Síndrome neuroléptica maligna: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em setembro 2023

Síndrome neuroléptica maligna é uma complicação grave do tratamento com remédios que bloqueiam a ação da dopamina no corpo, como antipsicóticos ou antieméticos, resultando em sintomas como febre alta, rigidez muscular ou confusão, agitação ou desmaio.

Essa condição também pode surgir devido a interrupção abrupta do tratamento com remédios agonistas dopaminérgicos, como levodopa, tolcapona ou amantadina, por exemplo, e embora seja uma síndrome rara, pode colocar a vida em risco se o tratamento não for iniciado rapidamente.

Desta forma, ao surgirem os sintomas da síndrome neuroléptica maligna, deve-se ir imediatamente ao pronto-socorro, para iniciar o tratamento mais adequado e evitar complicações que podem colocar a vida em risco.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da síndrome neuroléptica maligna

Os principais sintomas da síndrome neuroléptica maligna são:

  • Febre alta, acima de 39ºC;
  • Sensação de falta de ar;
  • Rigidez muscular, acompanhada de tremores;
  • Dificuldade para movimentar os braços e pernas;
  • Batimentos cardíacos irregulares e rápidos;
  • Alterações mentais, como confusão, agitação ou desmaio;
  • Aumento da transpiração;
  • Incontinência dos esfincteres;
  • Alterações bruscas da pressão arterial.

Geralmente, os sintomas da síndrome neuroléptica maligna se desenvolvem ao longo de 1 a 3 dias, podendo surgir em qualquer pessoa que faça tratamento com remédios neurolépticos, mas é mais frequente de acontecer durante as primeiras duas semanas de tratamento ou com o aumento de doses.

É importante procurar o pronto-socorro ou o hospital mais próximo sempre que surgirem sintomas da síndrome neuroléptica maligna, para iniciar o tratamento mais adequado, pois é uma emergência médica que pode colocar a vida em risco se não tratada rapidamente.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome neuroléptica maligna é feito pelo clínico geral no hospital, através da avaliação dos sintomas e quando se iniciaram, históricos de saúde, de uso de remédios neurolépticos ou antieméticos, ou interrupção do tratamento com agonistas dopaminérgicos.

Além disso, o médico pode ainda pedir alguns exames, como hemograma completo, painel metabólico, incluindo os níveis de creatinina sérica e creatina fosfoquinase, testes de função renal e hepática, e gasometria arterial ou venosa, para conseguir chegar mais facilmente no diagnóstico.

Possíveis causas

A síndrome neuroléptica maligna é causada pelo uso de remédios neurolépticos ou antieméticos, ou pela interrupção abrupta do tratamento com remédios agonistas dopaminérgicos.

Assim, os principais remédios que podem causar a síndrome neuroléptica maligna são:

  • Neurolépticos típicos, como haloperidol, clorpromazina, flufenazina ou tioridazina;
  • Neurolépticos atípicos, como olanzapina, clozapina, risperidona, quetiapina ou amissulprida;
  • Antieméticos, como metoclopramida, domperidona, prometazina ou proclorperazina;
  • Agonistas dopaminérgicos, como levodopa, amantadina ou tolcapona.

Além disso, outros remédios que também podem aumentar o risco de desenvolvimento da síndrome neuroléptica maligna são reserpina, lítio, amoxapina, desipramina ou trimipramina, por exemplo.

Embora não seja possível prever quem pode sofrer com a síndrome neuroléptica maligna, é conhecido que pessoas que normalmente apresentam agitação ou que tomam doses muito elevadas de remédios neurolépticos, têm maiores chances de desenvolver a síndrome.

Como é feito o tratamento

O tratamento da síndrome neuroléptica maligna é feito pelo clínico geral com internamento no hospital para avaliar a evolução dos sintomas e administrar remédios diretamente na veia.

As formas mais comuns de tratamento da síndrome neuroléptica maligna são:

  • Interrupção do uso do neuroléptico ou antiemético que causou a síndrome;
  • Utilização do remédio agonista dopaminérgico, caso a síndrome tenha ocorrido devido a sua interrupção abrupta;
  • Administração de bromocriptina, por via oral ou sonda gástrica, para aumentar os níveis da dopamina;
  • Resfriamento do corpo, com ou uso de cobertores refrescantes ou gelo nas axilas ou virilhas;
  • Soro diretamente na veia, para manter a hidratação adequada e regular o nível de eletrólitos no organismo;
  • Relaxantes musculares, como o dantroleno, para aliviar a rigidez muscular provocada pela excitação do sistema nervoso;
  • Antipiréticos, como paracetamol ou dipirona: diminuem a temperatura corporal e combatem a febre;
  • Antiarrítmicos e/ou ventilação mecânica, no caso de desenvolvimento de arritmias cardíacas ou insuficiência respiratória.

Além disso, o médico pode ainda utilizar outras técnicas, onde se incluem a eletroconvulsoterapia ou a plasmaférese, por exemplo.

Dependendo do tempo de desenvolvimento da síndrome, podem surgir complicações como insuficiência renal ou redução acentuada do nível de oxigênio no organismo, por exemplo, que precisam ser tratadas. Veja como é feito o tratamento da insuficiência renal.

Possíveis complicações

Quando a síndrome neuroléptica maligna não é tratada adequadamente ou o tratamento não é iniciado a tempo podem surgir vários tipos de complicações como insuficiência renal, convulsões, pneumonia, insuficiência hepática ou embolia pulmonar. Já nos casos mais graves, pode ainda acontecer parada respiratória e cardíaca.