5 tipos de câncer de pele: como identificar e o que fazer

Revisão médica: Drª. Aleksana Viana
Dermatologista
julho 2022

O câncer de pele acontece devido ao crescimento anormal e descontrolado dos diferentes tipos de células que compõem as camadas da pele, podendo ser divididos em algumas categorias de acordo com as características das alterações, sendo as principais:

  • Câncer de pele não-melanoma: onde estão incluídos os carcinomas basocelular,  espinocelular ou carcinoma de Merkel, que geralmente são mais fáceis de tratar, apresentando grandes chances de cura;
  • Câncer de pele melanoma: inclui apenas o melanoma maligno, que é o tipo mais perigoso e que tem chances de cura mais baixas, especialmente se identificado numa fase muito avançada;
  • Sarcomas de pele: inclui o sarcoma de Kaposi e o dermatofibrosarcoma que podem aparecer em várias partes do corpo e necessitam de tratamento específico de acordo com o tipo.

Quando surge um sinal suspeito na pele, que muda de cor, de formato ou aumenta de tamanho, deve consultar um dermatologista para verificar se existe malignidade e o que fazer em cada caso. Confira no vídeo a seguir como identificar os sinais de câncer de pele:

1. Carcinoma basocelular

Imagem ilustrativa número 1

O carcinoma basocelular é o tipo de câncer não-melanoma menos grave e o mais frequente, correspondendo a mais de 95% dos casos, e surge nas células basais que se localizam na camada mais profunda da pele aparecendo como uma mancha rosa brilhosa na pele que cresce lentamente, podendo apresentar uma crosta no centro da mancha e pode sangrar facilmente. Este tipo de câncer é mais comum em pessoas de pele clara, depois dos 40 anos, devido à exposição solar ao longo da vida.

Onde pode surgir: surge quase sempre em regiões de muita exposição solar, como rosto, pescoço, orelhas ou couro cabeludo, mas também pode surgir em outras partes do corpo.

O que fazer: em caso de suspeita deve-se consultar um dermatologista para avaliar a mancha na pele e iniciar o tratamento adequado que, nestes casos, é feito com uma pequena cirurgia ou aplicação de laser para retirar a mancha e eliminar todas as células afetadas. Entenda mais sobre este tipo de câncer e seu tratamento

2. Carcinoma espinocelular

Imagem ilustrativa número 2

O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum do câncer de pele não-melanoma e surge nas células escamosas localizadas nas camadas mais superficiais da pele. Este tipo de câncer é mais comum em homens, embora também possa se desenvolver em mulheres de qualquer idade, principalmente em pessoas de pele, olhos e cabelos claros por ter menos melanina, que é o pigmento da pele que protege contra a radiação ultravioleta.

Este tipo de câncer aparece na forma de um caroço avermelhado na pele ou um machucado que descama e forma uma casquinha, ou ser parecido com uma verruga.

A exposição solar é o principal fator que causa o carcinoma espinocelular mas também pode acontecer em quem faz tratamentos de quimioterapia e radioterapia ou tem problemas na pele crônicos, como feridas que não cicatrizam. Geralmente, pessoas que têm diagnóstico de uma mancha de ceratose actínica, e que não fazem o tratamento indicado pelo médico, também têm elevadas chances de desenvolver este tipo de câncer de pele.

Onde pode surgir: pode surgir em qualquer parte do corpo mas é mais comum em regiões expostas ao sol, como couro cabeludo, mãos, orelhas, lábios ou pescoço, que apresentam sinais de danos solares como perda de elasticidade, enrugamento ou mudança na cor da pele.

O que fazer: assim como nos outros tipos, é importante consultar o dermatologista para confirmar o tipo de mancha e iniciar o tratamento que, nestes casos, é feito inicialmente com uma pequena cirurgia ou outra técnica, como aplicação de frio, para retirar a maioria das células alteradas. Depois disso, caso seja necessário, pode ainda ser feita radioterapia, por exemplo, para retirar as células restantes.

3. Carcinoma de Merkel

Imagem ilustrativa número 3

O carcinoma de células de Merkel é um tipo mais raro de câncer não-melanoma sendo mais comum em pessoas mais velhas devido a exposição prolongada ao sol ao longo da vida ou pessoas com sistema imunológico mais fraco.

Este tipo de câncer, geralmente, aparece como um caroço indolor da cor da pele ou vermelho-azulado, no rosto, cabeça ou pescoço e tende a crescer e se espalhar rapidamente para outras partes do corpo.

Onde pode surgir: pode surgir no rosto, na cabeça ou no pescoço, mas pode se desenvolver também em qualquer parte do corpo, mesmo em áreas não expostas à luz solar.

O que fazer: deve-se consultar um dermatologista se aparecer uma mancha, sarda ou caroço que muda de tamanho, forma ou cor, cresce rapidamente ou sangra facilmente após um pequeno trauma, como lavar a pele ou fazer a barba, por exemplo. O dermatologista deve avaliar a pele e iniciar o tratamento adequado que, nestes casos, pode ser feito com cirurgia, radioterapia, imunoterapia ou quimioterapia.

4. Melanoma maligno

Imagem ilustrativa número 4

O melanoma maligno é o tipo de câncer mais perigoso de todos e, normalmente, aparece como uma pintinha escura que vai se deformando ao longo do tempo. Pode ser fatal se não for identificado precocemente, pois pode se desenvolver rápido e atingir outros órgãos como o pulmão. Veja como avaliar uma mancha de pele para saber se pode ser melanoma.

Onde pode surgir: frequentemente se desenvolve nas regiões expostas ao sol como rosto, ombros, couro cabeludo ou orelhas, especialmente em pessoas de pele muito clara.

O que fazer: uma vez que este tipo de câncer tem maiores chances de cura quando o tratamento é iniciado numa fase precoce, é importante que manchas escuras, que crescem ao longo do tempo e que tenham uma forma irregular sejam avaliadas rapidamente por um dermatologista. Na maioria dos casos, o tratamento é iniciado com cirurgia para retirar a maior parte das células e, depois disso, normalmente é necessário fazer radioterapia ou quimioterapia para eliminar as células que ainda ficaram na pele.

5. Sarcomas de pele

Imagem ilustrativa número 5

Os sarcomas de pele, como o sarcoma de Kaposi ou dermatofibrosarcoma, são um tipo de câncer de pele maligno que afeta as camadas mais profundas da pele.  

O dermatofibrosarcoma pode surgir espontaneamente após algum trauma, em cicatriz de cirurgia ou queimadura, por infecção pelo vírus herpes tipo 8 (HHV8) ou por alterações genéticas. Geralmente, é mais comum em homens jovens, mas também pode ocorrer em mulheres, em qualquer idade, e aparece como uma mancha avermelhada ou roxa na pele e pode assemelhar-se a uma espinha, a uma cicatriz ou a uma marca de nascença, especialmente no tronco do corpo. Em estágios mais avançados pode formar feridas no local do tumor, sangramento ou necrose da pele afetada.

Já o sarcoma de Kaposi é mais comum em pessoas com o sistema imune debilitado, como  pessoas que fizeram algum tipo de transplante ou que têm infecção por HIV ou herpes vírus tipo 8. Este tipo de tumor aparece como manchas vermelho-arroxeadas na pele e podem afetar todo o corpo. Saiba mais sobre o sarcoma de Kaposi.

Onde pode surgir: mais comum de surgir no tronco, cabeça, pescoço, pernas, braços e em raros casos na região genital.

O que fazer: deve-se consultar o dermatologista caso apareça a mancha vermelha na pele para diagnóstico mais adequado. Este tipo de tumor é agressivo, pode se espalhar para outras partes do corpo e deve ser tratado com cirurgia, radioterapia ou terapia molecular. Além disso, pessoas com infecção por HIV devem fazer acompanhamento médico frequente e tomar os medicamentos para controlar a infecção.

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Escrito por Flávia Costa - Farmacêutica. Atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em julho de 2022. Revisão médica por Drª. Aleksana Viana - Dermatologista, em fevereiro de 2016.

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Revisão médica:
Drª. Aleksana Viana
Dermatologista
Especialista em Dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, em 2007 com registro profissional no CRM/PE – 16907.

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