Paralisia de Bell: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em fevereiro 2024

Paralisia de Bell é a inflamação do nervo facial que controla os músculos do rosto, causando sintomas que se iniciam de repente, como boca torta, dificuldade para fazer expressões e até sensação de formigamento, afetando apenas um lado do rosto.

Essa inflamação, na maior parte das vezes, é temporária melhorando entre algumas semanas até 6 meses, sendo causada por infecções virais, como herpes, rubéola ou caxumba. No entanto, pode ser uma situação permanente, especialmente se existir alguma lesão no percurso do nervo facial.

O tratamento da paralisia de Bell, também conhecida como paralisia facial periférica, é feito pelo neurologista que pode indicar o uso de remédios ou fisioterapia, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 2

Sintomas de paralisia de Bell

Os principais sintomas de paralisia de Bell são:

  • Perda dos movimentos, parcial ou total, de um lado do rosto;
  • Sensação de peso no rosto, do lado afetado;
  • Dificuldade para fechar o olho;
  • Boca torta;
  • Olho e boca secos;
  • Dor de ouvido no lado afetado;
  • Dificuldade para fazer expressões faciais, comer ou beber;
  • Dor leve ou formigamento no lado afetado;
  • Dificuldade para segurar a saliva.

Os sintomas da paralisia de Bell aparecem de forma rápida e repentina, piorando ao longo de um dia ou uma semana, tendo um pico mais grave dentro de 72 horas.

Esses sintomas normalmente afetam apenas um lado do rosto, embora, em casos mais raros, também possa haver inflamação do nervo em ambos os lados do rosto, fazendo com que os sintomas apareçam dos dois lados da face.

Os sintomas da paralisia de Bell são semelhantes com alguns sinais de problemas graves, como AVC ou tumor cerebral, e por isso é importante ir imediatamente para o hospital para descartar outras doenças e iniciar o tratamento mais adequado.

Qual a diferença de paralisia de Bell e AVC?

Embora tenham sintomas semelhantes, a paralisia de Bell e o AVC são condições diferentes.

A paralisia de Bell surge devido a uma inflamação no nervo facial, responsável por comandar os movimentos do rosto, resultando na perda do controle dos músculos de um lado do rosto.

Já o AVC ocorre devido a interrupção ou diminuição do fornecimento de sangue e oxigênio para o cérebro, por uma obstrução ou ruptura de algum vaso sanguíneo no cérebro, causando sintomas em um lado do corpo, e não só na face. Saiba identificar os sintomas de AVC.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da paralisia de Bell é feito pelo clínico geral ou neurologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde, exame físico dos músculos do rosto e exame neurológico.

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Além disso, o médico pode pedir exames complementares, como a ressonância magnética, para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições com sintomas semelhantes, como AVC, tumor cerebral, doença de Lyme ou síndrome de Ramsey-Hunt. 

Outros exames que o médico pode solicitar são estudos de condução nervosa e eletromiografia para avaliar a gravidade da paralisia do nervo facial.

Possíveis causas

As causas exatas da paralisia de Bell não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que ocorre devido a inflamação do 7º nervo craniano, conhecido como nervo facial, resultando nos sintomas.

Geralmente, a paralisia de Bell está relacionada a infecções virais, como: 

  • Herpes simples ou herpes zoster;
  • Mononucleose infecciosa;
  • Caxumba;
  • Rubéola;
  • Vírus Epstein-Barr;
  • Coxsackievírus;
  • Citomegalovírus.

Além disso, fraturas cranianas ou tumores também podem levar a inflamação e compressão do nervo facial e resultar na paralisia de Bell.

Como é feito o tratamento

O tratamento da paralisia de Bell deve ser feito com orientação do neurologista ou clínico geral, e varia de acordo com a gravidade dos sintomas.

Os principais tratamentos para paralisia de Bell são:

1. Remédios

Os remédios para paralisia de Bell que podem ser indicados pelo médico geralmente são:

  • Corticoides, como prednisona ou prednisolona, por via oral por aproximadamente 1 semana de tratamento;
  • Antivirais, como aciclovir, fanciclovir ou valaciclovir, nos casos de infecções pelo herpes simples ou herpes-zoster, podendo ou não ser associados ao uso de corticoides;
  • Analgésicos, como paracetamol ou dipirona, para aliviar a dor;
  • Lágrimas artificiais, para lubrificar os olhos e evitar lesões na córnea.

Além disso, o médico também pode recomendar o uso de um tampão no olho, para usar antes de dormir, evitando a piora do ressecamento do olho e problemas na córnea.

2. Fisioterapia 

A fisioterapia para a paralisia de Bell pode ser indicada pelo médico e deve ser feita com orientação do fisioterapeuta com exercícios que ajudam a fortalecer a musculatura facial e melhorar a circulação sanguínea no nervo.

Na maioria dos casos, o fisioterapeuta pode instruir como fazer os exercícios em casa, para melhorar os sintomas mais rapidamente.

3. Fonoaudiologia 

A fonoaudiologia pode ser indicada pelo médico para a paralisia de Bell, pois ajuda a recuperar os movimentos e as expressões do rosto, além de ajudar a estimular as funções de fala, mastigação e deglutição.

Este tipo de terapia deve ser feito pelo fonoaudiólogo e a quantidade de sessões por semana e o tempo de tratamento será determinado pelo fonoaudiólogo junto com o médico.

4. Injeção de botox

A injeção de botox pode ser aplicada pelo médico por via transcutânea ou subconjuntival no músculo elevador da pálpebra superior nos casos em que a paralisia impede o fechamento de um dos olhos.

Essa injeção de toxina botulínica ajuda a relaxar os músculos faciais, permitindo que o olho se feche, evitando lesões na córnea.

5. Cirurgia

Em algumas situações, a cirurgia de descompressão do nervo facial pode ser indicada pelo médico.

No entanto, esse tipo de tratamento é controverso, e pode ser recomendada pelo médico nos casos em que a paralisia de Bell é completa e não melhora com os outros tratamentos.

Quanto tempo demora a recuperação 

A recuperação completa da paralisia de Bell deve acontecer em aproximadamente 3 a 4 meses, sendo que logo que se inicie a fisioterapia poderão ser notados alguns avanços.

Cerca de 15% das pessoas que possuem essa paralisia facial periférica não se recuperam completamente, podendo haver necessidade de uso de botox ou de realizar uma cirurgia meses depois.