5 principais sequelas e complicações da dengue

Revisão médica: Drª Sylvia Hinrichsen
Infectologista
janeiro 2023

Algumas das complicações que podem ser causadas pela dengue são desidratação grave, problemas no fígado, no coração, neurológicos e/ou respiratórios, além da dengue hemorrágica, que é uma reação grave ao vírus da dengue que leva à ocorrência de sangramentos.

A dengue é uma doença causada por um vírus que é transmitido por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, levando ao surgimento de sintomas como dor em todo corpo, pintinhas vermelhas na pele, cansaço, enjoos e febre alta. Confira os principais sintomas da dengue clássica e hemorrágica.

Em caso de suspeita de complicações da dengue é importante procurar a emergência para uma avaliação e iniciar o tratamento mais adequado, que pode envolver o uso de soro diretamente na veia e, em alguns casos, cirurgia. 

Imagem ilustrativa número 3

Algumas das sequelas e complicações da dengue são:

1. Dengue Hemorrágica

A dengue hemorrágica é um tipo de dengue que pode surgir especialmente quando se é infectado mais de 1 vez pelo vírus. Além de alterações na coagulação sanguínea, que podem levar a sangramentos, também podem surgir outros sintomas como pressão baixa, dor intensa no abdome, vômitos frequentes e sonolência. 

Este tipo de dengue se não for tratada com rapidez pode levar à morte e o seu tratamento geralmente é feito no hospital para que possam ser controladas as hemorragias e a hidratação do corpo. Entenda melhor o que é a dengue hemorrágica.

2. Desidratação grave

A desidratação é uma das consequências mais comuns da dengue e pode ser percebida através de alguns sinais e sintomas como cansaço extremo, sede, fraqueza, dor de cabeça, boca e lábios secos, lábios rachados e pele seca, olhos fundos e aumento da frequência cardíaca.

A desidratação pode ser prevenida com o uso do soro caseiro e ingestão de outros líquidos, como sucos naturais, chás e água. No entanto, caso surjam sintomas, como sonolência, pressão baixa e dificuldade de ingerir líquidos, pode ser necessário ir ao hospital, podendo ser indicado o tratamento com soro fisiológico diretamente na veia.

Aprenda a preparar soro caseiro apenas usando água, sal e açúcar no vídeo a seguir:

3. Problemas no Fígado

A dengue, quando não tratada corretamente, pode causar hepatite e/ou insuficiência hepática aguda, que são doenças que acometem o fígado, levando a alterações no funcionamento do órgão. Nos casos mais graves, estas doenças podem levar a danos irreversíveis no fígado, podendo ser necessário um transplante.

Em caso de problemas no fígado devido à dengue, podem surgir sintomas como vômitos frequentes, náusea, dor intensa no abdome, especialmente abaixo das costelas do lado direito, inchaço da barriga ou pele e olhos amarelados. Conheça mais sintomas de problemas no fígado.

4. Problemas Neurológicos

A dengue pode afetar o cérebro causando complicações, como encefalopatia e encefalite. Além disso, o vírus também pode causar a inflamação na medula espinhal e nervos do corpo, resultando em Síndrome Guillain-Barré, por exemplo, uma inflamação nos nervos que pode causar fraqueza e paralisia muscular. Veja os sintomas da Síndrome Guillain-Barré.

Quando o vírus da dengue acomete o sistema nervoso central surgem sintomas como sonolência, tontura, irritabilidade, confusão mental, convulsões, amnésia, psicose, falta de coordenação motora, perda de força em partes do corpo como braços ou pernas, delírio ou paralisias.

5. Problemas Cardíacos e Respiratórios

A dengue também pode causar um acúmulo de líquido no pulmão, conhecido como derrame pleural, ou miocardite, que é a inflamação do músculo do coração. Nestes casos, geralmente surgem sintomas como falta de ar, dificuldade para respirar, mãos e pés frios, dor no peito, tosse e tontura.

Estes problemas devem ser tratados no hospital, porque podem colocar a vida da pessoa em risco, podendo ser indicado o monitoramento dos batimentos cardíacos ou a toracocentese, uma cirurgia para retirar o líquido no pulmão. Saiba como é feita a toracocentese.

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Escrito por Marcela Lemos - Biomédica. Atualizado por Jonathan Panoeiro - Neuropediatra, em janeiro de 2023. Revisão médica por Drª Sylvia Hinrichsen - Infectologista, em setembro de 2019.

Bibliografia

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Revisão médica:
Drª Sylvia Hinrichsen
Infectologista
Médica infectologista, doutorada em Medicina Tropical pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1995. Cremepe: 6522

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