O cigarro pode causar doenças respiratórias, como enfisema pulmonar e bronquite crônica, doenças cardiovasculares, como pressão alta, infarto, AVC, aneurisma ou trombose, impotência sexual em homens, além de alguns tipos de câncer, como câncer de pulmão, por exemplo.
Isso ocorre porque as substâncias químicas do cigarro, como nicotina, alcatrão, monóxido de carbono e formol, provocam inflamação nos pulmões e vasos sanguíneos, atrapalham a circulação, aumentam o acúmulo de gordura nas artérias e podem alterar o DNA das células.
Leia também: Cigarro eletrônico (vape): o que é, por que faz mal e riscos do uso tuasaude.com/cigarro-eletronicoAlém disso, mesmo quem fuma pouco, apenas respira a fumaça de outras pessoas ou usa fumo mascado, cigarro de palha, cachimbo, charuto, narguilé ou cigarro eletrônico (vape) também pode sofrer consequências e prejudicar a saúde.
Principais doenças causadas pelo cigarro
Algumas das doenças que podem ser causadas pelo uso do cigarro são:
1. Enfisema pulmonar e bronquite
O enfisema e a bronquite crônica são um tipo de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que podem aparecem principalmente por causa da fumaça do cigarro, que irrita e inflama os brônquios, dificultando a entrada e saída de ar e as trocas de oxigênio.
Os principais sintomas são falta de ar, que no início aparece durante esforços e depois até em repouso, tosse persistente e infecções frequentes, como pneumonia.
Se não tratada, essas doenças podem levar a complicações graves, como hipertensão pulmonar e infecções respiratórias mais sérias. Saiba como identificar e como tratar a DPOC.
O que fazer: deve-se consultar o clínico geral ou pneumologista para que seja indicado o tratamento mais adequado, que geralmente envolve o uso de bombinhas inalatórias, como o salbutamol, que ajudam a abrir as vias aéreas e facilitam a respiração.
Nos casos mais graves, podem ser necessários corticoides ou até oxigênio suplementar. Além disso, parar de fumar é fundamental para evitar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.
2. Infarto e AVC
O cigarro provoca alterações no sistema cardiovascular, acelerando os batimentos e contraindo as artérias, o que aumenta a pressão arterial e pode levar a infarto, angina, AVC e aneurisma.
Além disso, o cigarro inflama a parede dos vasos sanguíneos, facilitando o aparecimento de trombose e outras doenças do coração e da circulação. Esse risco fica ainda maior quando há outros fatores associados, como colesterol alto e diabetes.
O que fazer: é indicado consultar um cardiologista para avaliar a saúde do coração e iniciar o tratamento adequado, que pode incluir medicamentos para controlar a pressão e evitar a formação de coágulos, como o ácido acetilsalicílico e o clopidogrel.
Em casos mais graves, pode ser necessária cirurgia ou procedimentos específicos, como o cateterismo cerebral, utilizado para remover coágulos após um AVC. Entenda como é feito o cateterismo cerebral.
3. Impotência sexual
O cigarro pode causar impotência em homens, especialmente antes dos 50 anos, por afetar a produção de hormônios e reduzir o fluxo sanguíneo necessário para manter a ereção, além de prejudicar a qualidade do esperma.
Com isso, o fumante pode ter dificuldade em iniciar ou manter a relação sexual, o que gera constrangimentos. Entretanto, parar de fumar costuma reverter parcial ou totalmente esta situação. Conheça outras causas de impotência sexual.
O que fazer: é recomendado parar de fumar, já que dessa forma é possível ter a capacidade sexual restabelecida.
Em alguns casos, também pode ser útil buscar acompanhamento com psicólogo ou sexólogo para auxiliar no tratamento da impotência.
Leia também: 10 remédios caseiros para impotência sexual masculina tuasaude.com/remedio-caseiro-para-impotencia-sexual4. Artrite reumática
O tabagismo aumenta o risco de desenvolver artrite reumatoide, caracterizada por dor, inchaço e vermelhidão nas articulações, principalmente nas mãos.
Além disso, piora a gravidade da doença e reduz a eficácia dos medicamentos usados no tratamento.
O que fazer: deve-se parar de fumar e manter acompanhamento com o reumatologista, para avaliar possíveis alterações e ajustar a dose dos medicamentos quando necessário.
5. Úlceras gástricas
O cigarro favorece o surgimento de novas úlceras no estômago, atrasa a cicatrização e reduz a eficácia do tratamento, aumentando também o risco de complicações.
Leia também: Úlcera gástrica: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/ulcera-gastricaFumar traz risco significativamente aumentado para desenvolver úlcera gástrica e outras doenças do sistema digestivo, como gastrite, refluxo e doença inflamatória intestinal, devido ao aumento da inflamação na mucosa do estômago e do intestino.
Por isso, pessoas que fumam costumam apresentar sintomas como dor abdominal, queimação, má digestão e alterações no funcionamento do intestino.
O que fazer: o tratamento da úlcera gástrica deve ser orientado por um gastroenterologista, geralmente com o uso de medicamentos antiácidos, como o hidróxido de alumínio ou bicarbonato de sódio.
Também podem ser usados bloqueadores da bomba de prótons, como omeprazol ou pantoprazol, em alguns casos. Veja os principais remédios para úlcera gástrica.
Além disso, podem ser recomendadas mudanças na alimentação, evitando alimentos muito ácidos, quentes ou que estimulam a produção de ácido, como café, molhos e chá preto.
6. Osteoporose
O cigarro aumenta o risco de osteoporose, já que reduz a absorção de cálcio, prejudica a produção de hormônios importantes para a saúde óssea e acelera a perda da densidade dos ossos.
Além disso, pessoas que fumam podem ter maior risco de fraturas em locais como quadril, coluna e punhos, além de recuperação mais lenta após quedas ou cirurgias.
O que fazer: deve-se parar de fumar para reduzir a progressão da osteoporose e fazer acompanhamento com o ortopedista ou endocrinologista, que pode indicar medicamentos que fortalecem os ossos, como o alendronato ou ácido zoledrônico, além de suplementação de cálcio e vitamina D.
Também são recomendados exercícios físicos regulares, exposição ao sol de forma segura e alimentação rica em nutrientes que fortalecem a estrutura óssea.
Leia também: Tratamento da osteoporose: remédios, alimentação e exercícios tuasaude.com/tratamento-para-osteoporose7. Alterações visuais
As substâncias da fumaça do cigarro também aumentam o risco de doenças oculares, como catarata e degeneração macular, por causarem inflamação e disfunção das células.
A catarata deixa a visão embaçada ou borrada, dificultando enxergar, principalmente à noite. Já a degeneração macular afeta o centro da visão, que fica turva e pode piorar progressivamente.
O que fazer: é recomendado consultar o oftalmologista para que a visão seja avaliada e, caso seja necessário, pode ser indicada a realização de cirurgia para corrigir o problema.
8. Alterações da memória
O cigarro pode causar alterações da memória, já que suas substâncias prejudicam a circulação de sangue no cérebro e aceleram processos inflamatórios. Veja outras causas de alterações na memória.
Isso pode levar a lapsos de memória, dificuldade de concentração e maior risco de demências, como Alzheimer.
O que fazer: é indicado parar de fumar para proteger a saúde cerebral, além disso também é importante manter hábitos que fortalecem o cérebro, como exercícios físicos, alimentação equilibrada, sono de qualidade e estímulos cognitivos, como leitura, jogos de raciocínio e aprendizado.
9. Complicações na gravidez
As substâncias do cigarro prejudicam a circulação de oxigênio e nutrientes, comprometem o desenvolvimento fetal e aumentam o risco de várias complicações, como aborto espontâneo, prejuízo no crescimento do feto e nascimento prematuro, por exemplo.
Leia também: Cigarro na gravidez: quais os efeitos e razões para não fumar tuasaude.com/sete-razoes-para-nao-fumar-durante-a-gravidezO que fazer: parar ou reduzir o fumo é fundamental para proteger a saúde da mãe e do bebê, além do acompanhamento pré-natal e, em alguns casos, pode ser indicada terapia de cessação do tabagismo, sempre sob orientação profissional.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que parar ou reduzir o fumo durante a gravidez tem efeitos positivos tanto para a mãe quanto para a criança.
10. Câncer de bexiga
As substâncias cancerígenas do cigarro entram na corrente sanguínea e alcançam as vias urinárias. Como nem sempre são eliminadas, podem permanecer em contato com a bexiga, aumentando o risco de câncer nesse órgão.
Alguns dos sintomas que podem ocorrer em pessoas com câncer de bexiga são presença de sangue na urina, dor abdominal, vontade de urinar com mais frequência, dor na região pélvica e perda de peso, por exemplo.
Leia também: Câncer de bexiga: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/cancer-de-bexigaO que fazer: é importante procurar um urologista ou oncologista para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado, que pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia, conforme cada caso. Conheça mais sobre o tratamento do câncer de bexiga.
11. Câncer de cabeça e pescoço
As substâncias cancerígenas do cigarro atingem diretamente as mucosas da boca, garganta, laringe e outras estruturas da região, causando inflamações e alterações celulares que podem evoluir para câncer.
Leia também: Câncer de cabeça e pescoço: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/cancer-de-cabeca-e-pescocoAlguns sintomas de câncer de boca e faringe incluem feridas na boca que não cicatrizam, dor ou dificuldade para engolir, rouquidão persistente, caroços no pescoço, sangramentos, além de manchas brancas ou avermelhadas na boca.
O que fazer: diante desses sintomas, deve-se procurar o otorrinolaringologista ou oncologista, que irá avaliar e diagnosticar. O tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, conforme a extensão da doença.
12. Câncer de pulmão
Quando as substâncias do cigarro atingem os tecidos pulmonares responsáveis pelas trocas respiratórias, podem provocar inflamações e alterações celulares que aumentam o risco de câncer de pulmão.
O câncer de pulmão pode causar sintomas como falta de ar, tosse persistente ou com sangue e perda de peso. No entanto, muitas vezes é silenciosa e só se manifesta em estágios avançados.
O que fazer: é indicado parar de fumar imediatamente e seguir as orientações do oncologista conforme o tipo, estágio do câncer e condições de saúde da pessoa, podendo envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia. Entenda como é feito o tratamento do câncer de pulmão.
Além do câncer de pulmão, o cigarro eleva o risco de quase 20 outros tipos, incluindo estômago, intestino, rins, pâncreas e colo do útero. Isso porque contém mais de 60 substâncias cancerígenas, que podem causar inflamações e alterar o DNA das células, favorecendo o desenvolvimento de tumores.
Assista o vídeo seguinte, em que a nutricionista Tatiana Zanin e o Dr. Drauzio Varella conversam sobre os malefícios do cigarro para a saúde:
Obesidade, Cigarro e Álcool | Com Drauzio Varella (1/2)
24:43 | 45.867 visualizaçõesComo evitar as doenças causadas pelo cigarro
Parar de fumar é a maneira mais eficaz de reduzir os riscos à saúde. Embora abandonar o vício não seja simples, cada passo nessa direção pode fazer diferença.
Existem tratamentos que podem ajudar nesse processo, como adesivos ou pastilhas de nicotina prescritos pelo médico, além do apoio de grupos e acompanhamento psicológico. Confira algumas dicas para conseguir parar de fumar.
Ao deixar o cigarro, as chances de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo tendem a diminuir.