Imipramina: para que serve, como tomar e efeitos colaterais

Atualizado em dezembro 2023

A imipramina é um antidepressivo indicado principalmente para o tratamento da depressão, síndrome do pânico ou incontinência urinária infantil noturna, em crianças com mais de 5 anos de idade. Esse remédio age aumentando a quantidade de importantes neurotransmissores no cérebro, como a serotonina e a noradrenalina, aliviando os sintomas dessas condições de saúde.

A dose e o tempo de tratamento com a imipramina, ou cloridrato de imipramina, dependem da condição a ser tratada, devendo seu uso ser feito sempre com orientação do psiquiatra ou pediatra.

A imipramina pode ser comprada em farmácias ou drogarias, na forma de comprimidos contendo 10 ou 25 mg de imipramina, com o nome de referência Tofranil, ou como similar Imipra, vendida somente com apresentação de receita médica, e retenção da receita pela farmácia.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

A imipramina é indicada para:

  • Depressão endógena;
  • Depressão orgânica;
  • Depressão psicogênica;
  • Depressão, associada com distúrbios de personalidade ou alcoolismo;
  • Síndrome do pânico;
  • Dor crônica.

Além disso, a imipramina pode ser indicada para incontinência urinária infantil noturna, em crianças com mais de 5 anos, após avaliação pelo pediatra e exclusão de causas orgânicas da incontinência. Veja as principais causas de incontinência urinária infantil.

A imipramina serve para TDAH?

A imipramina não tem indicação oficial para o tratamento do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). No entanto, pode ser indicado pelo psiquiatra ou pediatra para o tratamento dos sintomas de irritabilidade ou impulsividade TDAH. Veja outras opções de tratamento para TDAH.

Como tomar

A imipramina deve ser tomada por via oral, com um copo de água, antes ou após uma refeição e nos horários estabelecidos pelo médico.

A forma de uso da imipramina deve ser orientada pelo médico, sendo que as doses variam de acordo com a condição a ser tratada e a idade da pessoa, que incluem:

1. Depressão ou síndromes depressivas

As doses normalmente recomendadas para o tratamento da depressão são:

  • Adultos: a dose inicial normalmente recomendada é de 25 mg de imipramina, de 1 a 3 vezes por dia. Essa dose pode ser aumentada pelo médico de forma gradual até o máximo de 100 a 200 mg por dia, podendo ser mantida até a melhora dos sintomas. Após essa fase, o médico pode reduzir a dose até alcançar a dose de manutenção que geralmente é de 50 a 100 mg por dia;
  • Idosos: a dose inicial normalmente recomendada é de 10 mg de imipramina por dia. Essa dose pode ser aumentada gradualmente pelo médico, e em cerca de 10 dias será alcançada a dose ideal, que é de 30 a 50 mg de imipramina por dia, sendo essa dose mantida até o fim do tratamento.

Inicialmente, o médico pode recomendar o uso de doses divididas para avaliar a tolerância aos efeitos colaterais e, em seguida, uma dose única diária pode ser usada ao deitar.

2. Síndrome do pânico

A dose inicial normalmente recomendada para o tratamento da síndrome do pânico em adultos é de 10 mg por dia. De acordo com a tolerância ao remédio, o médico pode aumentar a dose até qua a resposta ao tratamento seja alcançada. A dose diária necessária para o tratamento da síndrome do pânico varia de pessoa para pessoa, sendo geralmente de 75 a 150 mg por dia.

3. Dor crônica

As doses de imipramina para dor crônica em adultos geralmente é de 25 a 75 mg por dia, podendo variar de acordo com cada pessoa, devendo ser sempre orientada pelo médico.

4. Incontinência urinária infantil noturna

A dose de imipramina para o tratamento da incontinência urinária infantil noturna em crianças com mais de 5 anos, é de 1,7 mg de imipramina para cada Kg de peso corporal, e variam de acordo com a idade e inclui:

  • Crianças de 5 a 8 anos: a dose normalmente recomendada é de 20 a 30 mg por dia;
  • Crianças de 9 a 12 anos: a dose normalmente recomendada é de 25 a 50 mg por dia;
  • Crianças com mais de 12 anos: a dose normalmente recomendada é de 25 a 75 mg por dia.

É recomendado que a imipramina seja tomada em dose única, com alimentos e 1 hora antes de dormir. No entanto, parte da dose pode ser administrada às 16 horas, especialmente no caso de crianças que urinam no início da noite.

A duração do tratamento pode ser de 3 a 6 meses, conforme indicação médica.

Possíveis efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns que podem surgir durante o tratamento com a imipramina são visão turva, tremores, suor excessivo, prisão de ventre, queda da pressão arterial quando você se senta da posição deitada ou se levanta da posição sentada (hipotensão postural), taquicardia, boca seca ou ganho de peso.

Outros efeitos colaterais que também podem ocorrer são perda de apetite, confusão mental, nervosismo, euforia, ansiedade, agitação, humor anormalmente eufórico, agressividade, alterações na libido, sonolência, sensação de formigamento ou queimação na pele, vertigem, alterações cardíacas, náusea, vômitos, tonturas, cansaço, erupções cutâneas, urticária, dor de cabeça e alterações na frequência com que urina.

Além disso, podem surgir sintomas após a interrupção abrupta ou redução da medicação como vômitos, tontura, dor abdominal, diarréia, insônia, dor de cabeça intensa, nervosismo, irritabilidade, vertigem, mal-estar e ansiedade.

Quando consultar um médico

Deve-se consultar um médico urgentemente se ocorrerem os seguintes sintomas:

  • Alucinações ou ouvir coisas que não existem,
  • Reações na pele como coceira ou vermelhidão;
  • Infecções frequentes, com febre e dor de garganta;

Além disso, deve-se procurar atendimento médico imediatamente ou pronto socorro mais próximo se surgirem sintomas de reação alérgica, como tosse intensa ou dificuldade em respirar, incapacidade de coordenar movimentos, perda de equilíbrio, dor nos olhos, dor abdominal intensa, dificuldade em urinar, batimentos cardíacos muito rápidos e irregulares, inchaço dos seios, fala arrastada, confusão ou desmaio.

Quem não deve usar

A imipramina não deve ser usada por pessoas alérgicas ao antidepressivos tricíclicos, ou que têm glaucoma de ângulo fechado, inflamação na próstata, diabetes, insuficiência renal ou hepática, infarto de miocárdio, asma, depressão bipolar, esquizofrenia, epilepsia, hipertireoidismo ou doenças do coração.

Além disso, a imipramina não é recomendada para uso durante a gravidez, a menos que o benefício supere os riscos potenciais para o feto. No caso de mulheres que amamentam, deve-se consultar seu médico antes de ingeri-lo.

A imipramina também não deve ser usada por pessoas que utilizam medicamentos inibidores da monoamina oxidase (IMAO), como selegilina, moclobemida, isocarboxazida, fenelzina, nialamida, iproniazida ou tranilcipromina, por exemplo. Nestes casos, deve-se esperar pelo menos 14 dias após o término do tratamento com os inibidores da monoaminoxidase para iniciar o tratamento com o imipramina.

É importante informar ao médico todos os remédios que são utilizados regularmente para que não reduza ou aumente os efeitos da imipramina.