Tratamento para refluxo: dieta, medicamentos, cirurgia (e mais)

Revisão médica: Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
janeiro 2023

O tratamento para refluxo gastroesofágico geralmente é iniciado com algumas alterações do estilo de vida, assim como adaptações da dieta, já que em muitos casos, essas alterações relativamente simples são capazes de aliviar os sintomas, sem ser necessário qualquer outro tipo de tratamento.

No entanto, se os sintomas não melhorarem, o gastroenterologista pode indicar o uso de alguns remédios, que podem ser usados por um longo prazo, ou apenas durante as crises de sintomas. Nos casos mais complicados, em que nem os remédios são capazes de melhorar os sintomas, o médico pode aconselhar a realização de uma cirurgia, para tentar resolver a causa do refluxo.

Confira quais os sintomas mais comuns nos casos de refluxo gastroesofágico.

Imagem ilustrativa número 1

5 tratamentos para refluxo gastroesofágico

As principais formas de tratamento para o refluxo incluem:

1. Alterações no estilo de vida

Pessoas que têm um estilo de vida menos saudável têm maior risco de desenvolver vários problemas de saúde. Um desses problemas é a produção excessiva de ácido gástrico, que pode acabar causando sintomas de refluxo.

Assim, qualquer pessoa que sofra de refluxo, ou mesmo que queira evitar o seu surgimento, deve seguir estas indicações:

  • Manter um peso adequado, já que o excesso de peso causa maior pressão na região abdominal, aumentando as chances de o ácido gástrico voltar para o esôfago, piorando os sintomas;
  • Evitar fumar, já que o cigarro é capaz de afetar a capacidade do esfíncter do esôfago para fechar, permitindo que aconteça o refluxo com maior frequência;
  • Não deitar até 2 horas após comer, pois é nesse período que existe maior quantidade de ácido no estômago;
  • Evitar usar roupa muito apertadas, especialmente camisas e calças de cintura alta, porque podem fazer pressão sobre a região do estômago e piorar o refluxo.

Além disso, é ainda muito importante que, ao deitar, se tente manter a cabeceira da cama mais elevada que os pés. Para isso, pode-se colocar algo por baixo do colchão ou, então, colocar calços de madeira debaixo das pernas da cabeceira da cama. Preferencialmente, a cabeceira deve ficar elevada entre 15 a 20 cm.

2. Adaptações da dieta

Além das alterações no estilo de vida, indicadas anteriormente, também existem outras técnicas simples e naturais que ajudam a aliviar os sintomas e que estão, principalmente, relacionadas com a dieta.

Assim, é aconselhado que se façam refeições mais regularmente, a cada 3 horas, por exemplo, mas com menor quantidade de comida. Isso ajuda a manter o estômago menos cheio e a facilitar o seu esvaziamento, evitando o refluxo.

Além disso, aumentar o consumo de vegetais e frutas, assim como evitar alimentos menos saudáveis, como industrializados, carne vermelha e frituras, também permitem reduzir a quantidade de ácido gástrico, aliviando os sintomas. Outra dica importante consiste em regular o consumo de algumas bebidas, especialmente aquelas que têm sido muito relacionadas com o surgimento de refluxo, como refrigerantes, bebidas gaseificadas, café e bebidas alcoólicas.

Veja com maior detalhe como deve ser a dieta para quem sofre com refluxo gastroesofágico.

3. Uso de medicamentos

Na maioria das vezes, os medicamentos para refluxo são indicados pelo médico apenas como SOS, ou seja, para serem utilizados durante uma crise de refluxo, que pode surgir quando se consome alguns tipos de alimentos em excesso.

No entanto, os remédios também podem ser usados por períodos mais longos de tempo, especialmente em pessoas que têm sintomas muito fortes e frequentes. Alguns dos mais indicados incluem:

  • Antiácidos, como hidróxido de magnésio ou hidróxido de alumínio: neutralizam a acidez do estômago e evitam a sensação de queimação no esôfago;
  • Inibidores da produção de ácido, como omeprazol, esomeprazol ou pantoprazol: inibem a produção de ácido no estômago, reduzindo a queimação provocada pelo refluxo;
  • Aceleradores do esvaziamento gástrico, como metoclopramida e domperidona: aceleram o esvaziamento do estômago, diminuindo o tempo que o alimento permanece neste órgão;
  • Protetores gástricos, como o sucralfato: formam uma barreira protetora na mucosa do estômago e do esôfago, reduzindo a queimação causada pelo ácido do estômago.

Assim, e uma vez que os sintomas e as causas de refluxo variam bastante de uma pessoa para a outra, os remédios devem ser sempre orientados por um médico, que irá avaliar histórico clínico e indicar as doses e a duração do tratamento medicamentoso.

Saiba mais sobre os principais medicamentos utilizados no tratamento do refluxo.

4. Uso de remédios caseiros

Nos casos mais leves de refluxo, os remédios caseiros podem ser uma excelente forma natural de aliviar os sintomas. Alguns dos mais indicados incluem o chá de gengibre, o chá de camomila e o suco de babosa, por exemplo, que podem ser tomados quando surgem os primeiros sintomas de queimação. Veja como preparar estes e outros remédios caseiros para refluxo.

Embora sejam uma boa forma natural de ajudar a aliviar os sintomas, os remédios caseiros não devem ser substituir os medicamentos receitados pelo médico, devendo ser utilizados apenas como complemento ao tratamento indicado.

5. Cirurgia

A cirurgia para refluxo gastroesofágico normalmente só é utilizada como último recurso de tratamento, nos casos mais complicados em que os sintomas não melhoraram com as alterações no estilo de vida, com as adaptações da dieta ou com o uso de medicamentos.

Nestes casos, o cirurgião efetua a cirurgia com o objetivo de reforçar o esfíncter esofágico, de forma a impedir a subida do ácido gástrico para o esôfago. Esta cirurgia pode ser feita de forma clássica, com um corte no abdome, mas também já pode ser feita por laparoscopia, na qual são feitos pequenos furos na pele. O tipo de cirurgia deve ser sempre selecionada junto com o cirurgião.

Entenda melhor como é feita esta cirurgia e como é a recuperação.

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Escrito e atualizado por Manuel Reis - Enfermeiro, em janeiro de 2023. Revisão médica por Dr.ª Clarisse Bezerra - Médica de Saúde Familiar, em outubro de 2019.

Bibliografia

  • GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I.. Goldman-Cecil Medicina. 25.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. 911-914.
  • WORLD GASTROENTEROLOGY ORGANISATION GLOBAL GUIDELINES. Global Perspective on Gastroesophageal Reflux Disease. 2015. Disponível em: <https://www.spg.pt/wp-content/uploads/2015/07/2015-Gastroesophageal-Reflux-Disease-GERD.pdf>. Acesso em 01 out 2019
Mostrar bibliografia completa
  • MAYO CLINIC. Gastroesophageal reflux disease (GERD). Disponível em: <https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/gerd/diagnosis-treatment/drc-20361959>. Acesso em 01 out 2019
  • MEDICAL NEWS TODAY. Everything you need to know about GERD. Disponível em: <https://www.medicalnewstoday.com/articles/14085.php>. Acesso em 01 out 2019
Revisão médica:
Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
Formada em Medicina pelo Centro Universitário Christus e especialista em Saúde da Família pela Universidade Estácio de Sá. Registro CRM-CE nº 16976.

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