Síndrome do olho seco: o que é, sintomas, causas e tratamento

Revisão médica: Dr. Arthur Frazão
Oftalmologista
março 2023
  1. Sintomas
  2. Causas
  3. Tratamento

A síndrome do olho seco é uma deficiência na produção de lágrima ou evaporação excessiva da lágrima, que é responsável por lubrificar o globo ocular, fazendo com que o olho fique mais irritado, e levando ao surgimento de sintomas, como coceira intensa, vermelhidão, sensação de queimação, picada ou de cisco nos olhos, sensibilidade à luz e visão embaçada.

A síndrome do olho seco, também conhecida como ceratoconjuntivite seca, é mais frequente em pessoas idosas, devido ao envelhecimento natural do corpo, mas também pode surgir em pessoas que pessoas que trabalham horas na frente do computador, ou devido a menopausa, artrite reumatoide, síndrome de Sjögren, lúpus ou blefarite.

O tratamento da síndrome do olho seco é feito pelo oftalmologista, e varia de acordo com a gravidade dos sintomas, podendo ser indicado ter alguns cuidados durante o dia, uso de lágrimas artificiais, compressas mornas, colírios ou pomadas oftálmicas anti-inflamatórias.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da síndrome do olho seco

Os principais sintomas do olho seco são:

  • Sensação de ardência ou queimação nos olhos;
  • Sensação de areia ou corpo estranho nos olhos;
  • Vermelhidão nos olhos;
  • Pálpebras pesadas;
  • Dificuldade para abrir os olhos;
  • Piscar excessivamente;
  • Sensação de pressão nos olhos;
  • Aumento da sensibilidade à luz;
  • Visão embaçada;
  • Enxergar brilhos ou halos em volta das luzes, especialmente à noite;
  • Dificuldade para dirigir à noite;
  • Dificuldade para leitura;
  • Sensação de olhos cansados;
  • Coceira nos olhos;
  • Dor aguda e incômoda.

Além disso, pode surgir lacrimejamento, que ocorre como uma resposta do corpo ao  ressecamento excessivo do olho, ou até incapacidade para chorar, nos casos mais graves.

Os sintomas de olho seco surgem principalmente quando há diminuição da quantidade ou da qualidade da lágrima, resultando em diminuição da lubrificação do olho, irritação e inflamação ocular.

É importante consultar o oftalmologista assim que notar o aparecimento dos sintomas relacionados com a síndrome, pois assim é possível identificar sua causa e iniciar o tratamento mais adequado.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da ceratoconjuntivite é feito pelo oftalmologista através da avaliação dos sintomas, hábitos de vida e histórico de saúde, além de exames oftalmológicos para analisar as estruturas do olho. Confira os principais exames de vista que podem ser realizados pelo oftalmologista.  

Além disso, o médico pode realizar exames para avaliar a produção e a qualidade da lágrima, como o exame de lâmpada de fenda ou oftalmoscópio, o teste de Schirmer, o teste de osmolaridade da lágrima ou um exame que mede a matriz da metaloproteinase-9 nas lágrimas, que geralmente está aumentada em pessoas com a síndrome do olho seco.

Os exames realizados pelo oftalmologista permitem identificar a causa de ceratoconjuntivite e a indicação do tratamento mais adequado.

Possíveis causas

A síndrome do olho seco é causada por uma diminuição da produção de lágrimas, evaporação excessiva de lágrimas ou deficiência da quantidade de óleos que compõem a lágrima, resultando nos sintomas.

Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome do olho seco, como:

  • Idade, sendo mais comum após os 50 anos;
  • Uso de lentes de contacto por muito tempo;
  • Exposição prolongada a ambientes muito secos, com ar condicionado ou muito vento;
  • Ficar muito tempo no computador ou no celular;
  • Histórico de cirurgia refrativa, como LASIK;
  • Alterações ou obstruções nas glândulas Meibomianas;
  • Inflamação ou obstrução da glândula lacrimal, como blefarite;
  • Alterações na pálpebra, como pálpebra virada para dentro ou para fora;
  • Artrite reumatoide;
  • Lúpus eritematoso sistêmico;
  • Escleroderma;
  • Síndrome de Sjögren;
  • Doença de Parkinson;
  • Doenças da tireoide;
  • Deficiência de vitamina A;
  • Doença do enxerto contra o hospedeiro;
  • Terapia de reposição hormonal na menopausa;
  • Uso de anticoncepcionais orais;
  • Uso de colírios descongestionantes;
  • Uso de remédios, como descongestionantes, anti-histamínicos, antidepressivos, beta-bloqueadores ou diuréticos.

Uma outra causa muito comum de olho seco é a exposição prolongada ao sol e ao vento, que é muito comum quando se vai à praia e, por isso, é importante usar óculos de sol, com filtro UVA e UVB para proteger os olhos dos efeitos nocivos do sol e também do vento, que pode piorar a secura nos olhos. 

Olho seco pode surgir na gravidez?

O olho seco pode surgir na gravidez, sendo um sintoma muito frequente e normal que acontece devido às alterações hormonais que a mulher passa durante esta fase. Normalmente, este sintoma desaparece após o bebê nascer, mas para reduzir o incômodo, a grávida deve usar um colírio adequado para a gravidez, que deve ser indicado pelo oftalmologista.

Como é feito o tratamento

O tratamento do olho seco deve ser feito com orientação do oftalmologista, com o objetivo de melhorar a lubrificação ocular, e varia de acordo com a gravidade dos sintomas e sua causa.

Desta forma, os principais tratamentos que podem ser indicados pelo médico são:

  • Modificações do ambiente, como reduzir o tempo de uso do ar condicionado, do computador ou do celular, ou usar um umidificador de ambiente;
  • Uso de lágrimas artificiais sem conservantes, que ajudam a evitar a secura dos olhos e a diminuir o desconforto;
  • Suplementos de ômega-3, que podem ajudar a melhorar a qualidade da lágrima;
  • Aplicar compressas mornas nas pálpebras, usando uma gaze estéril por cerca de 5 minutos;
  • Limpeza das pálpebras, passando gaze estéril umidificada de dentro para fora nas pálpebras;
  • Colírios ou pomadas oftálmicas, contendo anti-inflamatórios ou antibióticos, para reduzir a inflamação ou infecções nos olhos;
  • Colírios que estimulam a produção de lágrima, como a pilocarpina;
  • Lentes de contato terapêuticas, como as lentes esclerais ou lentes de curativo, que ajudam a proteger os olhos e a manter a umidade dos olhos;
  • Terapia de pulsação térmica ou terapia de luz intensa pulsada, nos casos de alterações das glândulas Meibomianas. 

Além disso, dependendo da sua causa, o médico pode indicar uma cirurgia para colocação de um pequeno plug de silicone ou de gel no canal lacrimal, chamado plug punctal, para bloquear o canal lacrimal, fazendo com que a lágrima permaneça mais tempo no olho.

Além disso, também se deve evitar utilizar remédios sem indicação médica, assim como estar muito tempo em locais secos ou com muita fumaça. Confira outros cuidados para evitar o olho seco. 

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Escrito por Marcelle Pinheiro - Fisioterapeuta. Atualizado por Flávia Costa - Farmacêutica, em março de 2023. Revisão médica por Dr. Arthur Frazão - Oftalmologista, em fevereiro de 2016.

Bibliografia

  • ROUEN, P. A.; WHITE, M. L. Dry Eye Disease: Prevalence, Assessment, and Management. Home Healthc Now. 36. 2; 74-83, 2018
  • LURATI, A. R. Menopause and Dry Eye Syndrome. Nurs Womens Health. 23. 1; 71-78, 2019
Mostrar bibliografia completa
  • GOLDEN, M. I.; MEYER, J. J.; PATEL, B. C. IN: STATPEARLS [INTERNET]. TREASURE ISLAND (FL): STATPEARLS PUBLISHING. Dry Eye Syndrome. 2022. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK470411/>. Acesso em 06 mar 2023
  • BJORDAL, O.; et al. Primary Sjögren's syndrome and the eye. Surv Ophthalmol. 65. 2; 119-132, 2020
  • ROUEN, P. A.; et al. Dry Eye Disease: Prevalence, Assessment, and Management. Home Healthc Now. 36. 2; 74-83, 2018
Revisão médica:
Dr. Arthur Frazão
Oftalmologista
Médico generalista, especialista em Oftalmologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em 2008, com registro profissional no CRM/PE 16878