Remdesivir: o que é e como funciona contra a COVID-19

Atualizado em novembro 2022

O remdesivir é o primeiro antiviral aprovado pela ANVISA para o tratamento da COVID-19 em adultos e crianças, que estejam internadas no hospital com pneumonia grave, em uso de oxigenoterapia.

Este remédio, com o nome comercial de Veklury, foi desenvolvido inicialmente para tratamento do ebola, mas pesquisas clínicas com pessoas com a COVID-19, mostraram que o remdesivir é capaz de impedir a multiplicação e a replicação do coronavírus, acelerando o tempo de recuperação, permitindo diminuir o tempo de internamento no  hospital. 

O remdesivir é um remédio injetável, administrado diretamente na veia, e deve ser utilizado apenas em pessoas com COVID-19 hospitalizadas, pois a pessoa deve permanecer sob vigilância médica enquanto estiver recebendo remdesivir.

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Para que serve

O remdesivir é indicado para o tratamento de pneumonia grave causada pela COVID-19 em:

  • Adultos, que estejam com nível baixo de oxigênio no sangue sendo tratadas com oxigênio, ou que não estejam recebendo oxigênio, mas que têm risco aumentado de desenvolver COVID-19 grave;
  • Crianças que pesem mais de 40 Kg, que não estejam necessitando receber oxigênio, mas que apresentam alto risco de desenvolver infecção grave;
  • Bebês e crianças, a partir dos 28 dias de vida com peso igual ou maior que 3 Kg, e que necessitam receber oxigênio.

No entanto, o remdesivir não é indicado para pessoas que estejam utilizando ou precisando de ventilador mecânico.

Como funciona contra a COVID-19?

O remdesivir interfere na produção de material genético do coronavírus, que é o RNA viral, impedindo que o vírus se multiplique no interior das células da pessoa, o que pode ajudar o corpo a se recuperar da infecção pela COVID-19 e a melhorar mais rapidamente.

O principal estudo clínico feito com o remdesivir [1], o NIAID-ACTT-1, envolvendo 1.063 pacientes hospitalizados com a COVID-19 mostrou que os pacientes tratados com o remdesivir se recuperaram após cerca de 11 dias, em comparação com 15 dias para os pacientes que receberam placebo. Para pacientes com doença grave que requerem oxigênio suplementar, o tempo de recuperação foi de 12 dias para pacientes que receberam remdesivir, em comparação com 18 dias para pacientes que receberam placebo. 

Como o remdesivir é usado?

O remdesivir é usado somente em hospitais e administrado diretamente na veia uma vez por dia, por um período de  5 a 10 dias.

Antes de usar o remdesivir, o médico responsável pelo acompanhamento da pessoa, deve realizar exames de sangue para se certificar de que a pessoa não tenha condições que a impeçam de utilizar remdesivir com segurança, como doenças no fígado ou nos rins, por exemplo.

O uso do remdesivir para a COVID-19 deve sempre ser feito sob os cuidados do médico. 

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Possíveis efeitos colaterais

Alguns efeitos colaterais que podem ocorrer durante ou logo após receber a dose de remdesivir na veia e que devem ser comunicados imediatamente ao médico são:

  • Dor de cabeça forte, com sensação do pescoço ou ouvidos estarem latejando; 
  • Batimentos cardíacos rápidos, lentos ou acelerados;
  • Respiração ofegante ou dificuldade para respirar;
  • Inchaço no rosto, lábios, língua ou garganta;
  • Náusea;
  • Febre, calafrios ou tremores;
  • Coceira pelo corpo;
  • Excesso de suor;
  • Sensação de tontura, como se fosse desmaiar.

O remdesivir também pode causar lesão no fígado e, por isso, o médico deve fazer exames do fígado enquanto a pessoa recebe o tratamento com remdesivir para evitar problemas no fígado.

Quem não deve usar

O remdesivir não deve ser usado por mulheres grávidas ou com potencial para engravidar, e por isso é recomendado usar métodos anticoncepcionais eficazes durante o tratamento com o remdesivir.

Este remédio também não deve ser usado durante a amamentação, sendo necessária a avaliação do médico sobre os benefícios para a mãe em receber o tratamento com o remdesivir, pois ainda não se sabe se passa para o bebê pelo leite materno e também não são conhecidos os efeitos que este remédio pode ter no bebê.

Além disso, o uso do remdesivir não é recomendado para pessoas com insuficiência hepática ou renal, devendo ser avaliado pelo médico se os benefícios para a pessoa é maior do que os riscos do tratamento. 

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