Prova do laço: o que é, como é feita e resultados

Revisão clínica: Manuel Reis
Enfermeiro
janeiro 2023
  1. Para que serve
  2. Como é feita
  3. Como entender o resultado

A prova do laço é um exame rápido que deve ser feito obrigatoriamente em todos os casos de suspeita de dengue, já que permite identificar a fragilidade dos vasos sanguíneos, comum da infecção pelo vírus da dengue.

Este exame pode também ser conhecido como prova do torniquete, prova de Rumpel-Leede ou simplesmente teste de fragilidade capilar, e faz parte das recomendações da Organização Mundial de Saúde para o diagnóstico de dengue, apesar de nem sempre este exame ser positivo nas pessoas com dengue. É por esse motivo que, após o resultado positivo se deve fazer um exame de sangue que confirme a presença do vírus.

Como identifica o risco de sangramento, a prova do laço não precisa ser utilizada quando já existem sinais de hemorragia, como sangramento nas gengivas e nariz ou presença de sangue urina. Além disso, a prova do laço pode apresentar falsos resultados em situações como uso de aspirina, corticoides, fase de pré ou pós-menopausa, ou quando existe queimadura solar, por exemplo.

Resultado positivo da prova do laço
Resultado positivo da prova do laço

Para que serve o exame

A prova de laço é feita para auxiliar no diagnóstico das seguintes doenças:

  • Dengue;
  • Escarlatina;
  • Trombocitopenia;
  • Hemofilia;
  • Doenças no fígado;
  • Anemia.

A prova do laço é feita para testar a fragilidade dos vasos e, como pode dar positiva em várias situações, após saber o resultado é sempre recomendado fazer outros teste de diagnóstico, começando por exames de sangue, por exemplo.

Como é feita a prova

Para fazer o teste da prova do laço deve-se desenhar, no antebraço, um quadrado com uma área de 2,5 x 2,5 cm e depois seguir estes passos:

  1. Avaliar a pressão arterial da pessoa com o esfigmomanômetro;
  2. Insuflar novamente o manguito do esfigmomanômetro até ao valor médio entre a pressão máxima e a mínima. Para saber o valor médio é preciso somar a Pressão Arterial Máxima com a Pressão Arterial Mínima e depois dividir por 2. Por exemplo, se o valor de pressão arterial for 120x80, deve-se insuflar o manguito até os 100 mmHg;
  3. Esperar 5 minutos com o manguito insuflado na mesma pressão;
  4. Desinsuflar e retirar o manguito, depois dos 5 minutos ;
  5. Deixar o sangue circular por pelo menos 2 minutos.

Por fim, deve-se avaliar a quantidade de pontos avermelhados, chamados de petéquias, dentro do quadrado na pele para saber qual o resultado do teste. 

Entenda o que são as petéquias e veja outras causas que podem estar na sua origem.

Como entender o resultado

O resultado da prova do laço é considerado positivo quando surgem mais de 20 pontinhos vermelhos dentro do quadrado marcado na pele. Porém, um resultado com 5 a 19 pontinhos já pode indicar suspeita de dengue, devendo-se fazer outros exames que ajudam a confirmar se há ou não a infecção.

É importante lembrar que o exame pode ser falso negativo mesmo em pessoas que têm a doença, por isso, caso haja suspeita através dos sintomas, o médico deverá solicitar outras avaliações para confirmar. Além disso, pode ser positivo em outras doenças que provocam fragilidade capilar e risco de sangramento, como outras infecções, doenças da imunidade, doenças genéticas ou até, uso de remédios como aspirina, corticoides e anticoagulantes, por exemplo.

Desta forma, pode-se observar que este exame é pouco específico e deve ser feito apenas para auxiliar no diagnóstico da dengue. Saiba mais sobre os exames disponíveis para fazer o diagnóstico da dengue.

Esta informação foi útil?

Escrito por Marcelle Pinheiro - Fisioterapeuta. Atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em janeiro de 2023. Revisão clínica por Manuel Reis - Enfermeiro, em janeiro de 2023.

Bibliografia

  • Ministério da Saúde. Dengue: diagnóstico e manejo clínico - adulto e criança. 5.ed. Brasília: 2016. 10-11.
  • LABORATÓRIO BIOLÍDER. Prova do laço: prova do torniquete. Disponível em: <http://www.biolider.com.br/media/images/676.pdf>. Acesso em 29 mai 2019
Revisão clínica:
Manuel Reis
Enfermeiro
Pós-graduado em fitoterapia clínica e formado pela Escola Superior de Enfermagem do Porto, em 2013. Membro nº 79026 da Ordem dos Enfermeiros.