Vasculite leucocitoclástica: o que é, sintomas, causas e tratamento

Revisão médica: Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
agosto 2022

A vasculite leucocitoclástica, também conhecida como vasculite de hipersensibilidade ou vasculite de pequenos vasos, é uma inflamação nos vasos sanguíneos que leva ao aparecimento de manchas vermelhas ou roxas na pele, principalmente nas pernas, coxas e parte inferior da barriga.

Essa inflamação pode surgir como consequência de alguns fatores, como alergias a alguns alimentos ou remédios, doenças autoimunes ou doenças inflamatórias, como doença de Crohn e colite ulcerativa, por exemplo.

O diagnóstico da vasculite leucocitoclástica deve ser feito por um médico, através da avaliação dos sintomas e sinais apresentados pela pessoa e de exames laboratoriais, que também podem ser solicitados, onde o tratamento pode ser incluir o uso de meias de compressão ou remédios, como anti-histamínicos e corticoides.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os sintomas da vasculite leucocitoclástica estão relacionadas com a hiperatividade do sistema imunológico, sendo os principais:

  • Manchas vermelhas ou roxas na pele;
  • Sensação de queimação e dor nas lesões;
  • Coceira intensa na pele;
  • Aparecimento de nódulos;
  • Surgimento de feridas na pele com crostas.

Esses sintomas costumam ser mais frequentes nas pernas, coxas, nádegas e parte inferior da barriga. Além disso, nos casos mais graves, também podem ser observados sintomas sistêmicos como febre, perda de peso, dor nos músculos e articulações, sangue na urina ou nas fezes e barriga inchada, por exemplo.

Possíveis causas de vasculite leucocitoclástica

A vasculite leucocitoclástica normalmente está relacionada com alterações no sistema imunológico, causando inflamação nos pequenos vasos sanguíneos. Assim, as principais causas desse tipo de vasculite são:

  • Alergia a alguns medicamentos, como antibióticos, anti-inflamatórios não esteroides, beta-bloqueadores, varfarina e metformina;
  • Alergia a alguns alimentos ou aditivos alimentares;
  • Infecção por bactérias, vírus ou parasitas, como Streptococcus pyogenes, Mycobacterium tuberculosis, Staphylococcus aureus, Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, vírus da hepatite B e C e HIV;
  • Doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e síndrome de Sjögren;
  • Doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn e colite ulcerativa, por exemplo;
  • Alterações malignas, como tumores, linfoma, leucemia e síndrome mielodisplásica.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da vasculite leucocitoclástica deve ser feito pelo clínico geral, angiologista, reumatologista ou dermatologista, por meio da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa. Além disso, também pode ser solicitado pelo médico alguns exames que podem ajudar no diagnóstico, como hemograma completo, VHS, exames de imagem e testes de função renal e hepática.

Para confirmar o diagnóstico, o médico também pode indicar a realização de uma biópsia da pele, para que seja feita a avaliação microscópica do tecido, sendo realizada principalmente nas primeiras 24 a 48 horas do aparecimento dos primeiros sinais e sintomas dessa condição. Entenda é realizada a biópsia.

Como é feito o tratamento

O tratamento da vasculite leucocitoclástica deve ser indicado por um médico, sendo geralmente indicados somente medidas simples, como uso de meias de compressão, repouso e elevação das pernas.

No entanto, quando os sintomas não desaparecem com o tempo, o médico pode indicar o uso de remédios, como anti-histamínicos e imunossupressores, como metotrexato, azatioprina e dapsona, por exemplo, para evitar a progressão da vasculite e promover a melhora da pessoa.

Além disso, nos casos em que a vasculite leucocitoclástica está relacionada com alergia a medicamentos ou a alimentos, é importante também suspender o consumo destes, por exemplo.

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Escrito por Marcela Lemos - Biomédica. Atualizado por Karla S. Leal - Nutricionista, em agosto de 2022. Revisão médica por Dr.ª Clarisse Bezerra - Médica de Saúde Familiar, em agosto de 2020.

Bibliografia

  • NATIONAL CENTER FOR ADVANCING TRANSLATIONAL SCIENCES. Genetic and Rare Diseases Information Center: Hypersensitivity vasculitis. Disponível em: <https://rarediseases.info.nih.gov/diseases/7851/hypersensitivity-vasculitis%3E>. Acesso em 19 ago 2022
  • NCBI. Leukocytoclastic Vasculitis (Hypersensitivity Vasculitis). Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK482159/>. Acesso em 29 jul 2020
Mostrar bibliografia completa
  • EINHORN, Joseph; LEVIS, Joel T. Dermatologic Diagnosis: Leukocytoclastic Vasculitis. Perm J. Vol 19. 3 ed; 77-78, 2015
  • SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA (SPMI). Vasculites. Disponível em: <https://www.spmi.pt/wp-content/uploads/NEDAI_72.pdf>. Acesso em 29 jul 2020
Revisão médica:
Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
Formada em Medicina pelo Centro Universitário Christus e especialista em Saúde da Família pela Universidade Estácio de Sá. Registro CRM-CE nº 16976.