As paratireoides são pequenas glândulas endócrinas localizadas no pescoço, atrás da tireoide, responsáveis pela produção do hormônio paratireoideo, que regula os níveis de cálcio no sangue e contribui para o equilíbrio do fósforo e da vitamina D no organismo.
Quando há alguma alteração no funcionamento das glândulas paratireoides, podem surgir sintomas como dores nos ossos, articulações ou músculos, cansaço excessivo e formigamento nos dedos, lábios ou face, por exemplo.
O diagnóstico das doenças na paratireoide, como hiperparatireoidismo e hipoparatireoidismo, é feito pelo endocrinologista, que avaliará a necessidade de medicação, cirurgia ou acompanhamento regular.
Função da paratireoide
A função principal da paratireoide é produzir o hormônio paratireoideo (PTH), responsável por:
1. Regular o cálcio no sangue
O hormônio paratireoideo (PTH) eleva os níveis de cálcio no sangue ao estimular a liberação do cálcio armazenado nos ossos, reduzir sua eliminação pelos rins e aumentar a absorção de cálcio proveniente dos alimentos no intestino delgado.
Leia também: Paratormônio (PTH): o que é, quando fazer o exame e resultados tuasaude.com/exame-pthO cálcio no sangue auxilia no funcionamento dos nervos, na contração muscular, no batimento cardíaco e na coagulação sanguínea. Veja as funções do cálcio no organismo.
2. Monitorar o fósforo corporal
Além de regular o cálcio, o PTH também atua sobre o fósforo, reduzindo sua reabsorção nos rins e contribuindo para o equilíbrio entre esses dois minerais.
3. Estimular a produção de vitamina D ativa.
O PTH também ajuda o corpo a produzir a forma ativa da vitamina D, chamada calcitriol, que é essencial para que o cálcio seja absorvido corretamente pelo intestino.
Tireoide e paratireoide
As glândulas tireoide e paratireoide estão próximas anatomicamente, mas exercem funções diferentes.
A tireoide regula o metabolismo, influenciando energia, crescimento e temperatura corporal, enquanto a paratireoide controla os níveis de cálcio e fósforo no sangue, assegurando o funcionamento adequado dos ossos, músculos e nervos.
Sintomas de alteração na paratireoide
Alguns sintomas de alteração na paratireoide são:
- Cansaço e fraqueza;
- Dores nos ossos e nas articulações;
- Dores musculares ou cãibras;
- Pedra nos rins;
- Perda de apetite, náusea ou enjôo;
- Formigamento nos dedos, lábios ou face.
O diagnóstico precoce de distúrbios da paratireoide ajudam a prevenir complicações ósseas, renais e neuromusculares, promovendo o bem-estar geral e a qualidade de vida.
O tratamento deve ser feito pelo endocrinologista que avaliará a necessidade de suplementos de cálcio, vitamina D ou, em alguns casos, hormônio paratireoideo recombinante.
Em caso de sintomas de alteração na paratireoide, marque consulta com o endocrinologista mais próximo de você:
Anatomia da paratireoide
Geralmente, existem quatro glândulas paratireoides, duas superiores e duas inferiores, localizadas atrás da tireoide. No entanto, o número e a posição podem variar entre as pessoas, e às vezes elas ficam dentro do tecido da tireoide ou no mediastino.
Cada glândula mede cerca de 5 milímetros, tem formato oval e coloração amarelada, o que ajuda a diferenciá-las do tecido da tireoide. As glândulas recebem sangue da artéria tireoidea inferior e são drenadas pelas veias tireoideas.
Essas características explicam por que algumas pessoas podem desenvolver alterações como hiperplasia ou adenomas em uma ou mais glândulas, afetando a produção de PTH e o equilíbrio do cálcio no corpo.
Doenças da paratireoide
As principais doenças da glândula paratireoide são:
- Hiperparatireoidismo primário: Ocorre quando uma ou mais glândulas produzem PTH em excesso, elevando os níveis de cálcio no sangue;
- Hiperparatireoidismo secundário: Surge como resposta a baixos níveis de cálcio, geralmente devido à deficiência de vitamina D ou à doença renal crônica;
- Hipoparatireoidismo: É a redução ou ausência na produção de PTH, causando baixos níveis de cálcio no sangue. Pode ocorrer após cirurgia da tireoide ou por causas autoimunes ou genéticas;
- Pseudohipoparatireoidismo: O corpo produz PTH, mas os tecidos não respondem adequadamente à sua ação;
- Tumores da paratireoide: Embora raros, podem ser benignos ou malignos e interferir na produção hormonal.
Além disso, durante a cirurgia da tireoide, as glândulas paratireoides podem ser lesionadas ou removidas acidentalmente, o que pode causar hipoparatireoidismo pós-operatório.
Nódulo na paratireoide
Um nódulo na paratireoide é uma pequena formação que pode surgir em uma das glândulas paratireoides. Na maior parte dos casos, esses nódulos são benignos, mas às vezes podem alterar a produção do hormônio paratireóideo, levando ao hiperparatireoidismo.
Cintilografia da paratireoide
A cintilografia da paratireoide é um exame de imagem que utiliza uma pequena quantidade de substância radioativa para localizar as glândulas paratireoides e identificar quais estão funcionando de forma excessiva.
Leia também: Cintilografia: o que é, para que serve, tipos e como é feita tuasaude.com/cintilografiaNesse exame, a pessoa recebe uma injeção de sestamibi, um corante radioativo que se acumula nas glândulas que estão funcionando em excesso. Um scanner detecta a radioatividade, permitindo localizar essas glândulas.
A cintilografia da paratireoide é indicada principalmente em casos de hiperparatireoidismo primário para planejar cirurgias ou confirmar a presença de uma glândula aumentada.
Para melhorar a precisão, a cintilografia pode ser combinada com tomografia computadorizada. Outros exames que também ajudam a identificar glândulas hiperativas incluem ultrassonografia, tomografia 4D e PET-CT com colina.
Cirurgia de paratireoide
A cirurgia de paratireoide, chamada de paratiroidectomia, é realizada para remover uma ou mais glândulas paratireoides ou um tumor que as afeta.
O procedimento é mais comum no tratamento do hiperparatireoidismo primário, causado frequentemente por tumores benignos ou pelo aumento das glândulas, que levam ao excesso de PTH.
Em alguns casos, a cirurgia também pode ser indicada no hiperparatireoidismo secundário, quando o tratamento clínico não é suficiente.
Durante a cirurgia, feita geralmente com anestesia geral, o cirurgião remove uma ou mais glândulas afetadas, podendo monitorar os níveis de PTH em tempo real para garantir que todas as glândulas hiperativas foram tratadas.