Agrotóxicos: o que são, riscos e como evitar

Atualizado em agosto 2023

Os agrotóxicos são produtos químicos usados principalmente na agricultura para matar, controlar ou prevenir o aparecimento de insetos, larvas e fungos em plantas, frutas e vegetais. Além disso, os agrotóxicos também podem ser usados para inibir o crescimento de algumas plantas.

Além disso, os agrotóxicos também podem ser usados para outros fins, como por exemplo para eliminar o mosquito da dengue, pulverizando o produto em carros conhecidos como “fumacê” em áreas residenciais. Saiba mais sobre o fumacê e os riscos do produtos para a saúde.

O contato na pele, a ingestão ou a inalação de agrotóxicos pode causar alguns problemas à saúde, como dor de cabeça, vômito, dermatite, lesão nos rins, no fígado ou até doenças mais graves, como doença de Parkinson ou câncer.

Imagem ilustrativa número 1

Possíveis riscos para a saúde

Os agrotóxicos normalmente são usados em locais específicos, mas se espalham contaminando não só o local onde é aplicado, mas também o ar, o solo, a água, os animais, as plantas e as pessoas mesmo que estejam a quilômetros de distância.

A ingestão, inalação ou contato na pele com os diferentes tipos de agrotóxicos podem causar intoxicações de curto ou longo prazo e gerar alguns problemas de saúde, como:

Sintomas de intoxicação com exposição de curto prazo (aguda)

Sintomas de intoxicação com exposição de longo prazo (crônica)

Fraqueza

Dermatites

Cólicas

Alterações nos batimentos cardíacos

Vômitos

Alergias

Espasmos musculares

Asma

Convulsões

Lesão dos nervos

Náuseas

Alergias respiratórias

Irritação dos olhos, boca e garganta

Doença de Parkinson

Espirros

Cânceres

Tonturas

Fibrose no pulmão

Dor de cabeça

Lesão no fígado

Dificuldade respiratória

Mal formação do bebê

Enjoo

Retardo mental no bebê

Desmaio

Aborto

Sangramento nasal

Cloracne, que são bolhas nas peles

Tremores

Lesão nos rins

Conjuntivite

Infertilidade

A exposição aos agrotóxicos pode causar riscos à saúde não só dos animais e das plantas, mas também de pessoas que têm contato direto com esses produtos, como quem trabalha no campo e quem trabalha em campanhas sanitárias, usando o carro fumacê, por exemplo.

Além disso, pessoas que têm contato indireto com os agrotóxicos, como os índios ou quilombolas, e até mesmo quem vive em áreas urbanas, consomem diariamente água e alimentos produzidos com agrotóxicos e também estão em risco de desenvolver esses problemas de saúde.

Quantidade de agrotóxicos nos alimentos

Para avaliar a quantidade de agrotóxicos nos alimentos, foi criado o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos pela ANVISA no Brasil. O programa avalia se a quantidade de agrotóxicos nos alimentos está acima ou não da ingestão máxima recomendada, que varia para cada tipo de pesticida.

A última análise feita pelo programa aconteceu em 2017 e 2018, onde foram avaliadas 4616 amostras de 14 alimentos, incluindo abacaxi, alface, arroz, alho, batata-doce, beterraba, cenoura, chuchu, goiaba, laranja, manga, pimentão, tomate e uva não orgânicos.

Um total de 2362 amostras tinham agrotóxicos e os alimentos que apresentaram maior risco de intoxicação quando consumidos, foram:

  • Abacaxi;
  • Batata doce;
  • Laranja;
  • Goiaba;
  • Uva.

Um dos tipos de agrotóxicos encontrados nos alimentos foram carbofurano, glifosato,  triciclazol, acefato, ometoato e abamectina.

Como evitar os agrotóxicos?

Existem algumas formas de evitar ou diminuir o consumo dos agrotóxicos pelos alimentos, ajudando a prevenir também a contaminação do ar, do solo, da água, e alguns problemas de saúde.

1. Priorizar alimentos orgânicos, ou agroecológicos

Na produção de alimentos orgânicos, ou agroecológicos normalmente usa-se outras formas para combater os insetos, larvas e plantas indesejáveis, como soluções feitas com alho, cebolinha, arruda, pimenta malagueta ou neem. Conheça mais sobre os alimentos orgânicos.

Nestes tipos de plantação, normalmente o produtor usa plantas com propriedades repelentes; respeita a época certa para plantar e colher os alimentos; faz o controle biológico, usando insetos que são inimigos naturais dos insetos invasores; e usa adubo natural, com folhas e galhos das árvores, por exemplo.

2. Comprar os alimentos da época

Os alimentos da época precisam de menos produtos químicos, como fertilizantes e adubos para crescerem, precisando menos de agrotóxicos também. Por isso, comprar os alimentos da época é uma boa opção para diminuir a ingestão de agrotóxicos e evitar a contaminação.

3. Adquirir alimentos de produtores locais

Os pequenos produtores locais normalmente cultivam pequenas quantidades de alimentos, tendo um melhor controle de insetos e outros invasores nas plantas. Por isso, estes tipos de alimentos muitas vezes não precisam de agrotóxicos durante o cultivo.

Outra vantagem de se comprar com produtores locais, é que, por não precisarem de longas horas de transporte, os alimentos são mais frescos e também são cultivados e colhidos na safra, o que torna os alimentos mais saborosos e nutritivos.

Além disso, esse tipo de compra facilita o contato direto com o produtor, o que ajuda a saber a qualidade e a forma em que os alimentos são produzidos.

4. Evitar alimentos industrializados

Muitos alimentos industrializados podem conter trigo, milho, batata, laranja ou outros ingredientes que são produzidos com agrotóxicos, como é o caso do pão de forma, da batata frita de pacote, do suco de laranja de caixinha ou dos cereais matinais.

Além dos agrotóxicos presentes nestes tipos de alimentos, muitas vezes eles também são ricos em gordura, açúcar ou sal, contribuindo para outros problemas de saúde, como diabetes, pressão alta e obesidade.

5. Lavar os alimentos

Lavar bem os alimentos em água corrente, além de retirar resíduos como terra ou parasitas, também pode ajudar a diminuir o nível de agrotóxicos presentes nas cascas das frutas e das verduras. Veja como lavar corretamente os vegetais e as frutas.