Depressão sazonal: o que é, sintomas, causas e tratamento

Revisão médica: Dr. Gonzalo Ramirez
Psicólogo e Clínico Geral
dezembro 2021

As variações do humor podem ser influenciadas por mudanças na estação, podendo a pessoa experimentar uma maior sonolência e cansaço, que podem ser considerados normais. No entanto, quando esses sintomas são persistentes e surgem outros sinais como perda de interesse para realizar atividades que antes causavam prazer, dificuldade para dormir ou diminuição das interações sociais, por exemplo, pode ser considerada uma depressão sazonal.

O transtorno afetivo sazonal ou depressão sazonal é mais comum nas estações mais frias, ou seja, final do outono e início do inverso, melhorando quando começam as estações em que há mais luz e calor, no entanto é possível também que aconteça na primavera e verão, porém é menos frequente.

Entretanto, quando os sintomas são muito desconfortáveis é necessário consultar um psicólogo ou psiquiatra que poderá indicar alguns tipos de tratamento como fototerapia, medicamentos, psicoterapia e tratamento natural.

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Principais sintomas

Os sintomas do transtorno afetivo sazonal são muito parecidos aos da depressão, sendo que a grande diferença é que acontecem principalmente no inverno, e podem ser:

  • Tristeza;
  • Irritabilidade;
  • Ansiedade;
  • Dificuldade de concentração;
  • Cansaço excessivo;
  • Redução da libido;
  • Diminuição do interesse em atividades de lazer;
  • Problemas para dormir;
  • Diminuição das relações sociais;
  • Alterações no apetite e/ ou no peso.

Os sintomas variam de pessoa para pessoa e tendem a diminuir quando termina o inverno e ocorre o aumento da exposição à luz solar, entretanto, é necessário consultar um psicólogo ou psiquiatra para indicação do tratamento mais adequado se os sintomas forem muito intensos.

Além disso, em alguns casos, os sintomas podem continuar mesmo com a chegada do verão e desta forma, deve-se seguir acompanhamento com psiquiatra que avaliará a presença de depressão comum. Veja o que pode provocar uma depressão.

Possíveis causas

As principais causas do surgimento do transtorno afetivo sazonal estão relacionadas à diminuição de substâncias do corpo ligadas ao humor e ao sono, como a serotonina e a melatonina. Essas substâncias tendem a reduzir nos períodos em que os dias são mais curtos e, consequentemente, há menos exposição à luz solar.

Entretanto, o corpo também produz vitamina D quando está exposto à luz solar, por isso, outra causa relacionada ao transtorno afetivo sazonal é que durante o inverno há menos luz solar e os níveis de vitamina D no corpo diminuem, provocando mais sono e sensação de cansaço excessivo.

Além disso, alguns fatores de risco podem estar ligados ao aparecimento do transtorno afetivo sazonal, como pessoas que vivem em locais mais escuros e frios, que trabalham em lugares mais fechados e escuros e que têm história pessoal ou familiar de depressão.

Como é feito o tratamento

Alguns tipos de tratamentos podem ser indicados para o transtorno afetivo sazonal, como:

1. Fototerapia

A fototerapia é um tipo de tratamento que consiste na aplicação de luz brilhante sobre a pessoa como substituição à exposição solar. Este tipo de tratamento é bastante indicado e, algumas vezes, deve ser usado em conjunto com medicamentos.

É realizada em hospitais e clínicas especializadas, sendo que a pessoa fica sentada ou deitada recebendo a luz brilhante sobre a pele, durante um período de 30 a 45 minutos, dependendo da força da luz e o tempo de tratamento depende da indicação do médico. Entenda mais sobre como é feita a fototerapia.

No entanto, alguns efeitos colaterais podem ser observados como irritação nos olhos, inquietação e dores de cabeças, por isso é importante sempre manter contato com médico.

2. Psicoterapia

A psicoterapia, especialmente o tipo chamado terapia cognitivo-comportamental (TCC), pode auxiliar o tratamento para o transtorno afetivo sazonal. Este tipo de terapia é realizada por um psicólogo, na qual, é focada no desenvolvimento do humor e comportamento e consiste em ajudar a pessoa a entender e a controlar suas emoções em diferentes situações.

As sessões de psicoterapia podem ser feitas individualmente ou em grupo a depender da indicação do psicólogo, sendo que podem ser realizados exercícios de reflexão, para ajudar na identificação dos sentimentos negativos, e de respiração, para promover o relaxamento.

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3. Medicamentos

Alguns medicamentos podem ser indicados pelo médico para tratamento do transtorno afetivo sazonal como, por exemplo, os antidepressivos, como Fluoxetina, Citalopram, Sertralina, Paroxetina e Escitalopram. Alguns antidepressivos, como a bupropiona, aumentam os níveis de serotonina no cérebro, reduzindo, desta forma, os sintomas como tristeza e cansaço excessivo.

Além disso, o médico pode receitar suplementação com vitamina D para regular os níveis desta vitamina no sangue, sendo que a quantidade a ser usada vai depender de cada pessoa.

4. Tratamento natural

O tratamento natural é usado junto com outros tipos de tratamento e podem melhorar os sintomas do transtorno afetivo sazonal. Desta forma, é necessário tomar medidas caseiras como manter as janelas, persianas e cortinas abertas durante o dia, assim como, sentar-se próximo à janela para ficar em contato com os raios solares.

Também existem remédios caseiros indicados para tratar esse tipo de transtorno, como o chá de hipericão, rhodiola ou kava-kava. Esses extratos também podem ser encontrados em fórmulas com cápsulas e sua dosagem deve ser sempre recomendada pelo médico ou fitoterapeuta.

Além disso, é importante fazer atividades ao livre, como caminhadas, e manter uma dieta saudável e equilibrada rica em vitamina D. Conheça os principais alimentos que contém vitamina D

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Escrito por Dr. Gonzalo Ramirez - Psicólogo e Clínico Geral. Atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em dezembro de 2021. Revisão médica por Dr. Gonzalo Ramirez - Psicólogo e Clínico Geral, em dezembro de 2021.

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Revisão médica:
Dr. Gonzalo Ramirez
Psicólogo e Clínico Geral
Clínico geral pela UPAEP com cédula profissional nº 12420918 e licenciado em Psicologia Clínica pela UDLAP nº 10101998.