Síndrome das pernas inquietas: o que é, causas e tratamento

outubro 2021

A síndrome das pernas inquietas é um distúrbio do sono caracterizado pelo movimento involuntário e sensação de desconforto nos pés e pernas, podendo ocorrer logo depois de ir para a cama ou durante toda a noite, interferindo com a capacidade de dormir bem.

Geralmente, a síndrome das pernas inquietas surge após os 40 anos e é mais frequente em mulheres, embora possa acontecer em pessoas de todas as idades. Além disso, os episódios da síndrome também parecem acontecer mais frequentemente em pessoas que vão para a cama muito cansadas.

A síndrome das pernas inquietas não tem cura, mas seu desconforto pode se reduzido através de técnicas de relaxamento ou ingestão de remédios receitados pelo médico.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Pessoas que sofrem com síndrome das pernas inquietas normalmente apresentam sinais e sintomas como:

  • Vontade incontrolável para movimentar as pernas na cama;
  • Apresentar desconforto nas pernas ou pés, que pode ser descrito como formigamento, coceira ou queimação, por exemplo;
  • Ter dificuldade para pegar no sono, devido ao desconforto;
  • Sentira cansaço frequente e sono durante o dia.

Os sintomas parecem ser mais intensos quando a pessoa está deitada ou sentada e tende a melhorar quando a pessoa se levanta e caminha um pouco.

Além disso, como a síndrome também pode causar desconforto enquanto se está sentado, é muito comum que pessoas com esta síndrome fiquem mexendo as pernas enquanto estão sentadas durante o dia.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome das pernas inquietas normalmente é feito por um clínico geral ou um médico especialista em distúrbios do sono. Embora não exista um teste capaz de confirmar o diagnóstico, geralmente o médico desconfia da síndrome através da avaliação dos sintomas.

Possíveis causas da síndrome

Ainda não se conhecem as causas específicas do surgimento da síndrome das pernas inquietas, no entanto, parece estar relacionada com distúrbios em áreas do cérebro que são responsáveis por controlar os movimentos musculares e dependentes do neurotransmissor dopamina.

Além disso, esta síndrome também parece ser frequentemente acompanhada de outras alterações como deficiência de ferro, doença renal em estado avançado, uso excessivo de álcool ou drogas, neuropatia ou uso de alguns tipos de medicamentos, como remédios anti-náuseas, antidepressivos ou antialérgicos.

A síndrome das pernas inquietas é ainda mais comum na gravidez, principalmente, no último trimestre, desaparecendo após o nascimento do bebê.

Como é feito o tratamento

O tratamento para síndrome das pernas inquietas normalmente é iniciado com cuidados na alimentação para tentar evitar o consumo de alimentos e bebidas que possam ser estimulantes e piorar os sintomas, como café ou álcool, por exemplo.

Além disso, o médico pode, muitas vezes, também tentar identificar se existe alguma outra alteração de saúde que possa contribuir para a piora dos sintomas, como anemia, diabetes ou alterações da tireoide, por exemplo, iniciando o tratamento para essa condição, caso alguma seja identificada.

Já nos casos mais graves, quando os sintomas são muito intensos e impedem a pessoa de dormir, podem ser usados alguns remédios como:

  • Agonistas da dopamina: costumam ser a primeira opção de tratamento com medicamentos e atuam como o neurotransmissor dopamina no cérebro, diminuindo a intensidade dos sintomas;
  • Benzodiazepinas: são sedativos que ajudam a pegar no sono mais facilmente, mesmo que ainda existam alguns sintomas;
  • Agonistas da Alfa 2: estimulam os receptores de alfa 2 no cérebro, que desligam a parte do sistema nervoso responsável pelo controlo involuntário dos músculos, aliviando os sintomas da síndrome.

Além disso, podem ainda ser utilizados opiáceos, que são medicamentos muito fortes geralmente utilizados para dor forte, mas que podem reduzir também os sintomas da síndrome das pernas inquietas. Porém, por serem extremamente viciantes e puderem causar vários efeitos colaterais, só devem ser usados sob supervisão do médico.

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Escrito e atualizado por Manuel Reis - Enfermeiro, em outubro de 2021.

Bibliografia

  • WEBMD. Restless Legs Syndrome. Disponível em: <https://www.webmd.com/brain/restless-legs-syndrome/rls-causes>. Acesso em 05 ago 2019
  • NINDS-NIH. Restless Legs Syndrome Fact Sheet. Disponível em: <https://www.ninds.nih.gov/Disorders/Patient-Caregiver-Education/Fact-Sheets/Restless-Legs-Syndrome-Fact-Sheet>. Acesso em 05 ago 2019
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  • AMERICAN ACADEMY OF SLEEP MEDICINE. Restless legs syndrome. Disponível em: <https://aasm.org/resources/factsheets/rls.pdf>. Acesso em 05 ago 2019
  • American Thoracic Society. Restless Legs Syndrome. Am J Respir Crit Med. Vol.192. 9-10, 2015
Equipe editorial constituída por médicos e profissionais de saúde de diversas áreas como enfermagem, nutrição, fisioterapia, análises clínicas e farmácia.