Aborto retido é a morte do embrião ou feto no útero, mas o bebê não é expulso, podendo ficar retido dentro do útero por semanas ou mesmo meses e, geralmente, acontece entre a 8ª e 12ª semanas de gestação.
O aborto retido é causado, principalmente, por alterações cromossômicas ou malformações fetais e muitas vezes pode não provocar qualquer sintoma. No entanto, pode ser percebido através do desaparecimento dos sintomas associados à gravidez.
Leia também: 14 primeiros sintomas de gravidez (semana a semana) tuasaude.com/10-primeiros-sintomas-de-gravidezO tratamento do aborto retido é feito pelo obstetra e, na maioria dos casos, consiste no esvaziamento da cavidade uterina, devendo a mulher ser posteriormente acompanhada por um psicólogo.

Sintomas de aborto retido
Os principais sintomas do aborto retido são:
- Corrimento vaginal marrom ou avermelhado;
- Ausência de aumento da barriga e do volume uterino;
- Diminuição ou ausência dos sinais naturais da gravidez, como sensibilidade nos seios, enjoos.
Além disso, outros sintomas da gravidez podem estar diminuídos ou ausentes como cansaço ou aumento da frequência urinária.
Geralmente, o aborto retido não causa sintomas, sendo na maioria das vezes detectado durante os exames de pré-natal.
Além disso, esses sintomas são diferentes do aborto espontâneo em que ocorre sangramento vaginal, dor abdominal forte, febre ou calafrios, por exemplo. Saiba identificar todos os sintomas de aborto espontâneo.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico do aborto retido é feito pelo obstetra através do ultrassom pélvico ou transvaginal, normalmente antes das 20 semanas de gestação, em que é detectada a ausência de batimentos cardíacos fetais.
No entanto, quando a gravidez está nas fases iniciais, até 10 semanas de gestação, o diagnóstico pode ser feito através do exame de beta-HCG.
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Geralmente, o diagnóstico do aborto retido, é feito durante exames de consulta pré-natal, uma vez que nem sempre a mulher apresenta sintomas. Veja os principais exames pré-natais.
Possíveis causas
As causas mais comuns que podem levar à ocorrência de um aborto retido são:
- Malformações fetais ou alterações cromossômicas;
- Idade avançada da mulher;
- Má nutrição durante a gravidez;
- Uso de álcool, drogas, cigarro e alguns medicamentos;
- Doença da tireoide não tratada;
- Obesidade ou diabetes não controlada;
- Infecções.
Outras causas de aborto retido são problemas no colo do útero, pressão alta severa, exposição a radiações ou trauma, como acidente de carro ou quedas.
Geralmente, mulheres que sofrem de um aborto retido normalmente não apresentam risco para uma gravidez futura, a não ser que ocorra um dos fatores acima referido.
Como é feito o tratamento
O tratamento do aborto retido deve ser feito com orientação do obstetra, que normalmente indica o esvaziamento da cavidade uterina.
Os principais tratamentos para aborto retido são:
1. Conduta expectante
A conduta expectante para o aborto retido, antes das 12 semanas de gestação, é a expulsão do feto naturalmente pelo corpo, o que pode ocorrer em cerca de 3 semanas.
Nesse tipo de conduta, o médico faz o acompanhamento regular da mulher, 1 vez por semana, com exames de sangue e exame clínico, avaliando o risco de infecções ou problemas de coagulação no sangue.
Caso o aborto não ocorra naturalmente em até 4 semanas, o médico pode indicar o uso de remédios e/ou procedimentos médicos para esvaziar o útero.
2. Remédio para aborto retido
O uso de remédio para aborto retido, como o misoprostol, pode ser indicado pelo obstetra para estimular a saída do feto e tecidos da concepção do útero, pois promove contrações uterinas e amolecimento do colo do útero.
Esse remédio é usado na forma de comprimidos vaginais, podendo também ser usado para preparar o colo uterino para curetagem.
3. Aspiração manual intrauterina (AMIU)
A aspiração manual intrauterina AMIU é um procedimento realizado pelo obstetra para aborto retido até a 12ª semana de gestação.
Esse tipo de procedimento é feito utilizando uma seringa que faz um vácuo e uma cânula flexível de plástico que não tem ponta para aspirar o conteúdo do útero.
Leia também: AMIU: o que é, quando é indicada, como é feita e riscos tuasaude.com/amiu4. Curetagem uterina
A dilatação e curetagem uterina é um procedimento cirúrgico feito pelo obstetra para a raspar o útero, promovendo seu esvaziamento, nos casos de aborto retido em gestações com mais de 12 semanas. Veja como é feita a curetagem.
Leia também: Recuperação após a curetagem: cuidados, exames e como fica o útero tuasaude.com/dilatacao-e-curetagemPossíveis complicações
Caso o aborto retido não seja tratado, os restos do feto podem causar sangramentos ou mesmo uma infecção, podendo colocar a vida da mulher em risco.
Além disso, no caso do tratamento com curetagem pode ocorrer perfuração da cavidade uterina, lesão de órgãos, sangramento e formação de cicatrizes no útero.