A coceira na garganta é comum de acontecer em caso de desidratação ou após a exposição a substâncias irritativas, como pólen, pelo de animais, plantas e fumaça, por exemplo, sendo importante que a causa seja identificada para que a coceira consiga ser evitada.
No entanto, a coceira na garganta pode ser também sinal de outras situações que devem ser tratadas de acordo com a orientação do médico, como refluxo, amigdalite e alergia alimentar, por exemplo.
Por isso, é importante que o otorrinolaringologista seja consultado quando a coceira na garganta é persistente e é acompanhada por outros sintomas, como febre, tosse, desconforto abdominal e dificuldade para engolir, pois assim o médico poderá avaliar os sintomas e indicar a realização de exames adequados para que seja possível identificar a causa da coceira na garganta e o tratamento mais adequado.

As principais causas de coceira na garganta são:
1. Desidratação
A desidratação consiste numa quantidade insuficiente de água no organismo, devido à ingestão insuficiente de líquidos, diarreia, vômitos, insolação ou excesso de suor. A desidratação pode ser acompanhada por sintomas como coceira na garganta, sede, boca seca, pele e olhos secos, diminuição da quantidade de urina e da pressão arterial, e em casos mais graves, aumento da frequência cardíaca e tonturas.
O que fazer: o tratamento consiste na ingestão de bebidas isotônicas e soluções com sais para reidratação oral, que se encontram nas farmácias, ou fazer um soro caseiro em casa misturando 1 colher de sopa de açúcar e 1 colher de café de sal num litro de água e depois de arrefecer, ir bebendo ao longo do dia. Além disso, podem também ser ingeridos alimentos ricos em água como melancia, laranja ou abacaxi. Conheça outros alimentos ricos em água.
2. Rinite alérgica
A rinite alérgica é uma inflamação da mucosa do nariz, provocada por uma reação alérgica, levando ao surgimento de sintomas como espirros, coriza, tosse seca e nariz e garganta coçando. Esta doença surge geralmente após o contato com substâncias alérgicas como poeira, pêlo de animais, pólen ou algumas plantas, sendo por isso mais frequente durante a primavera ou no outono.
O que fazer: a rinite alérgica não tem cura, mas pode ser tratada com o uso de remédios anti-histamínicos como a loratadina, cetirizina ou desloratadina por exemplo, além de lavagem nasal com soro e devendo-se também evitar ao máximo o contato com as substâncias que provoquem alergia. Veja mais detalhes sobre o tratamento para rinite alérgica.
3. Exposição a substâncias irritantes
A exposição a substâncias irritantes, como a fumaça do tabaco ou de tubos de escape dos carros, produtos de limpeza e outras substâncias tóxicas ou irritantes, podem irritar a garganta, podendo também provocar coceira na garganta e tosse. Veja outras causas de coceira na garganta e tosse.
O que fazer: evitar a exposição a substâncias que provoquem coceira na garganta é a medida mais eficaz. No entanto, caso isso não seja possível, pode-se recorrer a pastilhas calmantes que tenham mel, limão ou gengibre na sua composição, ou fazer gargarejos com soluções à base de água e sal.
4. Efeitos colaterais de medicamentos
Alguns medicamentos podem provocar coceira na garganta como efeito secundário, não devendo ser confundido com uma reação alérgica, o que é muito frequente em pessoas que tomam IECAS por exemplo, que são medicamentos usados para baixar a pressão arterial.
O que fazer: normalmente este efeito secundário vai diminuindo com o tempo, no entanto, se persistir e causar muito desconforto, pode ser necessário substituir o medicamento. Além disso, tomar uma colher de mel, fazer gargarejos com soluções com água e sal, ou tomar um chá com gengibre e limão, podem ajudar a aliviar a coceira na garganta.
5. Alergia alimentar
A alergia alimentar consiste numa reação inflamatória exagerada a uma substância específica presente no alimento, podendo manifestar-se em diferentes regiões do corpo como na pele, olhos, nariz ou garganta. Além disso, pode também ocorrer inchaço em várias regiões do corpo, podendo atingir a boca, pálpebras e a língua e provocar graves dificuldades respiratórias.
O que fazer: o tratamento consiste na administração de anti-histamínicos como a loratadina ou cetirizina, ou corticóides como a prednisolona, mas em caso de reação grave, pode não ser suficiente e por isso deve-se ir imediatamente a urgência, porque a alergia pode evoluir para um choque anafilático. Também é muito importante fazer um teste de alergia alimentar de forma a evitar os alimentos que estejam na origem do problema.
6. Amigdalite ou resfriado
Algumas infecções respiratórias como amigdalite, faringite ou resfriado podem deixar a garganta coçando antes de evoluir para sintomas mais graves, como dor ou inflamação no local. Os sintomas podem incluir também coriza, tosse, febre, coceira no ouvido, arrepios e desconforto.
O que fazer: o tratamento depende do tipo de infecção, e geralmente, caso se trate de amigdalite ou faringite bacteriana o médico pode receitar antibióticos como amoxicilina, eritromicina ou penicilina, e analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor e a inflamação, como paracetamol e ibuprofeno. Caso se trate de uma gripe ou de uma faringite viral, o tratamento consiste em tratar os sintomas como inflamação, dor e febre, com remédios analgésicos, anti-inflamatórios e antipiréticos como o paracetamol, ibuprofeno, aspirina ou novalgina.
Além disso, também pode ser necessário recorrer a medicamentos para a tosse seca, como a Dropropizina, ou para a tosse com catarro, como Mucosolvan, e anti-histamínicos para atenuar os sintomas alérgicos, como a desloratadina ou cetirizina.
7. Refluxo gastroesofágico
O refluxo gastroesofágico consiste no retorno do conteúdo do estômago para o esôfago em direção à boca, causando dor, sabor desagradável e, em alguns casos, coceira na garganta devido à irritação provocada pelo conteúdo ácido do estômago. Isto acontece quando o músculo que deveria impedir que o ácido do estômago saia do seu interior não funciona adequadamente.
O que fazer: o tratamento para o refluxo consiste no uso de antiácidos que neutralizam a acidez do estômago, evitando a queimação no esôfago, ou procinéticos, que aceleram o esvaziamento gástrico, diminuindo assim o tempo que a comida permanece no estômago. Saiba mais sobre as opções de tratamento para refluxo gastroesofágico.