4 razões para comer menos carne vermelha

Atualizado em agosto 2021
Evidência científica

As carnes vermelhas provenientes de amimais como boi, ovelha, carneiro e porco são uma excelente fonte de proteínas, vitamina B3, B6 e B12 e minerais essenciais para o organismo como o ferro, zinco e selênio, podendo ter diversos benefícios para a saúde quando fazem parte de uma alimentação saudável e balanceada.

No entanto, quando consumida diariamente e em excesso, e quando se consome cortes com maior teor de gordura, as carnes vermelhas podem causar problemas de saúde, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, principalmente.

Esse risco é maior quando se consome carnes vermelhas processadas, como a salsicha, o salame e o chouriço, por exemplo, já que possuem elevado nível de sódio, conservantes e outros aditivos químicos que acabam sendo mais danosos ao organismo que a carne vermelha em si, estando associada a um maior risco de morte prematura.

Imagem ilustrativa número 1

As principais razões pelo qual se recomenda diminuir o consumo de carnes vermelhas durante a semana são:

1. Aumenta o risco de doenças cardíacas

O consumo diário de carnes vermelhas aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas, podendo haver alteração no funcionamento do coração, aumento do colesterol, aterosclerose e pressão alta. Isso acontece devido ao fato desse tipo de carne conter gorduras saturadas, colesterol e no caso das carnes processadas, sódio e aditivos como nutratos e nitritos, que são prejudiciais para a saúde.

É importante mencionar que mesmo com a retirada do excesso de gordura visível na carne antes e depois do cozimento, a gordura permanece entre as fibras musculares.

O que é recomendado: É recomendado dar preferência aos cortes de carne vermelha com menos gordura, reduzir o consumo entre 2 a 3 vezes por semana e grelhada, evitando as frituras e molhos. Também é importante restringir ao máximo o consumo de carnes processadas, pois são as mais prejudiciais à saúde.

2. Aumenta o risco de câncer

O excesso de carne vermelha, principalmente quando acompanhado de um baixo consumo de frutas, legumes, verduras e grãos integrais, aumenta o risco de câncer de cólon, principalmente. Além disso, alguns estudos também relacionaram o excesso de carne vermelha com outros tipos de câncer, como o de estômago, faringe, reto, mama e próstata.

Isso acontece porque esse tipo de carne aumenta a inflamação no intestino, principalmente as carnes processadas como bacon, salsicha e linguiça, favorecendo alterações nas células que podem gerar inflamação e câncer.

Os estudos sobre o tema são bastante limitados, no entanto alguns sugerem que é possível que esse efeito não seja de fato da carne, mas sim de alguns componentes que foram formados durante o seu cozimento, principalmente quando cozinhada a elevadas temperaturas.

O que é recomendado: É indicado evitar que a carne cozinhe por muito tempo e que fique exposta diretamente à chama, assim como o cozimento em elevadas temperaturas deve ser evitado. Também é importante evitar o consumo de carne fumada ou queimada e, caso isso aconteça, é recomendado retirar essa parte.

Além disso, preparar a carne com cebola, alho e/ou azeite de oliva poderia ajudar a eliminar um dos componentes danosos que é formado durante o cozimento. O ideal é preparar as carnes em uma superfície quente para evitar adicionar algum tipo de azeite ou gordura vegetal, permitindo que a própria carne libere a dua própria gordura.

3. Poderia aumentar a acidez do sangue

As dietas mais ácidas que contém um elevado consumo de carnes vermelhas, açúcares e um baixo consumo de frutas e vegetais, estão associadas com um aumento do risco de desenvolvimento de doenças renais e diabetes, diferentemente das dietas mais alcalinas, em que há maior consumo de frutas, vegetais, frutos secos e menor teor de proteína.

Alguns estudos indicam que o consumo em excesso de carnes vermelhas, principalmente as processadas, poderiam aumentar a acidez no organismo. Acredita-se que isso poderia causar dano nos tecidos, o que pode sua vez iniciaria um processo inflamatório, resultando em diversas consequências para a saúde. No entanto, os resultados desses estudos científicos são variados, sendo necessária a realização de mais investigações à respeito.

O que é recomendado: Aumentar o consumo de frutas, vegetais, nozes, pescados, carnes brancas e alimentos ricos em fibras, diminuindo o consumo de carnes vermelhas, principalmente as processadas.

4. Poderia favorecer infecções intestinais resistentes aos antibióticos

O uso frequente de antibióticos nos animais pode estimular o aparecimento de bactérias mais resistentes nesses animais. Após o abatimento e durante o processamento para a alimentação, as bactérias resistentes desses animais podem contaminar a carne ou outros produtos de origem animal, aumentando o risco de infecção intestinal nas pessoas por microrganismos resistentes.

O que é recomendado: Lavar as mãos logo após manipular carnes cruas, lavar os utensílios antes de utilizar com outros alimentos (para evitar a contaminação cruzada), evitar o consumo de carnes cruas e evitar manter a carne sem refrigeração por mais de 2 horas.

Além disso, o ideal é que a carne vermelha seja proveniente de produtores ecológicos, já que os animais são alimentados de forma mais natural possível, são criados ao ar livre e não são utilizados medicamentos ou substâncias químicas e, por isso, sua carne é mais saudável não só para as pessoas mas também para o meio ambiente.