Misoprostol: o que é, para que serve e como é usado

Atualizado em fevereiro 2023

O misoprostol é uma prostaglandina sintética que geralmente é utilizada no hospital para indução do trabalho de parto, preparo do colo uterino para curetagem ou aborto legal, pois é capaz de  provocar contração uterina e amolecimento do colo do útero.

Este medicamento, quando usado na gestação, pode causar diminuição dos batimentos cardíacos do bebê e morte fetal, não devendo ser usado por mulheres grávidas sem orientação médica. Além disso, pode causar efeitos colaterais como diarreia, dor no abdome e vômitos.

No Brasil, o misoprostol não é vendido em farmácias, sendo encontrado apenas nos hospitais, com o nome comercial de Prostokos, e na forma de comprimidos de 25, 100 e 200 mcg. Seu uso deve sempre ser orientado por um médico. 

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

O misoprostol é indicado para:

  • Indução do trabalho de parto;
  • Esvaziamento do útero, em caso aborto retido ou óbito fetal;
  • Amolecimento do colo do útero, antes da curetagem ou AMIU;
  • Tratamento da hemorragia pós-parto;
  • Indução do aborto legal, em caso de violência sexual ou anencefalia, por exemplo.

O misoprostol age sobre o útero, estimulando a contração da parede uterina e provocando o amolecimento do colo uterino, favorecendo a sua dilatação.

Além disso, apesar de no Brasil não ter essa indicação, em alguns países o misoprostol também é indicado no tratamento e prevenção de úlceras gástricas, especialmente em pessoas que fazem uso de anti-inflamatórios não esteroides ou que tenham elevado risco de úlceras. Confira os remédios mais indicados no tratamento da úlcera gástrica.

Isto porque o misoprostol tem ação direta sobre as células da parede do estômago, diminuindo a produção do suco gástrico e estimulando a circulação sanguínea da mucosa, secreção muco e bicarbonato. 

Como é usado

No Brasil, o misoprostol pode ser usado apenas em hospitais e a forma de uso depende da sua indicação:

  • Indução do parto: 1 comprimido de 25 mcg de 6/6 horas, por via vaginal;
  • Indução de parto com feto morto antes de 30 semanas: 2 comprimidos de 25 mcg, por via vaginal e, caso não seja suficiente após 6 horas, a dose é aumentada para 4 comprimidos de 25 mcg ou 1 comprimido de 100 mcg;
  • Aborto legal: 1 comprimido de 200 mcg de 6/6 horas, por via vaginal.

Além disso, as doses de misoprostol podem variar de acordo com protocolos específicos de cada hospitais e, dependendo da orientação do médico, o misoprostol também pode ser usado por via retal, oral ou sublingual.

Este medicamento não deve ser utilizado sem orientação médica, especialmente em mulheres grávidas, podendo colocar em risco a saúde da mãe e do bebê.

Possíveis efeitos colaterais

Os principais efeitos colaterais do misoprostol são:

  • Dor no abdome;
  • Diarreia;
  • Flatulência;
  • Náusea;
  • Vômitos;
  • Má digestão;
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Sangramento vaginal;
  • Irregularidade menstrual.

Estes efeitos tendem a ser leves, sendo mais comuns quando o misoprostol é utilizado em doses altas. Além disso, outros possíveis efeitos colaterais, embora sejam menos frequentes, incluem pressão baixa, vertigem, batimentos cardíacos fetais acelerados, rotura uterina e morte fetal, por exemplo.

Riscos do misoprostol para o bebê

O misoprostol pode aumentar o risco síndrome de Moebius e malformações cerebrais no bebê, especialmente quando usado no primeiro trimestre da gravidez, em caso de tentativa de aborto.

Além disso, mesmo quando o misoprostol é utilizado com orientação médica, pode causar efeitos colaterais no bebê como batimentos cardíacos acelerados e, nos casos mais graves, morte fetal.

Contraindicações do misoprostol

O misoprostol normalmente é contraindicado em caso de:

  • Cicatrizes no útero;
  • Histórico de cesárea anterior;
  • Doenças dos vasos afetando o cérebro ou coração, como doença coronariana;
  • Ingestão de anti-inflamatórios não esteroides nas últimas 4 horas;
  • Reação alérgica anterior a medicamentos com prostaglandina.

Além disso, o misoprostol também é contraindicado para homens e não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica, devido aos riscos para a saúde do bebê.