teste em que a pessoa segura um peso leve para ajudar a tornar a separação dos ossos mais visível.

Para confirmar a luxação acromioclavicular, o ortopedista geralmente solicita um raio-X, que é o exame de imagem mais comum nesse tipo de diagnóstico.

Em alguns casos, o médico pode pedir uma ressonância magnética para visualizar melhor os ligamentos. Além da tomografia computadorizada ou o ultrassom quando há suspeita de fratura ou em casos mais complexos da luxação.

Como é feito o tratamento

O tratamento da luxação acromioclavicular é indicado pelo ortopedista e pode incluir:

1. Repouso e imobilização

O tratamento envolve repouso e a imobilização do ombro com uma tipoia, que ajuda a reduzir a dor e permite a cicatrização dos ligamentos. É indicado principalmente para luxações acromioclaviculares de menor gravidade, como os tipos I, II e alguns casos do tipo III.

O tempo de uso da tipoia varia conforme a gravidade, geralmente de 1 a 4 semanas. 

2. Aplicação de compressa fria

A aplicação de compressa fria no local da lesão pode ser indicada pelo médico, por cerca de 15 a 20 minutos, de 4 a 6 vezes ao dia, durante as primeiras 72 horas. Veja como fazer compressa fria.

Também é indicada para os tipos de luxação I, II e alguns casos do tipo III, para redução da dor, do inchaço e da inflamação.

3. Medicação

Para aliviar os sintomas, o ortopedista pode indicar medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, como paracetamol ou ibuprofeno. Em alguns casos, pode ser prescrito injeções de corticoide ou o uso de eletroterapia analgésica.

4. Fisioterapia

Após a fase inicial, a fisioterapia é indicada para a recuperação total. A reabilitação é feita por etapas, a primeira foca no controle da dor e na proteção da articulação.

A segunda etapa da fisioterapia visa recuperar os movimentos do ombro, já a terceira fortalece os músculos que sustentam a articulação, preparando para as atividades do dia a dia. 

Leia também: 9 principais tratamentos para luxação (e opções caseiras) tuasaude.com/tratamento-para-luxacao

5. Cirurgia

A cirurgia da luxação acromioclavicular é indicada principalmente para os casos mais graves, como os tipos IV, V e VI, ou quando outro tratamento não resolve, especialmente em pessoas com dor persistente e instabilidade do ombro.

A cirurgia é realizada para reposicionar os ossos corretamente e restaurar a estabilidade da articulação, o que é mais eficaz quando feito nas primeiras 2 a 3 semanas após a lesão.

Existem diferentes técnicas cirúrgicas, sendo uma delas a fixação acromioclavicular com placas e parafusos, que geralmente exige outra cirurgia depois para retirada do material. 

Outra opção é a fixação coracoclavicular, que liga a clavícula ao osso da escápula com pequenos botões de sutura e costuma ter menos complicações. Há também técnicas de reconstrução dos ligamentos rompidos usando tendões da própria pessoa ou de um doador. 

Como é a recuperação após a cirurgia?

Após a cirurgia, recomenda-se o uso de tipoia entre 4 a 6 semanas, no entanto, exercícios leves, como movimentar o cotovelo, punho e mão, podem ser feitos após o terceiro dia para evitar rigidez.

Entre 6 e 12 semanas a tipoia é retirada, seguido do início gradual da reabilitação com fisioterapia, com o objetivo de recuperar os movimentos e fortalecer a musculatura. A recuperação completa pode levar até seis meses.

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