Tratamento para depressão (remédios, terapia e opções naturais)

Revisão médica: Dr. Gonzalo Ramirez
Psicólogo e Clínico Geral
novembro 2021

O tratamento da depressão depende da sua gravidade e, geralmente, é feito com remédios antidepressivos, como Fluoxetina ou Paroxetina, por exemplo, assim como sessões de psicoterapia com um psicólogo. Também é muito importante complementar o tratamento com terapias alternativas e naturais, como atividades de lazer, passear ao ar livre, ler ou fazer meditação, com o objetivo de aumentar o bem-estar e a sensação de prazer.

Qualquer médico pode orientar o tratamento para depressão, tanto pelo SUS ou particular, entretanto é recomendado que haja um acompanhamento com o psiquiatra, que é o médico especialista que pode melhor avaliar os sintomas e indicar as melhores alternativas. Por isso, na presença de sinais e sintomas que indiquem tristeza persistente ou falta de prazer para as atividades diárias, é muito importante conversar com o médico. Confira os principais sintomas que podem indicar depressão.

O tempo de tratamento da depressão depende de cada caso, por isso, algumas pessoas melhoram em alguns meses, já outras precisam tratar durante anos, pois situações como causa, gravidade e intensidade dos sintomas, além da possibilidade e vontade da pessoa em seguir o tratamento corretamente têm muita influência sobre cada caso.

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Quando os remédios são indicados

O tratamento com medicamentos depende da gravidade da depressão, no entanto, os mais indicados são os antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina, antidepressivos tricíclicos ou antidepressivos moduladores da serotonina. Esses medicamentos são importantes pois ajudam a repor os neurotransmissores cerebrais que estão em falta na depressão, como a serotonina e a noradrenalina, promovendo a melhora do humor e do bem-estar. Conheça mais sobre os antidepressivos.

Assim, de acordo com a gravidade da depressão, o tratamento recomendado pode ser:

  • Depressão leve: nesse caso, é apenas indicada a realização de acompanhamento psicológico, no entanto caso exista antecedente familiar de depressão maior, pode ser recomendado o uso de antidepressivo;
  • Depressão moderada: é indicado o uso de antidepressivos, sendo os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, como fluoxetina ou paroxetina, os mais utilizados. Além disso, é importante que seja feita psicoterapia para complementar o tratamento com medicamentos;
  • Depressão grave: pode ser recomendado o uso de imipramina, fenelzina ou venlafaxina, por exemplo. A psicoterapia pode incluir técnicas cognitivo-comportamentais, além de acompanhamento médico frequente.

O tempo de tratamento também pode variar de pessoa para pessoa, variando de cerca de 6 meses até vários anos, pois a melhora da depressão acontece de forma muito individual.

Tratamento psicológico para depressão

A psicoterapia ajuda a diminuir as dificuldades emocionais, estimulando o autoconhecimento e a resolução de conflitos internos da pessoa. É importante que a terapia sempre acompanhe o tratamento com medicamentos, pois assi é possível obter um melhor resultado, aliviando os sintomas e prevenindo recaídas.

A psicoterapia deve ser feita por um psicólogo ou psicoterapeuta, que avalia o melhor tipo de abordagem para as necessidades da pessoa. Algumas das técnicas mais utilizadas e com melhor taxa de êxito são a terapia cognitivo-comportamental e a psicoterapia interpessoal, que demonstraram melhorar a autoestima, desenvolver ferramentas para enfrentar as situações que produzem os sintomas e mudar o pensamento depressivo.

Outras terapias

Apesar do uso de remédios e psicoterapia serem as principais formas de tratamento da depressão, outras alternativas que podem ser indicadas são:

1. Tratamento natural

O tratamento natural para depressão ajuda a complementar o tratamento médico, mas não o substitui, incluindo:

  • Comer alimentos ricos em ômega 3: como salmão, atum, sardinha, sementes de chia ou nozes, pois o ômega 3 atua no cérebro, ajudando a combater a depressão;
  • Comer alimentos ricos em vitamina B e D: como frango, peru ou ovo, pois ajudam a eliminar o cansaço físico e mental;
  • Beber chá de erva de São João ou chá de salgueiro branco ao longo do dia: ajudam a acalmar, aumentando a sensação de bem-estar;
  • Beber o suco de uva, maçã e maracujá: ajuda a acalmar, a combater o cansaço físico e mental e a depressão.

Além destas dicas, é importante que o paciente faça atividade física regular como Pilates, caminhadas moderada ou natação, pois o exercício também estimula o prazer e o bem-estar.

2. Tratamento alternativo

Terapias alternativas como acupuntura, yoga, Reiki e meditação são excelentes formas de auxiliar no tratamento da depressão, pois são capazes de proporcionar relaxamento e bem-estar, podendo ser útil para combater sintomas da depressão.

Além disso, atividades de lazer como ler, pintar, dançar ou ouvir música são recomendadas para aliviar o estresse e a ansiedade.

3. Eletrochoque

Este tipo de tratamento só é indicado para casos muito graves de depressão, em que não houve melhora com os outros tratamentos disponíveis, quando há alguma doença que impeça o uso de antidepressivos e em casos de tendência suicida, e consiste na realização de eletrochoques cerebrais, de forma controlada e indolor, que facilitam a reorganização da atividade cerebral.

Além da eletroconvulsoterapia, outras terapias modernas, como estimulação do nervo vago e a estimulação cerebral profunda, são opções de tratamento em casos graves.

Sinais de melhora

Os sinais de melhora da depressão surgem normalmente, cerca de 1 mês após o inicio do tratamento e incluem menos vontade de chorar, maior otimismo e maior vontade de realizar as atividades do dia a dia, por exemplo. No entanto, o paciente não deve deixar de tomar os remédios até indicação do médico, caso se sinta melhor, pois o tratamento deve durar, pelo menos, alguns meses a 1 ano ou pode até haver piora do quadro.

Sinais de piora

Os sinais de piora da depressão incluem o aumento da vontade de chorar, a tristeza e a falta de interesse pela vida, por exemplo, e surgem, geralmente quando o paciente deixa de tomar os remédios sem indicação do médico porque já se sente melhor, ou também em casos graves em que é necessário ajustar o tratamento.

É importante lembrar que o desejo ou o planejamento de suicídio são sinais graves de depressão, e indicam a necessidade de internação hospitalar para acompanhamento médico mais próximo. Confira alguns sinais que podem indicar um comportamento suicida.

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Escrito e atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em novembro de 2021. Revisão médica por Dr. Gonzalo Ramirez - Psicólogo e Clínico Geral, em novembro de 2021.

Bibliografia

  • PAPADAKIS, Maxine A.; MCPHEE, Stephen J.; RABOW, Michel W. Current Medical Diagnosis & Treatment. 58 ed. New York: McGraw-Hill Education, 2019.
  • ESPARZA, Rodrigo P. Tratamiento farmacológico de la depresión: actualidades y futuras direcciones. Revista de la Facultad de Medicina de la UNAM. Vol 60. 5 ed; 7-16, 2017
Revisão médica:
Dr. Gonzalo Ramirez
Psicólogo e Clínico Geral
Clínico geral pela UPAEP com cédula profissional nº 12420918 e licenciado em Psicologia Clínica pela UDLAP nº 10101998.