Morte cerebral é a perda irreversível de todas as funções do cérebro, incluindo o controle da respiração, dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, além dos movimentos e da audição.
Isto significa que uma pessoa com morte cerebral, também chamada de morte encefálica, não tem capacidade de manter as funções vitais do corpo, como respirar sozinho e nem responder a estímulos.
A morte cerebral é confirmada por um ou mais médicos, como neurologista ou neurocirurgião, através da avaliação dos danos no cérebro e de testes que avaliam a atividade cerebral.

Sintomas de morte cerebral
Os sintomas que indicam que se trata de uma morte cerebral são:
- Ausência de respiração espontânea, ou seja, a pessoa não consegue respirar sozinha, sendo a respiração mantida com ajuda de aparelhos;
- Ausência de dor ou de resposta a estímulos, como picar uma agulha no corpo ou tocar no globo ocular da pessoa;
- Ausência de contração das pupilas dos olhos, quando estimulada por uma fonte de luz;
- Não engasgar quando algo é colocado na parte superior da garganta.
Na presença desses sintomas, os médicos devem confirmar o diagnóstico através da realização de testes para morte cerebral.
A pessoa com morte cerebral pode escutar?
Ainda não se sabe se a pessoa com morte cerebral pode escutar.
Em um estudo realizado nos Estados Unidos, foi verificado que algumas pessoas poderiam escutar, apesar de que não respondem.
No entanto, o estudo não está diretamente relacionado com a morte cerebral, sendo necessários mais estudos que avaliem essa possibilidade.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da morte cerebral deve ser feito por dois médicos diferentes, como neurologista e neurocirurgião, mediante a observação dos sintomas e através de exames que devem ser realizados em dois dias diferentes.
Para avaliar se a pessoa possui morte cerebral, marque uma consulta com o neurologista na região mais próxima de você:
Os testes e exames para morte cerebral ajudam a descartar condições com sintomas semelhantes, como overdose de drogas, venenos ou medicamentos, hipotermia, hipotireoidismo, encefalite do tronco cerebral, encefalopatia hepática ou síndrome de Guillain-Barré, por exemplo.
Exames para morte cerebral
Os principais exames e testes para morte cerebral são:
- Teste de reação das pupilas utilizando uma lanterna para verificar se as pupilas se contraem quando expostas à luz;
- Teste de sensibilidade dos olhos para avaliar se a pessoa reage quando se encosta um tecido ou pedaço de algodão no globo ocular;
- Avaliação da resposta à estímulos ao aplicar pressão na testa e no nariz;
- Teste de movimento dos olhos inserindo água gelada em cada orelha para ver se a pessoa movimenta os olhos ao receber esse estímulo;
- Teste de engasgo ou reflexo de tosse ao inserir um pequeno tubo fino de plástico na traqueia;
- Teste de apneia que avalia a capacidade da pessoa respirar por conta própria, ao desligar o aparelho de respiração por um curto período de tempo;
- Teste de resposta a estímulos verbais, em que é verificada a capacidade da pessoa falar ou responder;
- Avaliação da frequência cardíaca em aumentar em mais de 5 batimentos por minuto após tomar uma dose de 1 a 2 mg de atropina diretamente na veia;
- Eletroencefalograma para avaliar se o cérebro possui atividade elétrica;
- Angiografia cerebral para verificar a presença de fluxo sanguíneo no cérebro;
- Doppler Transcraniano para confirmar a ausência de fluxo sanguíneo no cérebro;
- Cintilografia de perfusão cerebral para analisar se existe fluxo sanguíneo e metabolismo cerebral.
Antes de iniciar os testes para confirmar a morte cerebral, os médicos devem realizar uma série de exames e verificações para garantir que os sintomas não sejam causados por outros fatores.
Possíveis causas
A morte cerebral é causada por condições que afetam o fornecimento de sangue e/ou oxigênio para o cérebro, o que faz com que o cérebro inche, o que é conhecido cientificamente como edema cerebral.
Quando isso acontece, o crânio, que não aumenta de tamanho, faz compressão sobre o cérebro, resultando em diminuição da atividade cerebral.
Com o tempo, e se esse inchaço não for tratado, podem surgir danos irreversíveis no no cérebro que colocam a vida em risco.
Leia também: Edema cerebral: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/edema-cerebralQuem tem maior risco
Os principais fatores que podem aumentar o risco de morte cerebral são:
- Traumatismo craniano ou hemorragia subaracnoide; ;
- Infarto ou parada cardiorrespiratória;
- Derrame cerebral (AVC) ou hemorragia intracerebral;
- Inchaço no cérebro ou aumento da pressão intracraniana;
- Infecções no cérebro, como encefalite.
Além disso, aneurisma cerebral ou tumor no cérebro também podem aumentar o risco de morte cerebral.
A morte cerebral tem cura?
A morte cerebral não tem cura pois o cérebro sofreu um dano que não é possível reverter. Isto significa que o cérebro já não está mais funcionando e não existe possibilidade de voltar a funcionar.
No entanto, apesar do cérebro não ter mais nenhuma atividade, outros órgãos como rins, fígado ou coração ainda podem funcionar por um curto período de tempo, enquanto a pessoa é mantida “viva” por aparelhos no hospital.
Tratamento para morte cerebral
Não existe tratamento para a morte cerebral, já que é uma condição irreversível.
No entanto, as funções vitais da pessoa em morte cerebral podem ser mantidas no hospital com ajuda de aparelhos, mas a pessoa é considerada legalmente e clinicamente morta, pois não existe chance de recuperação.
A pessoa com morte cerebral pode ser mantida “viva” através dos aparelhos por quanto tempo a família desejar, embora só seja desejado que o paciente seja mantido neste estado por algum tempo se for doador de órgãos, para garantir a retirada dos órgãos para posterior transplante em outro paciente.
A morte cerebral é o mesmo que coma ou estado vegetativo?
Quando uma pessoa tem a morte cerebral confirmada significa que nenhuma parte do cérebro da pessoa está funcionando mais e, legalmente a pessoa é considerada morta.
Isso é diferente de estar em coma ou em estado vegetativo, pois nesses casos existe alguma função do tronco cerebral e possivelmente de alguma outra parte do cérebro e a pessoa é legalmente considerada viva. Entenda melhor a diferença entre morte cerebral e coma.