DIU (Dispositivo Intrauterino) : o que é, tipos e como funciona

Atualizado em fevereiro 2023

O DIU é um dispositivo intrauterino constituído por cobre, combinação de prata e cobre ou hormônios, em forma de "T" ou "Y", introduzido dentro da cavidade do útero pelo ginecologista, e normalmente é indicado como método contraceptivo a longo prazo para impedir a gravidez.

No entanto, o DIU hormonal também pode ser indicado para o tratamento da endometriose, sangramento menstrual excessivo ou ainda para proteger contra o crescimento excessivo do revestimento interno do útero, durante a terapia de reposição hormonal.

O DIU só pode ser colocado e removido pelo ginecologista, e embora possa começar a usar em qualquer momento do ciclo menstrual, desde que se tenha certeza de que a mulher não está grávida, deve ser colocado, preferencialmente, durante a menstruação.

Imagem ilustrativa número 1

Tipos de DIU

O DIU pode ser classificado em alguns tipos de acordo com a sua composição, sendo os principais:

1. DIU de cobre

O DIU de cobre é um tipo de dispositivo não-hormonal feito de plástico, porém revestido com cobre, que pode ser utilizado durante 10 anos, sem que perda a eficácia. A ação contraceptiva desse tipo de DIU é devido à liberação contínua de íons de cobre no útero, o que provoca alterações no muco cervical e no útero, assim como interfere na motilidade do espermatozoide.

Como não está associado a hormônios, esse tipo de DIU costuma ser bem tolerado pelas mulheres e está associado a menos efeitos colaterais. No entanto, é possível que a mulher apresente aumento do fluxo menstrual e cólicas um pouco mais intensas. Conheça mais sobre o DIU de cobre.  

O DIU de cobre é oferecido gratuitamente pelo SUS como parte do Programa de Planejamento familiar, ou fornecido por planos de saúde ou clínicas particulares.

2. DIU de prata

Assim como DIU de cobre, o DIU de prata é um tipo de dispositivo intrauterino não hormonal. Esse tipo de DIU tem formato de "Y" ao invés de "T", sendo as hastes constituídas por prata e a base por uma mistura de uma pequena quantidade de prata associada ao cobre, com o objetivo de diminuir a fragmentação do cobre no organismo, apesar de isso ser raro de acontecer.

Devido ao formato, o DIU de prata é mais fácil para inserir e remover, sendo mais indicado para mulheres que apresentam o útero menor. Além disso, devido à menor quantidade de cobre e à presença de prata, o DIU de prata pode ser usado por 5 anos e é possível que não resulte em maior intensidade do fluxo menstrual e nem da cólica. Veja mais sobre o DIU de prata.  

3. DIU hormonal

O DIU hormonal, também conhecido como DIU Mirena ou DIU Kyleena, é um tipo de dispositivo que contém hormônio em sua composição, o levonorgestrel, que é liberado em pequenas quantidades, de forma contínua, a partir do momento que é inserido, podendo ser utilizado por até 5 anos consecutivos. 

Esse hormônio promove a diminuição da espessura da camada interna do útero e aumento da espessura do muco cervical, diminuindo a chance do espermatozoide chegar ao óvulo e haver fecundação, e desta forma impede a gravidez.

Além disso, esse tipo de DIU pode ser indicado nos casos de endometriose, tratamento do sangramento menstrual excessivo, endometriose, ou para proteção contra o crescimento excessivo do revestimento interno do útero, durante a terapia de reposição hormonal, por exemplo. 

Apesar de ser bastante eficaz, como é constituído por hormônio, o DIU Mirena ou DIU Kyleena, está associado com vários efeitos colaterais, como alteração no ciclo menstrual, podendo haver falta de menstruação ou sangramento de escape, aumento das cólicas, dor de cabeça, alterações no humor, diminuição da libido e inchaço, por exemplo. Veja mais sobre o DIU Mirena.  

Vantagens e desvantagens do DIU

Vantagens

Desvantagens

É um método prático e de longa duração

Aparecimento de anemia devido às menstruações mais longas e abundantes que o DIU de cobre pode provocar

Não há esquecimentos

Risco de infecção do útero

Não interfere no contato íntimo

Se ocorrer uma infecção por transmissão sexual, há maior probabilidade dela evoluir para uma doença mais grave, a doença inflamatória pélvica

A fertilidade retorna ao normal depois de retirar

Maior risco de gravidez ectópica

Além disso, embora o DIU tenha a vantagem de prevenir uma gravidez indesejada, esse dispositivo não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (IST´s), sendo importante sempre utilizar camisinha em todas as relações sexuais. Confira as principais IST´s.

Dependendo do tipo, o DIU pode ter outras vantagens e desvantagens para cada mulher, sendo recomendado discutir essas informações com o ginecologista no momento de escolher o melhor método contraceptivo. Conheça outros métodos contraceptivos e quais suas vantagens e desvantagens

Como funciona

O DIU atua impedindo a gravidez através de alterações no útero e no muco cervical que impedem que o espermatozoide chegue ao óvulo liberado, evitando a fecundação e, consequentemente, a gravidez.

O DIU de cobre libera pequenas quantidades de cobre no útero, o que provoca alterações no endométrio, impedindo à implantação do óvulo no útero, além de também interferir no tempo de sobrevivência do espermatozoide. Este tipo de DIU fornece uma proteção durante um período de aproximadamente 10 anos.

O DIU de prata funciona da mesma maneira do DIU de cobre, no entanto há também a liberação de prata no útero, que atua diminuindo o risco de oxidação da parte de cobre do DIU e aumentando o efeito contraceptivo. Além disso, a prata ajuda a diminuir o fluxo menstrual, sendo menos intenso do que o fluxo que acontece quando se tem o DIU de cobre.

Já o DIU hormonal, por ação do hormônio, dificulta as ovulações e impede que o ovo se fixe no útero, espessando o muco do colo do útero de modo a formar uma espécie de tampão que impede os espermatozoides de chegarem lá, evitando assim a fecundação. Este tipo de DIU confere uma proteção por um período de até 5 anos.

Como é colocado

O procedimento para colocar o DIU é simples, dura entre 15 e 20 minutos e pode ser feito no próprio consultório ginecológico. A colocação do DIU pode ser feita em qualquer período do ciclo menstrual, no entanto, é mais recomendado que seja colocado durante a menstruação, que é quando o útero encontra-se mais dilatado.

Para a colocação do DIU, a mulher deve ser colocada em posição ginecológica, com as pernas ligeiramente afastadas, e o médico insere o DIU até o útero. Depois de colocado, o médico deixa um pequeno fio dentro da vagina que serve como indicativo de que o DIU está colocado corretamente. Esse fio pode ser sentido com o dedo, no entanto, não é sentindo durante o contato íntimo.

Por ser um procedimento que não é realizado com anestesia, a mulher pode sentir desconforto durante o procedimento.

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Possíveis efeitos colaterais

Alguns dos efeitos colaterais deste método contraceptivo incluem:

  • Dores ou contrações uterinas, mais frequentes nas mulheres que nunca tiveram filhos;
  • Pequeno sangramento logo após a colocação do DIU;
  • Corrimento vaginal.

O DIU de cobre também pode provocar o aparecimento de menstruações mais longas, com maior hemorragia e mais dolorosas, apenas em algumas mulheres, principalmente nos primeiros meses após a inserção do DIU.

O DIU hormonal, além destes efeitos colaterais também pode provocar redução do fluxo menstrual ou ausência de menstruação ou pequenas saídas de sangue menstrual, chamadas de spotting, além de espinhas, cefaleias, dor e tensão mamária, retenção de líquidos, cistos do ovário e aumento de peso.

Quando ir ao médico

É importante que a mulher fique atenta e vá ao médico caso não sinta ou veja os fios guias do DIU, surjam sintomas como febre ou calafrios, seja percebido inchaço na região genital ou a mulher sinta cólicas abdominais fortes. 

Além disso, é recomendado ir ao médico caso haja aumento do fluxo vaginal, sangramentos fora do período menstrual ou sinta dor ou sangramento durante as relações sexuais.

Caso surja algum destes sinais é importante consultar o ginecologista para avaliar o posicionamento do DIU e tomar as medidas necessárias.

Também é recomendado voltar ao ginecologista após 4 a 12 semanas após colocar o DIU, e pelo menos, 1 vez ao ano, para realizar exames e verificar se o DIU se encontra na posição correta.