Eletroconvulsoterapia (ECT): o que é, quando fazer e como funciona

A eletroconvulsoterapia é um tratamento que provoca alterações na atividade elétrica do cérebro, regulando os níveis dos neurotransmissores. Por isso, esta terapia pode ser indicada em casos de depressão, esquizofrenia e outros distúrbios psicológicos.

Conhecida popularmente por terapia de eletrochoque ou ECT, a eletroconvulsoterapia é um método muito eficiente e seguro, pois a estimulação cerebral é feita sob anestesia geral, não havendo qualquer risco para a pessoa.

Apesar de ter bons resultados, a eletroconvulsoterapia não promove a cura das doenças, mas diminui consideravelmente os sintomas e deve ser feita de forma periódica de acordo com a recomendação do psiquiatra.

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Quando é indicada

A ECT pode ser indicada nas seguintes situações;

  • Depressão maior;
  • Transtorno bipolar;
  • Esquizofrenia;
  • Catatonia;
  • Doença de Parkinson;
  • Síndrome de Tourette;
  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC);
  • Epilepsia;
  • Doença mental grave na gravidez em que está contraindicado o uso de medicamentos.

Além disso, a terapia com eletrochoque também pode ser feita quando o tratamento com medicamentos não é recomendado, o que acontece principalmente no caso de gestantes, mulheres em fase de amamentação ou idosos.

Como funciona

A ECT é feita no hospital, podendo durar até 30 minutos e não causa dor ou incômodo. Para fazer o procedimento, a pessoa deve fazer jejum de pelo menos 7 horas, pois é necessária a administração de anestesia geral e relaxantes musculares.

A eletroconvulsoterapia consiste na aplicação de um estímulo elétrico, a partir de dois eletrodos colocados na parte da frente da cabeça, capaz de induzir a convulsão, que só é vista no aparelho de encefalograma.

A partir do estímulo elétrico, os níveis de neurotransmissores, como serotonina, dopamina, noradrenalina e glutamato, no organismo são regulados, sendo possível reduzir os sintomas associados aos transtornos psicóticos e depressivos. Saiba o que é o encefalograma.

Após o procedimento, a equipe de enfermagem assegura que a pessoa está bem, sendo liberada. A ECT é um método terapêutico rápido, seguro e eficaz, devendo ser realizadas sessões periódicas de acordo com o grau do distúrbio psicológico e recomendação do psiquiatra, sendo normalmente indicada de 6 a 12 sessões. Após cada sessão, o psiquiatra faz a avaliação da pessoa para verificar o resultado do tratamento.

Como era feita antigamente

Antigamente a eletroconvulsoterapia era não só utilizada para tratamento de problemas psiquiátricos, mas também como forma de tortura.

Isso porque o procedimento não era realizado sob anestesia geral e não se usava relaxantes musculares, o que causava contorções durante o procedimento, fraturas, devido à contração muscular, e perda de memória.

Com o passar do tempo, o método foi sendo aprimorado, e atualmente é tido como um procedimento seguro, com baixo risco de fratura e perda de memória, e a convulsão é percebida apenas no equipamento.

Possíveis complicações

A ECT é um técnica segura, no entanto após o procedimento a pessoa pode sentir-se confusa, ter perda temporária de memória que dura menos de 60 minutos, ou sentir mal-estar, sendo normalmente causado pela anestesia.

Além disso, pode haver o aparecimento de sintomas leves, como dor de cabeça, náuseas, dores musculares ou pneumonia por aspiração, que podem ser tratadas rapidamente com alguns medicamentos.

Quando não é indicada

A eletroconvulsoterapia geralmente pode ser feita em qualquer pessoa.

No entanto, existem algumas contraindicações relativas que o médico deve levar em conta, como pressão intracraniana alta, tumor intracerebral, feocromocitoma, aneurisma cerebral, malformações nas artérias e veias, acidente cerebrovascular ou infarto nos últimos 3 meses.