Melanoma: o que é, principais tipos e tratamento

Revisão médica: Drª. Aleksana Viana
Dermatologista
dezembro 2020

O melanoma é um tipo de câncer de pele maligno que se desenvolve nos melanócitos, que são as células da pele responsáveis pela produção de melanina, a substância que dá cor à pele. Assim, o melanoma é mais frequente quando existem lesões frequentes nessas células, o que pode acontecer principalmente devido à exposição à radiação ultravioleta do sol ou bronzeamento artificial. No entanto, apesar de ser mais raro, o melanoma também pode surgir nos olhos ou nas mucosas como boca, nariz, garganta, ânus, vagina ou trato gastrointestinal, por exemplo.

Neste tipo de câncer, os melanócitos crescem de forma rápida, anormal e descontrolada e, por isso, podem se espalhar para outros órgãos como pulmões, cérebro, fígado, ossos ou intestino, formando as metástases, o que torna o tratamento mais difícil e as chances de cura menores.

Por isso, ao primeiro sinal de alteração na pele aparecimento ou crescimento de sinais, deve-se consultar um dermatologista para identificar precocemente o melanoma, facilitando o tratamento e aumentando as chances de cura. 

Imagem ilustrativa número 1

Principais sinais e sintomas

Os primeiros sinais e sintomas do melanoma são o aparecimento de alguma mancha na pele de cor mais escura, modificações de tamanho, forma ou cor de uma pinta ou mancha já existente. Além disso, pintas ou manchas que sangram facilmente e presença de feridas que demoram para cicatrizar podem também ser indicativos de melanoma.

Veja no vídeo a seguir como identificar os sinais do câncer de pele do tipo melanoma:

Principais tipos

Os tipos de melanoma variam de acordo com o local de surgimento e a sua forma de desenvolvimento, sendo os principais tipos:

1. Melanoma extensivo superficial

O melanoma extensivo superficial é o tipo mais comum de melanoma e se desenvolve inicialmente nas células mais superficiais da pele, podendo se espalhar para regiões mais profundas da pele.

Este tipo de melanoma começa com áreas de cor marrom ou marrom-clara na pele ou como pequenos pontos avermelhados, brancos, pretos ou azul. 

2. Melanoma nodular

O melanoma nodular é o segundo tipo mais comum de melanoma e o mais agressivo pois apresenta crescimento rápido e pode atingir outros locais do corpo desde o início. 

Este tipo de câncer começa como uma mancha elevada rígida ou caroço de cor preta, azulada ou vermelha-azulada e não causa sintomas. No entanto, é um tumor fácil de identificar devido ao aumento rápido do tamanho da lesão. 

3. Melanoma lentigo maligno

O melanoma lentigo maligno ocorre geralmente em áreas que estão mais expostas ao sol, como rosto, pescoço, couro cabeludo e dorso das mãos, sendo mais comum em idosos com pele muito danificada pelo sol.

Esse tipo de melanoma pode invadir camadas mais profundas da pele e começa com uma mancha plana na pele, marrom ou preta, com margens irregulares e cores diferentes como pontos marrom escuros ou pretos na sua superfície. 

4. Melanoma lentiginoso acral

O melanoma lentiginoso acral é mais raro e atinge inicialmente as camadas mais superficiais da pele, especialmente das palmas das mãos, solas dos pés e unhas, sendo o melanoma mais comum em negros, asiáticos e hispânicos.

Imagem ilustrativa número 2

Quem tem maior risco de ter melanoma

Além da exposição ao sol e das queimaduras solares frequentes, o melanoma também pode ser provocado por qualquer outro tipo de exposição aos raios UV, como câmaras de bronzeamento artificial, por exemplo. Isso acontece porque este tipo de luz é capaz de penetrar nas células, podendo causar alterações malignas que levam ao aparecimento do câncer.

No entanto, o melanoma pode surgir em qualquer local do corpo, mesmo que protegido da luz UV e, por isso, mesmo sendo mais raro, também pode se desenvolver em quem evita a exposição solar, estando relacionado com fatores familiares, genéticos e ambientais.

Alguns fatores que parecem aumentar o risco de desenvolver um melanoma incluem:

  • Ter pele clara, cabelo loiro ou ruivo e olhos claros;
  • Ter histórico de queimaduras solares;
  • Dificuldade para bronzear;
  • Ter facilidade para ficar com sardas;
  • Ter muitas manchas ou manchas incomuns na pele;
  • Ter histórico de câncer de pele na família;
  • Ter uma doença que afeta o sistema imune.

Pessoas com 1 ou mais destes fatores devem fazer consultas regulares no dermatologista para fazer uma avaliação completa da pele, de forma a identificar possíveis alterações que possam ser um sinal precoce de câncer. 

Como é feito o tratamento

O tratamento do melanoma depende do tamanho, do estágio do câncer, do estado de saúde da pessoa deve ser orientado por um oncologista ou dermatologista, podendo ser recomendado: 

  • Cirurgia para remoção do melanoma;
  • Imunoterapia para ajudar o sistema imunológico a combater o câncer;
  • Terapia alvo que age diretamente nas células do melanoma;
  • Radioterapia que pode ser feita se não for possível remover o melanoma completamente por cirurgia ou para tratar os linfonodos atingidos pelo melanoma; 
  • Quimioterapia para matar as células do melanoma e pode ser administrada diretamente na veia ou usado comprimidos por via oral.

Caso existam metástases, a quimioterapia e a radioterapia devem ser iniciadas o mais rápido possível. No entanto, as taxas de sucesso são relativamente baixas, já que as metástases surgem em fases mais avançadas do câncer. Veja mais sobre o tratamento do câncer de pele.

Imagem ilustrativa número 3

Melanoma tem cura?

O melanoma tem alta taxa de cura quando ainda não se desenvolveu para outros locais do corpo e quando o diagnóstico é realizado logo assim que o primeiro sinal aparece. Por isso, é muito importante observar frequentemente os sinais e manchas de pele, procurando alterações.

Além disso, pessoas que já tiveram algum tipo de câncer de pele ou que têm casos na família, devem ir ao dermatologista regularmente, pois apresentam um risco maior de desenvolver o melanoma.

Como prevenir o melanoma

Algumas medidas podem ajudar a evitar ou reduzir os risco de desenvolver um melanoma como:

  • Evitar o sol durante os horários de pico entre 10 horas da manhã e 4 horas da tarde; 
  • Usar protetor solar diariamente, com FPS 30 no mínimo, mesmo em dias nublados;
  • Usar chapéu com abas se for inevitável se expor ao sol;
  • Evitar fazer bronzeamento artificial.

Além disso, deve-se examinar frequentemente a pele de todo corpo, principalmente das áreas mais expostas ao sol como rosto, pescoço, orelhas e couro cabeludo, em busca de alterações como aparecimento de manchas, pintas, sardas, inchaços ou alterações em marcas de nascença existentes. Saiba como prevenir o câncer de pele.

Esta informação foi útil?

Escrito e atualizado por Flávia Costa - Farmacêutica, em dezembro de 2020. Revisão médica por Drª. Aleksana Viana - Dermatologista, em fevereiro de 2016.

Bibliografia

  • DAMSKY JR, William E.; et al. Decoding Melanoma Metastasis. Cancers (Basel). 3. 1; 126–163, 2011
  • MINISTÉRIO DA SAÚDE. Câncer de pele: o que é, causas, sintomas, tratamento e prevenção. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/cancer-de-pele>. Acesso em 27 set 2019
Mostrar bibliografia completa
  • SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Câncer da pele. Disponível em: <https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/cancer-da-pele/64/>. Acesso em 27 set 2019
  • INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER - INCA. Câncer de pele melanoma. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pele-melanoma>. Acesso em 27 set 2019
Revisão médica:
Drª. Aleksana Viana
Dermatologista
Especialista em Dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, em 2007 com registro profissional no CRM/PE – 16907.

Tuasaude no Youtube

  • 4 sintomas do CÂNCER DE PELE que você precisa saber

    03:24 | 109596 visualizações